Memórias de muitos anos de reportagens. Reflexões sobre o presente. Saudades das redacções. Histórias.
Hakuna mkate kwa freaks.











quinta-feira, maio 03, 2007

A exaltação

Não vi o debate, mas na reportagem do Paulo Dentinho (hoje, no programa da manhã da RTP) ela aparecia indignada, com o tom de voz um pouco elevado. Logo o adversário lhe aconselhava calma, porque a exaltação parece mal, conforme está convencionado e ele tentou tirar partido disso. E ela respondia-lhe que não estava enervada, que estava, apenas, indignada, que mantinha intacta a sua capacidade de revolta, como quem diz que continua a ser gente, apesar de estar ali a disputar o poder total de uma das nações mais importantes da Europa.
Porque parece mal aparecer enervado num debate político televisionado? Os nervos à flor da pele denunciam fraquezas escondidas? Pois eu acho que essa é mais uma convenção estipulada pelos cínicos, por aqueles que nunca se zangam porque são capazes de todas as cambalhotas e contorcionismos para se manterem à tona. Gosto de gente que se zanga e que se enerva, que se indigna e se escandaliza, se revolta e luta por aquilo em que acredita. Julgo que era disso que se tratava no debate entre Ségolène e Sarkozy, naquele extracto que apareceu na reportagem do Paulo Dentinho. Ela defendia uma lei que, quando fez parte do governo, tinha implementado em defesa dos direitos das crianças fisicamente incapacitadas, uma lei que ele desmantelou em nome de um liberalismo económico pouco sensível aos problemas das pequenas minorias da população. Se eu fosse francês, votaria em Ségolène.

8 comentários:

andrea disse...

Por maioria de razões o voto em Ségolène é aconselhável, aos Franceses bem entendido, mas também para nós Portugueses era preferivel que ela ganhasse e isto tendo apenas em conta o que o outro pensa fazer aos emigrantes.
Enfim...

Isabel Victor disse...

"direitos das crianças fisicamente incapacitadas, uma lei que ele desmantelou (...)" !

ora aí está !
eU TB vOTARIA Ségolène ...

mas a FRANÇA das luzes e das ideias, pátria da modernidade, em pleno sec XXI, ainda não está preparada para ter uma presidente mulher (essa é que é essa ! )

artista disse...

Mesmo que Ségolène tivesse metido a pata na poça. Qual eram as hipóteses do o Sr. escrever que ia votar no Sarkozy? Aposto que seriam nulas. Logo este post, foi um puro exercicio de prozelitismo cinico. Obviamente, sem ofensa, nem demérito de outros posts deste blog.

madrid

inominável disse...

eu não sou francesa, mas voto intimamente na Segolène... mesmo que o meu voto simbólico, esse que não entra nas urnas, não sirva para nada...

JLD disse...

Caro Narciso, folgo em saber que o espírito crítico continua bem vivo, apesar de tudo. Quando tiveres tempo, espreita o meu blog: http://lote77.blogspot.com.
Uma abraço... e espero que em breve possamos voltar a trabalhar juntos.
JLúcioDuarte

LA disse...

Ó Isabel, até o Paquistão já teve uma presidenta, a Índia já teve a Ghandi, há a actual PM de Moçambique, há a da Libéria em Africa, etc! Não me lixes, não sejais cagonas, a França até é um país situado na Europa!

Patrícia Nogueira disse...

Se muitos de nós fossemos franceses Ségolène ganharia.

Ida disse...

Eu também votaria... E discordo do "macho do sul" (raisparta o nick, homem!), cada um tem direito a fazer o proselitismo q bem entende, e thanks god tu não tens mesmo hipótese de votar no Sarkozy, do contrário eu nem aparecia aqui, não haveria nada de interesse para os meus olhos... Assim, ainda vou acreditando que há algo que valha a pena por aí.

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Jornalista; Licenciado em Relações Internacionais; Mestrando em Novos Média

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