Memórias de muitos anos de reportagens. Reflexões sobre o presente. Saudades das redacções. Histórias.
Hakuna mkate kwa freaks.











quinta-feira, dezembro 31, 2009

Bye Bye 2009

segunda-feira, dezembro 28, 2009

Lá longe não há Natal


Não há só um novo paradigma comunicacional com o advento dos novos média mas, também, um novo paradigma informativo. Para quê máquinas de filmar ou gravadores de vídeo se temos telemóveis? Para quê jornais e televisões, se temos blogs e redes sociais na Internet? Para quê jornalistas...?
O que se está a passar no Irão e na China, onde por maior que seja a repressão as imagens dos protestos não cessam de chegar a todo o Mundo, não é só o estertor de regimes velhos e a inevitável renovação, é também uma nova maneira de comunicar e de dar notícias. Por enquanto, os velhos média ainda são utilizáveis, mas dentro de pouco tempo tudo estará mudado. Que novas formas os média irão adoptar, não sei… mas não tenho dúvidas de que a metamorfose é inevitável. Isso e a democratização dos regimes. De todos os regimes.

sábado, dezembro 26, 2009

O espírito da coisa...


Passei o Natal com as pessoas do costume. Uma delas disse-me “Ai, não sabia que estavam cá, ninguém me disse que vocês estavam cá. O que vale é que a mim ninguém me apanha desprevenida”, e puxa de uns embrulhos que escondiam meias para qualquer mau gosto e toma lá um, que é a tua prenda.

quarta-feira, dezembro 23, 2009

"quando ouviu, o que sentiu?"


Ninguém é culpado se o vento sopra com demasiada força, se cai chuva a mais, se a temperatura desce mais do que o habitual. Mas alguém há-de ser culpado por se construírem estruturas débeis e em locais inapropriados, por não se mandarem limpar valas e leitos de cheia, por não haver planos que antecipem soluções para os danos previsíveis em caso de catástrofe. A incompetência pode ser criminosa e está, de resto, plasmada legalmente. Chama-se negligência dolosa. E são estas questões que eu gostava de ver tratadas nas reportagens sobre o mau tempo de hoje e ontem. Mas não, os jornalistas, hoje, preferem virar-se para a vítima e perguntar banalidades tipo "mas quando se apercebeu, o que é que ouviu?"... Ficamos a saber que a estufa do senhor tal ficou danificada, que a vivenda da dona tal ficou alagada, que a velhota do fundo da rua apanhou um grande susto, que não há luz em Torres Vedras, que ali ficou uma estrada cortada… mas nada sabemos quanto à eficácia e à eficiência dos serviços públicos ou privados que nos devem proteger e ajudar a ultrapassar este tipo de dificuldades. É pena e é mau jornalismo, mesmo se as imagens reais são interessantes.

Trampa em forma de letra


Jacques Rodrigues, que fez fortuna com sub-produtos jornalísticos e escritos rascas, foi condenado a pagar 12 mil € a Rita Blanco por causa de uma reportagem invasiva da vida privada da actriz.
Fico contente, embora saiba que o velhaco vai recorrer, empatar a aplicação da Justiça o mais que puder, tentar todos os truques para não pagar.
Pena é que as pessoas continuem a consumir a trampa que se publica em Ranholas.

terça-feira, dezembro 22, 2009

strange activity


Todos os que escrevinham no Twitter sabem que, volta e meia, surgem seguidores/as que, pouco tempo depois, são postos fora do circuito por quem controla o sistema. Normalmente, são mulheres da má vida que tentam vender os seus serviços. Esse é um negócio (chamado de "strange activity"...) que o Twitter não aceita, talvez porque a rede é susceptível de ser frequentada por menores. Nada contra. Mas, por outro lado, acho injusto que se tratem as prostitutas à pedrada (é um tanto medieval) e, por outro lado, se dê bom acolhimento a tanto parvalhão que anda por ali a vender outro tipo de serviços bem mais perniciosos, como o das ideias xenófobas ou simplesmente idiotas.

segunda-feira, dezembro 21, 2009

Governança


Um comunicado do Ministério das Obras Públicas e Transportes informa o povo de que o Governo decidiu não aumentar as tarifas dos transportes públicos em 2010. Decisão sábia que, espero, deve ser replicada no que respeita às tarifas de água e electricidade e ao preço dos combustíveis, de um modo geral.
Se o governo pode decidir o preço dos bilhetes que as empresas de transportes públicos (muitas delas, empresas privadas) devem praticar, também pode decidir no mesmo sentido nos outros sectores. É a isso que se chama governar.

domingo, dezembro 20, 2009

straight


Straight Edge: o punk sem drogas e sem álcool. Ou como as aparências iludem e não é lá por se usar piercings e tatuagens que se tem de levar uma vida marginal e alienada.

sábado, dezembro 19, 2009

Zero


Como era bom de ver, a Cimeira de Copenhaga deu em nada, malgrado a encenação feita à volta de um tal acordo não vinculativo que não vale o papel em que foi redigido…
A questão climática está a ser discutida por aqueles que não a podem resolver. Não cabe aos políticos uma decisão dessas. Já há muito que os Estados privatizaram as competências que tinham na execução das decisões que poderiam influenciar esse tipo de políticas. A partir de então, cabe aos capitalistas decidirem como, quando e onde implantam unidades industriais e outras estruturas com impacto ambiental. Estou a falar de quê? De tudo… da industria, das obras públicas e construção civil, dos transportes, da extracção mineira, da agricultura e pescas, até da guerra… É que se, como parece, dentro de uns anos já poderemos andar com automóveis eléctricos, tudo o resto continuará a ser movido a petróleo. Já imaginaram uma guerra sem combustível, para além da carne para canhão?

sábado, dezembro 12, 2009

do Latim, remissio


Balsemão deve andar a comprar indulgências…
A remissão dos pecados sempre foi um bom negócio para a Igreja.
Os 60 mil € atenuarão, assim, as transgressões da carne, da gula, da ganância, do egoísmo, da prepotência… antes que a boa morte o leve (ao pecador, claro).

quinta-feira, dezembro 10, 2009

Deve ser inginheiro...


Medina Carreira especializou-se em partir a loiça. Não há vez nenhuma em que abra a boca para dizer coisas simpáticas. É sempre para partir. Assim se tem desdobrado a aceitar convites das televisões privadas, sempre sedentas de sangue e polémica, e dos círculos da oposição, sempre sedentos de tirar partido de todos os que se põem a jeito. E Medina, que também fez carreira à conta da política (militou no PS, foi ministro, apoiou Cavaco Silva na candidatura presidencial de 2006), lá anda a propalar ideias e críticas que, porventura, outros gostariam de expressar mas calam por conveniências de circunstância.
Confesso que não sei avaliar bem da justeza das críticas. Acho que muitas das teorias carecem de experimentação. Talvez Medina Carreira volte a ser ministro, um dia destes, e queira testar as suas próprias receitas.
Mas, por vezes, acho-o excessivo, injusto e parcial. Como, por exemplo, agora quando veio dizer que tudo está mal no sistema de ensino português, que os miúdos saem das escolas sem saber ler nem escrever e, portanto, não têm futuro: “o que é que se vai fazer com esta cambada, de 14, 16, 20 anos que anda por aí à solta? Nada, nenhum patrão capaz vai querer esta tropa-fandanga”, diz ele.
Este senhor bacharel em engenharia mecânica acha que ninguém sabe nada de nada, excepto ele. Mas está enganado… até porque muitos dos patrões que ele agora defende preferem mesmo a tal “tropa-fandanga” que sai da escola sem saber ler nem escrever… apenas porque são baratos e submissos, qualidades que o patronato valoriza em detrimento das qualificações profissionais e da experiência com provas dadas. Como podem imaginar, sei do que estou a falar.

segunda-feira, dezembro 07, 2009

Um calor de morte


Se não foram diminuídas as emissões de dióxido de carbono para a atmosfera, o aquecimento global irá provocar alterações climáticas de consequências catastróficas para a vida na Terra. Isto parece ser uma certeza, a acreditar em algumas teorias científicas. Mas como o desastre não está marcado para amanhã, os políticos tentam ganhar tempo e adiam consecutivamente as decisões. Como se aquilo que não vai acontecer no nosso tempo de vida, não tivesse de ser acautelado aqui e agora. Ora, se os políticos sabem quais as decisões que têm de tomar e não as tomam, por alguma razão será. Na verdade, a capacidade de executar as decisões que deveriam ser tomadas não está nas mãos dos políticos. Está nas mãos dos capitalistas. São eles quem decidem se as industrias continuam a poluir (porque lhes sai mais barato), são eles que decidem que os hidrocarbonetos continuarão a ser queimados para que as maquinarias não parem, são eles quem decidem quanto e quando se investe na investigação de energias alternativas e renováveis. E enquanto não lhes der jeito alterar o paradigma do “negócio”, nada irá mudar. É por isso que os governos de todo o Mundo não fazem nada para impedir o aquecimento global. Não está nas mãos deles.

quinta-feira, dezembro 03, 2009

Lobos disfarçados de cordeiros


Sim, o que aconteceu na Suiça foi a expressão democrática da maioria da população que votou naquele referendo. Mas depois desse referendo, a Suíça ficou um país menos democrático. Bastante menos. E se a direita política continuar a utilizar a Democracia para implantar xenofobia, racismo e medo, os regimes democráticos deveriam pensar no modo de impedir que isso aconteça.
Enfim, existe uma maneira, mas não vejo que se caminhe para lá. Seria preciso que o bem-estar geral da população fosse suficiente para tornar infértil a sementeira da intolerância. Isso implicaria uma redistribuição da riqueza feita noutros moldes e duvido que os marajás estejam para aí virados.

quarta-feira, dezembro 02, 2009

A banalização do mal


Para quem aqui vem, não é novidade. Já escrevi, mais do que uma vez, sobre a inqualificável atitude da Media Capital Rádio ao despedir um trabalhador de baixa, doente com um cancro. O que fizeram ao Pedro Múrias é de uma crueldade absoluta. Evidencia a completa e total desprotecção que os trabalhadores sofrem às mãos de empregadores sem alma nem coração.
Despedido, doente, mas ainda combativo, o Pedro Múrias publicou no seu blog uma pequena entrevista com o advogado Garcia Pereira, especialista em Direito do Trabalho.
Diz Garcia Pereira que ...“vivemos outros tempos. Os Tribunais agora até já entendem que nem uma crise cardíaca gravíssima nem sequer a morte do Advogado constituído por um determinado cidadão faz suspender a instância do respectivo processo, já praticamente tudo é possível. Ou seja, temos julgadores ao mesmo nível dos empregadores que actuam como o seu!Agora, e como é óbvio, seja qual for a solução jurídico-formal que se perfilhe, promover o despedimento de alguém que se encontra doente, e sobretudo gravemente doente, constitui um acto inqualificável que em qualquer sociedade minimamente civilizada deveria suscitar a crítica e o repúdio unânimes.”
É o que diz Garcia Pereira, é o que eu penso, também. E lamento não ver nada disto reproduzido nos canais jornalísticos de referência, televisões, rádios ou jornais.

terça-feira, dezembro 01, 2009

€ u r o p a


O Tratado está aí, par€c€ que €´ uma coisa boa, €mbora €u € a maioria dos cidadãos €urop€us não saibamos b€m porquê € para qu€m €´ qu€ o Tratado é uma coisa boa. Mas quem os ouviu hoj€, ao senhor Presid€nt€ da Comissão, aos vários s€nhor€s primeiros-ministros, ao senhor Presid€nt€ da União indigitado, ao senhor Presid€nt€ da República Portugu€sa e at€´ ao senhor Presid€nte da Câmara Municipal, não ficou com dúvidas: o Tratado €´ o maná que lh€s caiu no regaço.

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Jornalista; Licenciado em Relações Internacionais; Mestrando em Novos Média

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