Memórias de muitos anos de reportagens. Reflexões sobre o presente. Saudades das redacções. Histórias.
Hakuna mkate kwa freaks.











domingo, fevereiro 28, 2010

Euskadi Ta Askatasuna


Um tipo que se chama Ibon Gogeascoechea foi preso em França. Leio nos jornais que é o “chefe”, o “nº1” da ETA. Periodicamente, os jornais anunciam a detenção de chefes da ETA. Os governos espanhóis, de direita ou de esquerda e desde os tempos da ditadura, prometem uma solução definitiva para a questão basca e… falham. Hoje, Espanha tem aliados em todo o lado, nomeadamente nos países vizinhos, Portugal e França prendem bascos e extraditam-nos. Tratam-nos como se fossem criminosos comuns. Mas não são. E enquanto a questão basca não for encarada como um problema político, não haverá solução.
Espanha tem mais de 800 bascos encarcerados. Os bascos não são mais de 3 milhões… ou seja, 2,7% dos bascos estão presos… Se isto não é um problema político, não sei o que será… Gostaria de ver a comunidade internacional preocupada com esta questão, preocupada em encontrar uma solução negociada e não, apenas, preocupada em esmagar um anseio de Liberdade que, olhando para a História dos povos, jamais será completamente afogado.

12 comentários:

Helder MC disse...

Parece-me que há algo de errado com esses números.

margarida disse...

E este pensamento carece de desenvolvimento elucidativo. Por favor.

CN disse...

Não sei bem o que quer que lhe diga mais, Margarida. A comunidade inernacional quis desmembrar a Yugoslávia e deixar nascer estados como o Kosovo, a Bósnia, a Macedónia. Quis deixar viver o sonho que era a criação de Timor-Leste... não se importou que nascessem novos estados do desmembramento da URSS... não percebo porque não se pondera a ideia da criação de um estado para os bascos, tanto mais que no âmbito da União Europeia essas novas fronteiras ficarão bastante diluídas... o que quero dizer é que seria mais útil negociar, em vez de reprimir.

margarida disse...

Mas a acção terrorista da ETA causou tanto mal e continua a causar (ou a pretendê-lo) que não inviabiliza qualquer negociação, conversação ou disponibilidade sequer para os ouvir?
Quando não se abandonam as armas e se mata indiscriminadamente, que sentir?
Entenda - eu tenho é dúvidas.
Mas simpatia alguma, p.ex. por aqueles que em solo nacional se preparavam (preparam, ainda?) para causar mal.
O mundo não cessa de ser confuso...
- e obrigada pelo desenvolvimento. Esclareceu a sua ideia. :)

CN disse...

o terrorismo da ETA tem de ser visto numa sequência de causa-efeito. Quem deu início à violência? Foi o Estado espanhol? Se foi (não sei se foi) a violência da ETA tem alguma justificação... não nos podemos esquecer que os Estados arrogam-se no direito ao monopólio da violência... mas eu acho que um Estado que exerça violência desmedida sobre os seus próprios cidadãos acaba por perder legitimidade e dar justificação à revolta. Além disso, as coisas não podem ser avaliadas por critérios dúbios ou ambivalentes. O que foi bom para Timor, Bósnia, Kosovo (etc) deve ser bom para todos os outros povos que lutam pela autodeterminação. É o caso dos bascos e dos de Cabinda (outro exemplo).

Anónimo disse...

Eu estva admirada do Carlos ainda não ter feito um post sobre Cabinda... ms ainda bem que falou nisso. Parece que os portugueses estão bastante por fora de tal questão... ainda se fosse Cashemira (Veja Aqui que maravilha, Carlos e decerto já lá esteve.) :)
ou outro enclave assim longínquo... justificava-se. Mas os Media fazem questão de esconder o que Portugal faz de "terrorismo" compactuar com terroritas, como Eduardo dos Santos. No fundo a República Portuguesa, está a ser "terrorista" para com o povo de Cabinda. Como o Carlos subentende, mais terroristas são os que governam!

Anónimo disse...

Desculpe mas estava com fome e engoli umas letritas, como de costume, aliás. Sopa de letras que é muita boa! :)))

manuel gouveia disse...

Existe muito de delito comum nessa questão Basca... de extorsão e crime organizado. O certo é que a maioria do povo basco (na parte espanhola) não vota nos separatistas!

CN disse...

Claro Gouveia, tem razão. Mas continuamos a falar do mesmo - a questão é política. A ETA precisa de financiar o esforço da sua guerra... e vai buscar esses financiamentos onde lhe é possível. Julgo que isso é compreensível (podemos é não aceitar) e, de resto, sempre assim foi. Já na época medieval os senhores da guerra se alimentavam pilhando e extorquindo ao povo. Ora, isso não tem nada a ver com a justa razão de um anseio de Liberdade, de serem independentes, mesmo se, como diz, a maioria do povo basco não vota neles. Eu acho que vota, o problema é que a maioria da população já não é basca, é espanhola...

LA disse...

Conheço alguns bascos e eles contam-me que, por exemplo, os seus presos são sempre postos em cadeias distantes, como na Andaluzia, para os castigar, dessa maneira as famílias têm muitas dificuldades em visita-los, além de que são presos por tempo indeterminado muitas vezes sem grandes provas.
Além disso estão sempre a obriga-los a fechar os partidos políticos, têm que começar outros. Para além de terem problemas com os seus jornais escritos em basco.
Agora não me lembro bem de certos pormenores mas por aquilo que oiço os espanhóis ainda actuam com uma mentalidade um bocado fascista.
Parece-me que concordo com o Carlos, hoje em dia seria fácil crira um estado basco dentro da UE e acabar com os problemas. O que não parece agradar aos espanhóis é que uma das regiões mais ricas, a par da Catalunha, saia de Espanha e deixe de contribuir para a sua economia.

Tenho pena dos bascos mas meto-me com eles na brincadeira, digo-lhes: sois fraquinhos, olha que nós, os tugas, mandamos foder os espanhois, somos poucos mas fodiamos-os!

João Henrique disse...

É tudo uma questão de tempo.
Como alguém disse: "Por mais que a burguesia falsei a História, ela dá sempre razão aos oprimidos..."
Um abraço-

Dylan disse...

Se fossemos falar de todos os movimentos independentistas e dos seus direitos "à liberdade" não podiamos esquecer a causa norte-irlandesa e o que se passa na Córsega. No entanto, esses direitos não podem andar de mãos dadas com o terrorismo. Deve ser essa a causa do seu encarceramento, digo eu. Digo mais, devem ter ar de meninos de coro...
Quanto à questão basca, o seu estatuto de Comunidade Autónoma já lhe dá regalias que muitos movimentos pró-independentistas nunca ousaram sonhar. Porque não podemos confundir presos políticos com terroristas que, efectivamente, alguns são.

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Jornalista; Licenciado em Relações Internacionais; Mestrando em Novos Média

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