Se não fossemos um povo de medrosos, de acomodados, de resignados, as várias manifestações de ontem não teriam cabido nas ruas por onde desfilaram. Mas o que se viu foi meia dúzia de tipos em Loures, na manif da UGT e alguns milhares na Cidade Universitária na manif da CGTP. Foi pouco, numa sociedade cheia de desempregados e de trabalhadores em situação precária, submetidos à ditadura do “recibo verde” a troco de um rendimento miserável.
Como é que um povo que se lançou ao mar para dar novos mundos ao mundo se transformou nisto?
Como é que um povo que se lançou ao mar para dar novos mundos ao mundo se transformou nisto?
11 comentários:
Calhou!...
Ó Carlos Narciso quer que lhe explique? Quem mesmo que lhe explique!!? Veja lá... olhe que ainda lhe explico como é que um país de marinheiros se transformou em costureirinhas da Sé. Olhe que não é dificil... mas veja se quer mesmo que alguém lhe explique o porquê e as causas da merda a que isto chegou, ou, como se dizia em terras que você também conhece. Djito ka tem. ou ainda melhor: I ka mim qui ta mata Cabral. Ou ainda nha boca ka sta la... enfim
Acho que o povo não se transformou nisto, sempre foi assim. Por isso mesmo, espanta-me que tenha sido capaz de se lançar ao mar para dar novos mundos ao mundo. Talvez isso só fosse possível noutros tempos, quando o mundo era diferente e não conhecia outros mundos. Se calhar, nós ficámos parados no tempo e foi o mundo que mudou. E a culpa, ainda por cima, parece que foi, em grande parte, nossa... Se tivéssemos ficado quietinhos e não nos puséssemos a "dar novos mundos ao mundo", agora ninguém reparava que nos tínhamos deixado ficar para trás, ninguém perceberia que este povo é um atraso de vida...
Como gostaria de saber responder a isso, caro Carlos.
Grande abraço.
De facto dá que pensar.Mas numa sociedade de consumismo desenfreado e regida pela máxima do entretei-vos uns aos outros acaba por não ser muito surpreendente esta apatia.O entulho informativo e o telelixo que nos é servido diariamente só pode gerar mortos cerebrais sem opinião própria e sem capacidade para raciocinar e pensar pela própria cabeça.A cultura contemporânea de exaltação do fútil do medíocre e de todo o género de inanidades é o soporífero mais eficaz e proveitoso que a classe reinante inventou para manter as populações que governam num saudável-pelo menos do ponto de vista deles-sono dos justos.
Esperemos que ao acordarem,pelo menos,sejam daqueles que têm mau humor,e esbocem algum tipo de reacção por mais pequena que seja.
parece-me que a pergunta é retórica... se não for, respondo com um
assim sempre
desde sempre
para sempre
e continuaria a ensaiar esta eternidade se não me doesse tanto...
Que direi eu, então, aqui do Brasil, com nossa situação tão difícil? Uma pequena elite tão rica e poderosa e o restante se matando entre si...
O mundo não é muito compreensível, explicável, sim, mas compreensível, não.
Um abraço
Não, não foi sempre assim. Eu lembro-me de diversos 1ºs de Maio bem comemorados.
Mas as pessoas estão cansadas de se manifestarem para nada. Desacreditaram. Os movimentos sindicais trabalham mal. Nada muda. E os mais novos não têm consciência da perda de direitos.
Quem tem hoje 20, 30 anos, provavelmente sempre trabalhou a recibos verdes. Se só conhece essa realidade, torna-se natural. Os sindicados perderam a força. Torna-se um ciclo vicioso: trabalham mal e as pessoas não os apoiam; não os apoiam e trabalham mal. Eu acho que o meu sindicato me representa muito mal. São uma cambada de bananas. São mesmo.
Boa questão!
Há muitas respostas e muitos culpados. Há quem culpe Afonso Henriques, há quem se fique pelo Salazar...
Mas penso com mais cultura, educação e amor próprio, é possível fintar os "arautos da desgraça".
Se calhar somos é um povo de merdosos (com o perdão da má palavra)...
Carlos
Dizes muito bem um país de medrosos e acomodados...........
Angustia-me esta situação, o 25 de abril, sabes não foi feito pelo povo, mas sim por algums já fartos da merda que era este país, penso que agora será muito mais dificil esses alguns aparecerem de novo....
Viva a nova revolução
Agora que se una o povo
E não se calem sa vozes
Abraço
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