Os aviões cargueiros também levavam passageiros, viajavamos entalados nas sacas de arroz ou entre as paletes de cerveja. Ali não havia problemas com cintos de segurança nem demonstrações da assistente de bordo sobre como accionar o colete salva-vidas.Uma vez, nas manobras para se encaminhar para a pista, o “Palmeirinha” ficou com uma asa entalada debaixo de outro avião maior. Tivemos de ser nós, os passageiros, a sair para a pista e empurrar o avião de modo a desentalá-lo.
Outra vez, um dos motores do “Palmeirinha” ficou sem pressão de óleo, o piloto fez meia volta e aterramos em Luanda só com um motor a trabalhar.
Mas o que mais recordo das viagens do “Palmeirinha” foi, num regresso da Lunda Norte para Luanda, com o avião com o porão vazio, uma grande futebolada que fiz com o Carlos Santos, a 8 mil metros de altitude, para aguentar o frio que entrava pelas frinchas da estrutura do avião...

Sem comentários:
Enviar um comentário