Ontem, houve uma greve no “Diário de Notícias”, “Jornal de Notícias”, “24 Horas” e “O Jogo”, títulos do grupo da Controlinveste. Alguém deu por isso? Os jornais saíram na mesma e, na mesma, foram vendidos… e se não espanta que a adesão à greve não tenha ultrapassado os 32%, lamento que ao menos os heróicos grevistas não tenham beneficiado da solidariedade do público. Mas tudo indica que ninguém se preocupou com a causa da greve, que era a de tentar evitar o despedimento de 119 funcionários do grupo, a pretexto de uma reestruturação, da crise e tal, sendo que, muito provavelmente, a verdadeira razão da quebra de vendas esteja na orientação que tem sido dada aos títulos em questão.
O “Jornal de Notícias”, desde que eu me lembro, sempre foi o jornal mais vendido do país. Aquilo sempre foi uma máquina de fazer dinheiro. Não se percebe como se chegou, agora, à necessidade de despedir pessoal por questões economicistas. O “24” podia ter ocupado o espaço deixado vago pelo desaparecimento do “Tal&Qual”, dedicando-se com afinco e profissionalismo à investigação jornalística, mesmo que fosse só de casos de polícia e questões sociais. É um mercado que sempre teve público. O sucesso do “Correio da Manhã” (que pertence a outro grupo) prova-o. Mas não, os responsáveis pelo jornal preferem mudar o embrulho, em vez de melhorar o conteúdo, julgando que, assim, vão conseguir enganar o público. “O Jogo” já devia ter despido a camisola do fêquêpê e ter percebido que o Benfica é que é uma nação. Teria redobrado as vendas, não tenho dúvidas. O “Diário de Notícias” é um caso mais complicado, mas também teria solução empresarial. Resguardo-me de dar aqui dicas sobre o assunto. Contratem-me primeiro.
Mas quero expressar, publicamente, o meu apoio e solidariedade, tanto aos que fizeram a greve, como aos que foram escolhidos para o suplício do desemprego.
O “Jornal de Notícias”, desde que eu me lembro, sempre foi o jornal mais vendido do país. Aquilo sempre foi uma máquina de fazer dinheiro. Não se percebe como se chegou, agora, à necessidade de despedir pessoal por questões economicistas. O “24” podia ter ocupado o espaço deixado vago pelo desaparecimento do “Tal&Qual”, dedicando-se com afinco e profissionalismo à investigação jornalística, mesmo que fosse só de casos de polícia e questões sociais. É um mercado que sempre teve público. O sucesso do “Correio da Manhã” (que pertence a outro grupo) prova-o. Mas não, os responsáveis pelo jornal preferem mudar o embrulho, em vez de melhorar o conteúdo, julgando que, assim, vão conseguir enganar o público. “O Jogo” já devia ter despido a camisola do fêquêpê e ter percebido que o Benfica é que é uma nação. Teria redobrado as vendas, não tenho dúvidas. O “Diário de Notícias” é um caso mais complicado, mas também teria solução empresarial. Resguardo-me de dar aqui dicas sobre o assunto. Contratem-me primeiro.
Mas quero expressar, publicamente, o meu apoio e solidariedade, tanto aos que fizeram a greve, como aos que foram escolhidos para o suplício do desemprego.
2 comentários:
Desculpe, mas não houve quebra de vendas nos títulos da Controlinveste, como aliás eles bem o referem no site.
A reestruturação fez-se antes, com contratações milionárias, para depois despedir uma série de descartáveis. Para além dos 119 há que acrescentar os precários, a recibos, que já tinham sido despachados antes. Evidentemente que se um grupo tem 4 jornalistas a cobrir o mesmo assunto, quando pode ter apenas 1 pelo mesmo preço, vai livrar-se dos outros. Nem que para isso tenha que indemnizar trabalhadores com mais de 20 anos de casa. A médio prazo, o retorno chegará.
A greve foi o que foi, como o são todas as greves da classe. Umbiguismo a rodos nas redacções; os mais velhos já esqueceram o que é a solidariedade, os mais novos duvido que alguma vez o venham a saber.
Carlos, sobre a greve dos jornalistas e o facto de isso não ter impedido a saída dos jornais no dia seguinte, quero apenas dizer que há muito que a greve de jornalistas como modo de luta está ultrapassado. É que para evitar que um jornal saia seria necessário contar também com a solidariedade de paginadores e... da gráfica que imprime o jornal. Quem percebeu isso foi Robert Murdoch que, em 1985, montou uma gráfica que ele poderia controlar sem a pressão dos sindicatos... Isso provocou tumultos e podes procurar informações sobre essa medida através de uma busca pela palavra "Wapping dispute" ou da forma mais dura e trágica: "Wapping Riots"...
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