Hakuna mkate kwa freaks.
segunda-feira, setembro 05, 2011
Bairro Negro, reportagem de 1984
segunda-feira, outubro 19, 2009
Foi bonita a festa

Treze anos da minha vida profissional foram ali passados e gostei de ver a festa. De algum modo, senti-me parte dela. Também apreciei o facto de não ter notado nenhuma tentativa de reescrever a história. A RTP não se envergonha dos que a serviram nem cultiva preconceitos ou rejeições, o que a SIC (por exemplo) já faz, indexando nomes como se, por exemplo, o nome de Emídio Rangel pudesse ser apagado sem escândalo da história do canal. Mas adiante…
sexta-feira, agosto 28, 2009
Genuflexões

Alberto tem o microfone RTP-Madeira sempre aberto para ele…
segunda-feira, julho 06, 2009
Break a leg (salvo seja...)

Cristiano Ronaldo é um belíssimo jogador de futebol. Ponto. Não é um cientista de renome, não ganhou nenhum Prémio Nobel, não se distinguiu em nada excepto a jogar à bola. Mesmo dando de barato que o futebol é um desporto do agrado da maioria das pessoas, nada justifica que todas as televisões do país tenham enveredado por dar cobertura a uma mera operação de marketing de um clube espanhol que, por manifesta falta de vergonha, decidiu pagar um balúrdio pela transferência de um jogador de futebol. No que toca à RTP, não vi nenhum serviço público na indigestão de directos realizados ao longo do dia, desde o aeródromo de Tires até ao hotel de luxo onde o rapaz foi tomar um duche antes de se apresentar à massa associativa madrilena. Quanto à SIC e à TVI, não surpreende a orientação tablóide do critério…
Resumindo, gostaria de saber quanto pagou o Real Madrid pela parceria das televisões portuguesas na operação de propaganda que montou.
quarta-feira, julho 01, 2009
Que se lixem!

José Alberto Carvalho é obrigado, assim, a ir à Comissão de Ética (?) dar explicações sobre os critérios jornalísticos aplicados na RTP e que, pelos vistos, colidem com a necessidade imperiosa de preencher devidamente as quotas noticiosas da actividade partidária. Que se lixe o critério jornalístico, que se lixe o (des)interesse intrinseco das iniciativas partidárias, que se lixe tudo menos o preenchimento das quotas!
segunda-feira, janeiro 05, 2009
Arafat, a oportunidade perdida

Já naquela altura não se conseguia vislumbrar uma solução para resolver o conflito israelo-palestiniano… Acredito até que, hoje, o conflito está mais longe de uma solução negociada do que estava há 20 anos. Na altura, existia Yasser Arafat, um dirigente palestiniano que estava disposto a negociar uma solução com Israel. Arafat tinha uma missão na vida, que era a de criar o estado palestiniano independente e era, portanto, um homem disposto a negociar, ao mesmo tempo que lutava, e os dirigentes israelitas deveriam ter percebido isso. Mas Arafat nunca quis uma paz sem condições e os israelitas nunca estiveram dispostos a fazer reais concessões políticas… perderam-se anos a negociar as fronteiras irreais de um futuro estado palestiniano, que acabou dividido e sem continuidade territorial entre Gaza e a Cisjordânia… Israel preferiu isolar Arafat e deixá-lo morrer e, agora, não tem um verdadeiro interlocutor para negociar… o Hamas responde, primeiro, aos interesses hegemónicos de potências regionais como o Irão e a Síria, que utilizam a causa palestiniana como arma de arremesso para ferir Israel… e ao Hamas pouco interessa o bem estar da população palestiniana…
De modo que percebo, agora, a opção militarista assumida por Israel. Não conseguindo negociar com quem não pode ter boa-fé, resta o confronto aberto e a possibilidade de uma vitória militar. O problema é que este conflito pode não ser controlável, dirigentes árabes e islâmicos mais extremistas podem sentir-se compelidos a agir… e tudo isto pode descambar perigosamente…
Por outro lado, a actual invasão de Gaza pode resultar num fiasco para os estrategas israelitas. Gaza é um imenso aglomerado urbano, com milhares de ruelas e túneis, uma anarquia urbanística super-populada, um sítio ideal para emboscar as patrulhas israelitas. Já era assim há 20 anos, quando por lá andei e hoje não será muito diferente, volto a dizer.
quarta-feira, novembro 26, 2008
E-mail para BB

BB,
quarta-feira, maio 16, 2007
Os novos controleiros

Quanto à qualidade, não percebo como vai ser aplicado esse critério. Primeiro, porque apreciar a qualidade de uma notícia tem uma enorme carga subjectiva. A qualidade depende mais do observador do que da notícia propriamente dita. Se o observador for um tipo de direita, as notícias sobre os sucessos do governo serão de péssima qualidade. Se o observador for mais de esquerda, as notícias sobre as actividades da oposição terão sempre algum defeito. Além disso, com redacções pejadas de estagiários, onde já quase não existem referências profissionais que sejam possíveis de seguir, copiar, pedir conselho e colher ensinamentos, não se pode levar a mal uma certa falta de qualidade. Isto digo eu, que já sou considerado uma espécie de dinossauro profissional…

Quanto ao critério quantitativo, a ERC diz que está a contar o número de notícias que cada noticiário dá sobre o governo e o partido que o sustenta, a oposição parlamentar, a oposição não parlamentar, outras correntes de opinião. E, segundo o documento divulgado no sítio da ERC, o pluralismo político mede-se assim: governo+PS deverão ter 50% das notícias; oposição parlamentar tem direito a 48%; oposição extra-parlamentar, apenas 2%. Portanto, os responsáveis editoriais passam a ter de andar de máquina de calcular na mão e podem meter na gaveta o sacrossanto critério jornalístico.
quinta-feira, abril 12, 2007
Coelhos da cartola

A minha suspeita é que se o Ministro Mariano Gago confirmar a sua decisão “provisória” de fecho da Universidade Independente, alguns coelhos vão começar a sair da cartola.
Quem viver verá.
quarta-feira, abril 11, 2007
Imaginem lá

Eventualmente, o primeiro-ministro irá safar-se desta trapalhada, mas o preço a pagar será altíssimo. Vou tentar explicar porquê.
Imaginem o Conselho de Ministros. Sócrates na cabeceira de uma longa mesa oval e os seus 16 ministros olham para ele e sorriem. Mas de que sorriem eles? De comiseração, de complacência pedante? Eles, entre os quais estão 8 Doutorados, dois Professores Catedráticos e um Mestre, que respeito terão pelo “quase-engenheiro”?
Imaginem Sócrates a ensaiar um discurso sobre qualificação, rigor ou equidade… quem não irá sorrir, a partir de agora?
Imaginem como deve ter mudado a relação entre Sócrates e Cavaco Silva. O primeiro-ministro fragilizado por esta questão que mancha a sua honorabilidade, face a um PR reconhecidamente austero e suspeito de alguma perfídia política.
Diz-se que o tempo tudo cura, mas a ferida é profunda e vai levar tempo a cicatrizar.
quarta-feira, março 28, 2007
Ainda Salazar...

Lisboa, 28 Mar (Lusa) - O Bloco de Esquerda exigiu hoje explicações à RTP sobre o seu "concurso farsa" que "entronizou" Oliveira Salazar como "o maior português de sempre", fazendo uma "rasteira apologia do salazarismo".
Numa declaração política no período antes da ordem do dia do plenário da Assembleia da República, o deputado do BE Fernando Rosas teceu duras críticas ao programa "Grandes Portugueses", que terminou no domingo com a escolha de Oliveira Salazar como "o maior português de sempre", considerando que o Parlamento tem o dever de exigir explicações.
"Esta Assembleia, órgão por excelência da soberania popular e sede primeira da democracia - essa democracia que o fascismo proibiu e espezinhou - tem o estrito dever de exigir da televisão pública as explicações que são devidas à luz do regime legal e constitucional a que está vinculada", sublinhou Fernando Rosas.
Agora, digo eu. Foi uma coincidência, mas a verdade é que li isto logo a seguir a um amigo me ter chamado a atenção para o facto curioso de Salazar ter sido eleito “o maior” no canal televisivo cujo vice-presidente do Conselho de Administração é um salazarista confesso.
Ponces Leão assim o admitiu, faz agora um ano, numa entrevista ao Expresso, onde se declarava nacionalista, admirador de Salazar e onde expressou algumas pérolas do seu pensamento político, tais como algo do género (referindo-se aos Palop) “os pretos não estavam preparados para a independência”.
segunda-feira, março 26, 2007
Lembrar Salazar

És um verdadeiro artista, já o sabíamos, de resto. Quem não sabe do modo habilidoso como safaste os teus amigos daquele escândalo pedófilo que ficou conhecido por “ballet rose”? Vocês, seus maganões, andaram a comer as meninas e, no final, foram absolvidos pelo juiz obediente e abençoados pelo Cerejeira. É isso que é admirável, mantiveram esse ar de figurões importantes, muito respeitáveis, embora podres por dentro. Ainda hoje a coisa perdura. É obra!
quarta-feira, março 21, 2007
Prateleiras

Aqui há tempos, o Mário Crespo foi contactado pelo Diário de Notícias, para uma reportagem sobre as ditas “prateleiras”. O Mário viveu alguns anos, na RTP, nessa situação de ostracismo. Foi ainda no tempo em que o José Eduardo Moniz mandava e desmandava na RTP. A situação do Mário acabou por ser resolvida com a sua transferência para a SIC e com uma tardia decisão em tribunal que lhe deu razão. Por ser um caso paradigmático de um trabalhador com experiência em “emprateleiramentos”, o repórter do Diário de Notícias tinha, então, escolhido o Mário para entrevistar. O trabalho foi feito a preceito, com uma boa produção fotográfica e tudo. Mas a reportagem nunca mais sai. Será que foi “emprateleirada”? Será que a influência de Moniz (um velho amigo de Oliveira, o novo patrão do Diário de Notícias) tem alguma coisa a ver com isto? O que será que se passou?
terça-feira, março 20, 2007
A televisão que temos (2)
Balsemão foi à pantalha pública confessar o seu medo pela existência da Entidade Reguladora da Comunicação. O homem tem medo de ser examinado, avaliado. Porque a ERC (com a nova Lei da Televisão que aí vem) passará a ter o dever de avaliar periodicamente o desempenho dos operadores de televisão. No limite, a ERC poderá não renovar as licenças aos prevaricadores. E Balsemão revelou medo. Ele lá sabe.

Balsemão e Morais Sarmento
Morais Sarmento, também lá esteve. O ex-ministro de Durão Barroso que tutelou a Comunicação Social, teve um discurso hábil e muito político. Chegou mesmo a lamentar que, hoje, Marques Mendes não reconheça o bom trabalho que foi feito no serviço público de televisão.
Santos Silva, o actual ministro que tutela a Comunicação Social defendeu bem a sua dama e lembrou ao Dr.Balsemão que os operadores privados usam um bem público, que para isso são licenciados pelo Estado e por isso têm de cumprir com um caderno de encargos. E que não há renovações automáticas de licenças de televisão. Embora, de facto, a questão da renovação só se coloque daqui a 15 anos. Nem percebo porque razão o Dr.Balsemão se preocupa tanto com isso.
Fátima Campos Ferreira
Almerindo Marques jogava em casa. Desajeitado a falar, consumiu-se em auto-elogios. Foi ele o salvador da RTP, confessou Almerindo ao mundo. Mas disse uma coisa interessante: a RTP custa, a cada cidadão, por ano, 26 Euros e trinta cêntimos apenas. Sendo assim, até sai baratinha, esta televisão.
segunda-feira, março 19, 2007
A televisão que temos

Hoje, exceptuando o telejornal da RTP 2, pouco noticiário internacional se vê nas televisões. Normalmente, limitam-se a dar uma notícia ou duas e fecham a loja. Além dos massacres diários de Bagdad, só temos direito a alguma notícia sobre desastres de comboios ou de aviões, desde que morram muitos.
segunda-feira, março 12, 2007
Será eco?

Realmente, seria uma boa ideia o Estado pagar à SIC ou à TVI o serviço público. Era mais uma fonte de rendimentos para Balsemão e outros que tais, matava-se o problema da divisão da publicidade que a existência da RTP provoca e, então sim, a sustentabilidade das privadas estaria assegurada ad eternum. Pacheco Pereira deve ter tirado da boca de Balsemão tais palavras.
Diz ele, ainda, que a RTP sempre serviu os regimes instalados. Pois serviu. Serviu a ditadura (que remédio…) e serve, agora, o regime democrático. A RTP serve de bitola para que as privadas não descambem na vulgaridade absoluta e na indigência total quanto à qualidade da programação. Sem a RTP, a tabloidização da pantalha seria inevitável. Mas isso não interessa nada, pois não, Pacheco Pereira? Sem a RTP, quem garante que uma televisão como a SIC, por exemplo, controlada pelo militante nº1 do PSD, não iria servir os interesses instalados no seu interior?
Por último, achei curioso verificar que Pacheco Pereira conhece bem como se monta o controlo sobre um canal de televisão: “tudo isto se faz sem qualquer conspiração, ou telefone directo, ou instrução ou ordem, mas em primeiro lugar pela escolha para os lugares-chaves de pessoas confiáveis”. Pois é assim mesmo que se faz, confirmo eu. Mas também é assim que se faz nas privadas. Rigorosamente da mesma maneira. E, além disso, convém lembrar, já agora, que tanto a actual administração da RTP como a quase totalidade da sua estrutura hierárquica, foram nomeadas no tempo do governo do… PSD.
quarta-feira, março 07, 2007
50 anos

O resto da história não vem, agora, ao caso. Apenas quero dizer que estou contente por a RTP ter conseguido aguentar o embate das televisões privadas e começar, agora, a conquistar cada vez mais audiência. Das televisões que temos, é a que vejo.
Só acho que está na hora da RTP deixar de ser administrada por contabilistas e gestores de lobbies, agora que a empresa está financeiramente saneada, segundo parece. Não quero que a RTP volte ao despesismo dos tempos do Moniz, mas acho que o serviço público não tem que dar lucro. Só tem de dar boa programação.
quinta-feira, fevereiro 08, 2007
Artes e manhas

Pois, face à sua decisão de relegar os tempos de antena para as 19 horas (ou seja, antecipar em cerca de ½ hora o habitual horário de transmissão), a Assembleia da República acaba de aprovar uma nova lei que obriga a RTP a colar os tempos de antena ao Telejornal.
Os deputados consideraram que a decisão de Nuno Santos desconsiderava a importância dos tempos de antena e que os relegava para um horário de menor audiência.
Embora, porventura, alheios a essa realidade, os deputados acabaram de fazer um grande favor à SIC e à TVI. As audiências do Telejornal irão baixar, com toda a certeza, sempre que a RTP tiver de passar tempos de antena imediatamente antes. Os tempos de antena são, normalmente, tempo para zapping e muitos telespectadores, uma vez mudado o canal, irão ficar entretidos com qualquer outra programação. O Telejornal, cujas audiências têm sido uma pedra nas engrenagens da SIC e da TVI, fica assim mais fragilizado.
Assim, temo que as audiências dos tempos de antena, às 19h30 ou 19h45, acabem por ser ainda menores do que seriam às 19 horas.
Digamos que se, por absurdo, esta polémica tivesse sido engendrada pelo Dr.Balsemão, não teria sido mais eficaz...
segunda-feira, fevereiro 05, 2007
O democrata

Fabulosamente mortal, a rábula do “democrata” que tudo aceita, mas que impõe a sua opinião a todos os outros. Como o próprio Marcelo tinha acabado de reconhecer, no seu tempo de antena, a seguir ao Telejornal, apanharam-lhe mesmo os tiques e o sorriso rasgado à faca. Tal & qual.
domingo, janeiro 28, 2007
O grito dos caranguejos
Depois, na TSF, onde trabalhei durante 2004, aprendi a valorizar o som ao pormenor. A rádio exige sons limpos, audíveis, palavras bem soletradas. A rádio pede-nos textos descritivos, que substituam a imagem que não existe, mas que se forma na cabeça de quem ouve. A rádio pede-nos sons luminosos, como o crepitar das chamas nos fogos da Arrábida, o chape-chape do Tejo contra o costado dos botes da pesca artesanal, o tremor na voz de quem vai ficar sem a barraca no Bairro Estrela d´Africa, a exaltação contida de quem vai ficar sem o emprego na Docapesca, o tic-tic-tic da agulha eléctrica do tatuador no Vale das Almas (memórias soltas dos trabalhos que fiz na TSF). O pior que pode haver em rádio é ruído na comunicação. É por isso que sempre detestei aqueles momentos dedicados à bolsa, em que alguém despeja uma catadupa de palavras estranhas e pouco perceptíveis sobre o sobe e desce, as percentagens, os ganhos e perdas, das empresas e dos índices de não-sei-de-quê. Aquilo deve ser bem pago pelos patrocinadores, mas, na minha opinião, não faz sentido em rádios generalistas, julgo que só afugenta ouvintes.
O som é, portanto, da maior importância para a percepção que temos da vida. Como já repararam, há sons que nunca esqueci, como o do serrote na tíbia do senhor Nicolau. Estou-me a lembrar, também, por exemplo, de um som estranhíssimo que, julgo, a maioria das pessoas nunca ouviu. O som do caranguejo. O caranguejo emite sons, baixinho mas emite. Há uns anos, há muitos anos, de facto, estava com o Paulo



Acerca de mim

- CN
- Jornalista; Licenciado em Relações Internacionais; Mestrando em Novos Média