Memórias de muitos anos de reportagens. Reflexões sobre o presente. Saudades das redacções. Histórias.
Hakuna mkate kwa freaks.











domingo, maio 16, 2010

De repente

De repente ficou doente e de repente morreu. Assim, de repente, fiquei sem um amigo. Eu, que já sou pobre.
Como não sei cantar, peço emprestada uma canção a quem sempe as soube fazer. Aqui fica, para que a ouças e dances e rias e ironizes como sempre fazias. Um abraço, Fernando… até um dia.



Soneto do amigo

Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.
O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...

Vinicius de Moraes

quarta-feira, maio 12, 2010

Cyber esperteza


O texto anterior menciona um caso de suicídio. A palavra “suicidou-se” consta desse texto. Assim como outras relacionadas como, por exemplo, “morte”, “morreu”, “matar”. Hoje, reparei que havia um novo anúncio Google aqui no blog. Para espanto meu, é um anúncio de uma agência funerária… Claro que nada disto é coincidência. A Google deve ter uma aplicação qualquer que detecta temas, palavras-chave utilizadas nos textos, e que encaixa propaganda adequada a essas temáticas. Como se nunca escrevêssemos sobre coisas odiosas.

domingo, maio 09, 2010

AH ! AH ! AH !

Telefonaram-me hoje, ao princípio da tarde, com a notícia da morte de um antigo companheiro de trabalho. José Ladeiras morreu, segundo o telefonema suicidou-se.
O Ladeiras era um tipo desconcertante. Tinha a irreverência própria dos inimputáveis. Enquanto estive na RTP, sempre achei que ele mantinha o posto de trabalho por via de alguém que lhe guardava as costas devidamente. Fosse como fosse, era um acto de caridade que ficava bem à empresa. Tem mais valor dar acolhimento a um maluco do que albergar outros inúteis do mesmo calibre só porque pertencem ao partido da moda ou se deitam com o director do momento.
Mas a mesma RTP que o abrigou durante tanto tempo não soube protegê-lo da avidez de sensacionalismo e audiência que fizeram os Gato Fedorento cometer uma crueldade sem limites. O vídeo está aí, para vergonha dos autores… rebaixaram-se a gozar com um ingénuo e generoso personagem. Na busca do gozo, foram mais alarves que uma anedota grosseira. Dizem-me que, depois da triste cena nos Gato Fedorento, o José Ladeiras nunca mais foi o mesmo. Que entrou numa depressão profunda. Acabou por se matar. Que gargalhada!

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Jornalista; Licenciado em Relações Internacionais; Mestrando em Novos Média

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