É verdade que são, todos eles, antigos agentes partidários, mas temos de lhes reconhecer o direito à mudança. Só não muda de opinião quem perdeu a capacidade de aprender. Na escola ou com a vida.
Quero então chamar-vos a atenção para o que escreveram José Pacheco Pereira e Paulo Pedroso nos respectivos blogues.
Pacheco Pereira, num texto intitulado A Terceira Entidade, relembra os seus tempos de líder da distrital de Lisboa do PSD, época em que confessa ter aprendido muito sobre o mecanismo partidário e diz que só ainda não escreveu as suas memórias sobre esse período porque “os nomes circulantes continuam por aí”. Gente que, segundo a opinião expressa por Pacheco Pereira, “farão tudo para se defender e aos seus lugares, e farão tudo para varrer os outros dos lugares. É a lei da selva mais dura que para aí anda, com um grau de produção de "inimigos íntimos" sem dimensão fora da política, mas "eles" são a distrital de Lisboa e não há outra.”
Lindo, não acham? Este texto foi publicado no Abrupto em 5 de Maio e também no jornal Público.
Uns dias depois, a 10 de Maio, no Canhoto, Paulo Pedroso amargava uma prosa incomodativa sobre os factos que obrigaram Helena Roseta a desfiliar-se do PS e a aventurar-se numa campanha eleitoral independente para a presidência da Câmara Municipal de Lisboa. Segundo Paulo Pedroso, há 3 meses que Helena Roseta escreveu uma carta a José Sócrates disponibilizando-se para a luta eleitoral e nunca recebeu resposta. E isso não se faz, diz Pedroso: “detesto a gestão política pelo silêncio, a corrosiva guerra de nervos. Ela tem efeitos perniciosos sobre a coesão dos grupos, mas conheço gente demais, por vezes até bem intencionada, que abusa desses silêncios convencida que assim fica mais vincada a assimetria da sua posição de poder sobre quem discorda ou diverge. Elegantemente, Roseta diz que as pessoas são livres de responder ou não às cartas que recebem, mas discordo dela nesse ponto. Qualquer militante tem direito a uma resposta, seca e curta que seja, do Secretário-Geral do partido a que pertence, quando se lhe dirija de forma urbana e cordata.”
Ou seja, e só posso concordar com Paulo Pedroso, o Secretário-Geral do PS devia ter respondido a essa carta, nem que fosse para dizer não. A soberba é que não se aceita.
6 comentários:
Elucidativo.
Embora não seja novidade nenhuma, como o "polvo" partidário funciona, 33 anos depois de Abril.
É por isso que as pessoas sérias que aparecem nos partidos são corridas, porque a política cada vez tem menos espaço para a seriedade.
Tudo isto é política. Quase tudo isto é (o mesmo) fado.
Mas, como dizia a outra, não menos famosa (€), isso agora não interessa nada...
As minhas desculpas por colocar aqui informação sobre um tema que não está relacionado com este post! Mas julgo que é um assunto que lhe poderá interessar...
Gazeta Digital (http://gazetadigital.blogspot.com/)
DESTAQUES DAS NOTÍCIAS PUBLICADAS NA IMPRENSA INGLESA SOBRE A ACTUAÇÃO DAS POLÍCIAS PORTUGUESAS NA INVESTIGAÇÃO DO DESAPARECIMENTO DE MADELEINE MCCANN
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O RETRATO-ROBÔ FEITO PELA POLÍCIA PORTUGUESA É APENAS O DESENHO DE UM OVO COM ALGUNS RISCOS NO TOPO, A FAZER DE CABELO (IMAGENS PUBLICADAS PELO DAILY MAIL E TELEGRAPH.COM)
Telegraph.com
Daily Mail
[May 10 - 2007]
"[…] Staff at hotels, restaurants and bars in Praia da Luz where the McCanns are staying, and nearby towns, have been shown […] a computer-generated image which looked like "an egg with hair. […]Simon Russell, 40, a half-English, half-Portuguese video store owner said yesterday that he was visited by officers who showed him a computer-generated image which looked like "an egg with hair".(...)
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MARTIN BRUNT (JORNALISTA DA SKY NEWS): "MAIORIA DAS NOTÍCIAS SOBRE MADELEINE MCCANN PUBLICADAS PELOS JORNAIS PORTUGUESES SÃO "CULHOES"..."
[May 13, 2007] "
(...) I'm having to rely for information on the local Portuguese Press whose accuracy is sometimes highly questionable. One paper seems to have good contacts. The rest of the stuff is best described as "culhoes". In neighbouring Spain that would be "cojones." Each morning, with the help of a translator, I have to pick my way through the minefield of flyers.(..)
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OPINION
Martin Brunt: another howling blood-thirsty British tabloid journalist, willing to kill – or let someone be killed – to have a story (*)
By Paulo Reis
Adolf Hitler didn’t managed to conquer Great Britain during the II World War, but some nazis took control over a few newspapers, until today...
By Paulo Reis
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Paulo Reis
Jornalista (Carteira Profissional nº 734)
pjcv.reis@gmail.com
Yahoo Messenger: pjcv_reis
Windows Live Messenger: pjcv_reis
Gazeta Digital
(http://www.gazetadigital.blogspot.com/)
Meu caro, o que mais me irrita nem é saber que esta gente como as coisas são feitas e a sua denúncia tem, obviamente, importância sociológica. O que me atormenta é saber, também, que estas pessoas são elegantes a denunciar o tal "polvo" mas são mestres na forma de a ele se adaptarem quando chega a sua vez. Há um grave e quase inultrapassável problema em Portugal. Nas quesões do poder é bom pertencer a um clan. Podem passar-se anos, mas chega sempre a nossa vez quando se pertence a um grupo, no Governo, nos partidos, nas empresas. O que se perde na "oposição" ganha-se depois quando o nosso clan chega ao topo da hierarquia. Mas, e aqueles que não pertencem, náo querem partencer e acham que ainda não vale tudo, porque têm dignidade, porque não se submetem ao lambe-botismo nacional, vão vendo a alternância de poderes beneficiar uns e outros a um ritmo visível. Porque quem detêm poder só pensa em criar mecanismos de defesa, barreiras primárias para o embate com atribuições de benesses a uns peões miseros dispostos a defender a torre dos senhores do poder. Os outros, que não alinham nestas merdas, nesta filha-da-putice nacional, vão-se aguentando nas ramadas mais baixas da dignidade sem bater no chão. Mas a dignidade só em raros casos paga as fraldas dos filhos... este país está f...
fico com a sitação.
"Errar é humano. Culpar outra pessoa é política." Hubert H. Humphrey.
Sobre os tais "culhões" que são o jornalismo português. É verdade!!! E então, isso é alguma novidade para alguém? sê-lo-á sim, para quem é "culhão"... e, caramba, o jornalismo português está cheio deles. Gente inculta, sem vergonha, mal preparada profissionalmente, é certo, mas, e isso é o mais grave, mal preparados como criaturas. Nada de novo. Mas já nada me surpreende, quando alguns dos chefes de topo das tv´s, jornais e outros, são tipos que fazem perguntas deste tipo a uma mãe que acabou de perder dois filhos num rio: "Como é que a senhora se sente?". Ou tipos que nunca fizeram mais que ser cabides para microfones ou coisas que tais, a chegarem a direcções... enfim. Tanto "culhão" que eu até acredito que o inglês(país quase tão merdoso como Portugal só mesmo a Inglaterra!!) escreveu colhões com "u" para não tratar mal os ditos cujos...
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