Neste caso da concessão do 5ºcanal de televisão, aceitou-se como bom o argumento de que o mercado publicitário não aguentaria mais um canal. É mentira e ainda não vi nenhum jornalista fazer uma simples investigação e publicar que, por exemplo, na Grécia, um país idêntico ao nosso tanto em população como em desenvolvimento económico, existem sete canais privados de televisão, cinco dos quais em sinal aberto. A Grécia não é bom exemplo? Vamos à Irlanda então, que tem três canais públicos e um privado, que competem com os canais ingleses que lhes invadem o espectro – BBC, Sky e ITV. Hungria… três canais públicos e dois privados. Quatrocentos canais locais e regionais, deve ser o país do Mundo com maior oferta televisiva… isto, num estado que viveu sob regime de partido único quase até ao final do século XX. Não me parece que a Hungria tenha um grande mercado publicitário. Fiquemos por aqui nos exemplos. Nem vos quero falar de pequenos países como a Holanda ou a Bélgica, nem dos grandes como a Alemanha ou a França…
A questão aqui em Portugal prende-se com os interesses privados de grupos económicos que estão instalados na área da comunicação social. Compreensivelmente, eles querem preservar o seu espaço vital, porque temem a concorrência. A concorrência obriga a investimento e sim, provavelmente, a redução de lucros – e é contra isso que se batem os grupos de média que hoje temos.
Em Fevereiro de 1931, Salazar lançou os fundamentos do Condicionamento Industrial, regime económico que defendia as empresas instaladas no mercado. Foi sob este proteccionismo que o capitalismo português se manteve até 1974… e, de certo modo, ainda hoje vive, como temos visto nos últimos tempos, com a corrida de banqueiros e industriais aos apoios estatais à pala da crise económica. E, neste caso do 5ºcanal de televisão, verificamos também que, afinal, resquícios desse condicionamento salazarista ainda persistem.
A questão aqui em Portugal prende-se com os interesses privados de grupos económicos que estão instalados na área da comunicação social. Compreensivelmente, eles querem preservar o seu espaço vital, porque temem a concorrência. A concorrência obriga a investimento e sim, provavelmente, a redução de lucros – e é contra isso que se batem os grupos de média que hoje temos.
Em Fevereiro de 1931, Salazar lançou os fundamentos do Condicionamento Industrial, regime económico que defendia as empresas instaladas no mercado. Foi sob este proteccionismo que o capitalismo português se manteve até 1974… e, de certo modo, ainda hoje vive, como temos visto nos últimos tempos, com a corrida de banqueiros e industriais aos apoios estatais à pala da crise económica. E, neste caso do 5ºcanal de televisão, verificamos também que, afinal, resquícios desse condicionamento salazarista ainda persistem.
(continua)
1 comentário:
"Neste caso da concessão do 5ºcanal de televisão, aceitou-se como bom o argumento de que o mercado publicitário não aguentaria mais um canal."
Este argumento cheira a "gato escondido com o rabo de fóra"
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