Encontrámo-nos em Nice, durante uns Jogos Mundiais de Jornalistas, um evento bienal organizado por uma associação internacional de jornalistas a que o Sindicato dos Jornalistas português costumava aderir.
Aquilo era sempre uma paródia e eu fazia tudo para não faltar. Daquela vez inscrevi-me na equipa de xadrez, mas acabei por ter de jogar futebol sob pena da equipa não poder entrar em campo por falta de quórum. Ela estava na bancada, a assistir ao jogo.
Nessa noite encontrei-a num cocktail. Começamos a conversar e nunca mais nos largámos. Até perdi a camioneta que trouxe a malta de volta para Lisboa. Tive de vir de comboio, no dia seguinte.
Umas semanas depois, namorávamos ao telefone. Eu em Lisboa, ela em Paris, onde trabalhava na embaixada do Canadá. Um dia, deu-me a louca e disse-lhe que no dia seguinte, ao meio-dia, estaria à espera dela debaixo da Torre Eiffel. Meti-me no carro, fui a casa enfiar umas t-shirts num saco e pus-me a caminho de Paris. Guiei 24 horas seguidas, mas ao meio-dia estava debaixo da Torre Eiffel. Ela apareceu à hora marcada. Foi um beijo muito louco.
Foi em 1983 e não sei porque me lembrei disto agora. Mas deu-me uma saudade de Paris. É uma cidade onde se pode ser feliz.
A foto é de Robert Doisneau.
Aquilo era sempre uma paródia e eu fazia tudo para não faltar. Daquela vez inscrevi-me na equipa de xadrez, mas acabei por ter de jogar futebol sob pena da equipa não poder entrar em campo por falta de quórum. Ela estava na bancada, a assistir ao jogo.
Nessa noite encontrei-a num cocktail. Começamos a conversar e nunca mais nos largámos. Até perdi a camioneta que trouxe a malta de volta para Lisboa. Tive de vir de comboio, no dia seguinte.
Umas semanas depois, namorávamos ao telefone. Eu em Lisboa, ela em Paris, onde trabalhava na embaixada do Canadá. Um dia, deu-me a louca e disse-lhe que no dia seguinte, ao meio-dia, estaria à espera dela debaixo da Torre Eiffel. Meti-me no carro, fui a casa enfiar umas t-shirts num saco e pus-me a caminho de Paris. Guiei 24 horas seguidas, mas ao meio-dia estava debaixo da Torre Eiffel. Ela apareceu à hora marcada. Foi um beijo muito louco.
Foi em 1983 e não sei porque me lembrei disto agora. Mas deu-me uma saudade de Paris. É uma cidade onde se pode ser feliz.
A foto é de Robert Doisneau.
16 comentários:
É uma boa história para ser recordada, assim como Paris é uma boa cidade para ser lembrada.
Ah! Que saudades!
A tal "louca" dá nos jovens, vasculhar no sótão acontece quando já falta, ou começa a faltar a coragem que só os putos têm. Recordar é viver... mas mata!
Bolas, que até fiquei com vontade de ir a Paris, uma cidade que nunca me atraiu...
pode ser-se feliz em (quase) todos os lugares... às vezes, faltam as oportunidades ou a coragem... eu acho que se pode ser feliz em Berlin...
Embora se diga que a foto é resultado de uma encenação eu acho-a o máximo!
A Place Hôtel de Ville é um dos espaços de referência desta cidade maravilhosa onde eu gostaria de ir, pelo menos, uma vez por mês.
Há sempre nela algo a descobrir!
Todavia, contar histórias bonitas não mata, caro ricardo.
esqueci-me de aconselhar os filmes "before sunset" e "before sunrise", com o magnífico cenário que é Paris e cujo enredo se assemelha, de certo modo, ao teu...
Nem te atrevas, com isto, a fazer-me lembrar as minhas histórias desta natureza, a ver se não me atiro já aqui para cima do sofá a chorar que nem uma Isabela emparvecida!
As minhas férias, este ano, vão ser em Paris, by the way.
Que história deliciosa! E ainda por cima a ilustras com uma das fotos mais deliciosas que conheço, ou pq sou tendenciosa e adoro Doisneau, Atget e Cartier-Bresson com seus fantásticos P&B. Ou porque como tu (e todos) já fiz loucuras ou fui alvo delas.
A Rosa dos Ventos tá certíssima, há coisas que se fazem preferencialmente em Paris, et nulle part ailleurs. Deve ter sido mesmo um beijo muito louco e inesquecível.
Lindo!
Lembrou porque é mesmo uma história linda e inesquecível. Como a foto.
Bela história e bela cidade...
p.s. o before sunrise passa-se viena. só a sequela before sunset é em paris
Estas histórias " amaciam " a vida ...
e merecem celebração !
Abraço
É bonito oamor, boa semana.
Sem loucura não há emoção . não há exaltação...
Senti um arrepio. Apetece-me voltar a ser louco.
Obrigado
Esta história fez-me lembrar uma outra história, também, vivida em Paris, com uma loucura igual e de um amor que é o meu....
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