Memórias de muitos anos de reportagens. Reflexões sobre o presente. Saudades das redacções. Histórias.
Hakuna mkate kwa freaks.
Hakuna mkate kwa freaks.
quarta-feira, junho 14, 2006
Manipulação
Tratar os factos com imaginação é, não só uma possibilidade como, até, um dever dos jornalistas. Embrulhar bem a história, de modo a torná-la um produto apetecível, mais vendável, não significa, necessariamente, adulterar os factos. Inventar factos é que não vale… e, curiosamente, essa é uma das queixas de José Maria Carrilho, alegada causa que contribuiu para a sua derrota eleitoral. Confesso que ainda não tinha pensado muito neste assunto, mas a questão colocado por Sofocleto trouxe-me à memória histórias antigas que, de certo modo, se relacionam com esta questão da manipulação de factos e da mensagem jornalística. Sim, é verdade que muitas vezes os jornalistas tomam como boa a primeira informação que lhes permita fazer figura perante o chefe. Sim, é verdade que muitas vezes os chefes de redacção apenas estão preocupados com o impacto da manchete ou da abertura do noticiário e descuram a qualidade da notícia. Como julgava que ontem ia dar o Brasil na SIC, vi a abertura do Jornal da Noite com uma peça sobre o mau tempo em Famalicão, onde houve vento forte e chuva intensa, mas não aconteceu nada demais que justificasse essa abertura, a não ser o facto da SIC ter imagens fortes da intempérie, capazes de provocar alguma emoção aos telespectadores. Outra das queixas de Carrilho relaciona-se com a influência das agências de informação. Se as agências existem é para exercerem essa influência, disso não vale a pena ter dúvidas. Mas é difícil de medir essa influência e ainda mais difícil é provar a manipulação dos factos pela acção dessas agências. No DN de ontem, muito a propósito, vinha um artigo sobre as agências de comunicação… mas nos EUA.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Arquivo do blogue
-
▼
2006
(386)
-
▼
junho
(30)
- O segundo stringer
- Novidades
- Congo, ano 2000. Claudino
- Sudão, petróleo vermelho de sangue
- Sudão, o velhaco Omar
- Para memória futura
- Congo, ano 2000. Philippe
- Congo, ano 2000. O lar em Bondo
- Congo, ano 2000. A vida em Bondo
- Congo, ano 2000. Bondo
- Nino. Alguma coisa correu mal...
- Ainda sobre os mais velhos
- Esta tarde, no Martim Moniz
- Homens Grandes (continuação do post anterior)
- Stringers
- Tecnologia
- Manipulação
- A primeira vítima
- Guiné Bissau, a guerra civil. O último massacre
- Do meu caderno de notas, contributos para a Histór...
- Congo, ano 2000. Meninos sem aniversário
- T.P.C.
- Paquistão, Peshawar, 2001. Hospitalidade
- Dignidade
- Pedro Sousa Pereira
- Paquistão, Peshawar, 2001. Outra Heroína
- Paquistão, Peshawar, 2001. Heroína
- Uns tabefes em público
- A mão na Bolsa
- Ai Timor...
-
▼
junho
(30)
Acerca de mim
- CN
- Jornalista; Licenciado em Relações Internacionais; Mestrando em Novos Média
2 comentários:
A manipulação é uma espécie de dom da ubiquidade do poder, dos interesses dos lobies, a manipulação diabolizou os Sérvios, elevou ao paraíso os Americanos e esconde o verdadeiro Portugal. Culpados, os Jornalistas, que infelizmente e dignos desse nome existem cada vez menos, nós os consumidores de notícias, que despojados de sentido crítico papamos todas as patranhas que nos enfiam e as escolas que se limitam a formar Caldos Knorr jornalisticos, assépticos inócuos e para consumo imediato. A continuar assim o jornalismo tem os dias contados até cair no descrédito completo, espero que não, mas não está facil provar o contrário.
Quando o mau tempo merece honras de abertura de jornal, das duas uma: ou o mundo parou para ver o Mundial... ou a peça de abertura não ficou pronta a tempo... Não haveria nada mais importante para abrir o jornal que o mau tempo? "No news is good news"?
Enviar um comentário