Tenho um amigo que costumava dizer que quando queria ver televisão tinha de ser ele a fazê-la. Brincava, exercitando um humor muito peculiar que sempre o caracterizou. Mas, realmente, agora que ele já não faz mais televisão, reparo que, de facto, o Mário tinha razão… a televisão está uma trampa. Quanto mais concorrência, menos diferença encontro entre os vários canais. Tendem todos para o mesmo: concursos e telenovelas. Quem vê um, vê todos, principalmente se falamos dos canais privados, os tais que vieram para libertar a televisão do jugo estatal. No princípio, enfim… lançaram algumas pedradas ao charco, sem dúvida. Mas agora… Vão por mim: a televisão não é tudo na vida, há muitas outras coisas para fazer.
A televisão, como entretenimento inodoro, faz sono. Mesmo as notícias não substituem a realidade. Não se limitem a conhecer o mundo por essa falsa janela.
Ah! E nunca se esqueçam que o aparelho vem com um botão de ligar/desligar.
Memórias de muitos anos de reportagens. Reflexões sobre o presente. Saudades das redacções. Histórias.
Hakuna mkate kwa freaks.
Hakuna mkate kwa freaks.
terça-feira, novembro 21, 2006
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Arquivo do blogue
-
▼
2006
(386)
-
▼
novembro
(19)
- Tá difícil vender papel
- Habemus Barradas
- United Colours
- Notícias da crise
- Casos de polícia (da série Reptilário)
- Nas melhores livrarias do país
- 5ª dimensão
- O botão essencial
- Os armazéns de marfim e a espiral da História
- Desafinação
- O vencedor do costume
- O bimbo do natal
- Sol gralhado
- O meu computador novo
- As coisas que um homem lê
- Cidade de Deus
- Duas velhas bem guardadas
- A alma à lupa
- Ensinar a ler
-
▼
novembro
(19)
Acerca de mim
- CN
- Jornalista; Licenciado em Relações Internacionais; Mestrando em Novos Média
7 comentários:
às vezes sinto-me meia anomal porque não sei o que é uma telenovela. Mentira Vi a Gabriela, o casarão e a seguinte que já não me lembro do nome.
´Há um tempo quando disse não saber o que era floribela quase me insultaram. Que falta de cultura.
Eu tenho de lidar com ela, mas ligo-a pouco, muito pouco mesmo. De quando em vez lá passo os olhos por um canal de informação internacional, e pouco mais. Utilizo-a sobretudo para ver filmes comprados ou alugados. Escolha minha, portanto... Recentemente, passei até pela experiência de nem sequer ter aparelho em casa, e não me fez falta nenhuma durante meses a fio.
Entre a família, os amigos, os livros, a música, a net, etc, sobra-me quase nada, e o que resta, normalmente, não o dedico à TV. Cansei-me da coisa, é o que é.
Se calhar uma hipótese de minorar o problema é gravar programas que passam de madrugada, e depois visioná-los em horário nobre. Ontem deitei-me cedo e acordei
por volta das 2h00 - acabei a ver o dr. House na TVI. Que bela hora para passar esta série de culto...
Globalização oblige? O conceito e os interesses, quero dizer!
Até nas rádios parece ter deixado de haver criatividade para baptizar as ditas. Passeia-se por esta Europa, e os nomes permanecem, imutáveis ou quase.
Até parece haraquiri. Ou "a" forma de responder às alternativas que brotam. O tempo esclarecerá.
Estou como o mfba: vi a Gabriela, o casarão e a seguinte que já não me lembro do nome.
E de manhã, há três canais a dar desenhos animados e a RTP2 a dar andebol.
«Não se limitem a conhecer o mundo por essa falsa janela»:
Target: USA – Alvo: Estados Unidos
Durante um dia inteiro, a CNN fez um levantamento de todas as situações em que poderiam ocorrer ataques terroristas nos Estados Unidos, programa a que deu o nome de: «Target – America». Jon Stewart, do Daily Show, com um humor excepcional dá-nos os pormenores.
Jon Stewart:
- Portanto o que a CNN nos está a dizer é que somos vulneráveis em todo o lado. O perigo está circunscrito a localizações geográficas. Vocês sabem: lugares.
Vídeo – 4:32m
Concordo, Carlos, há mais televisão no mundo, para lá dessa caixa "mágica" e alienante...
O que mais me irrita são os que têm o aparelho na sala e ainda chegam ao cúmulo de ligá-lo quando as visitas se instalam no sofá. Ou aquela visita que chega em casa e pergunta: "você sabe a quanto está o jogo?", num modo sútil de me fazer dizer que a tv fica no quarto, sem que eu possa acrescentar que lá, para sentar, só tem uma cama e uma cadeira e que eu detesto a idéia de estranhos se esticando na minha colcha.
Agora, a Globo tem feito novelas que tratam de questões como: toxicodependência, violência doméstica, inserção de deficientes na sociedade, conflitos religiosos, xenofobia, racismo e por aí vai. Nesse aspecto, essas novelas exercem uma função de conscientização social importante, em um país onde a telinha é, muitas vezes, o único canal de educaçao e informaçao a que se tem acesso. Talvez essas questoes não façam sentido fora do contexto em q foram geradas. E, é claro, continuam sendo novelas, mas a terem de existir, melhor que tenham alguma utilidade.
Enviar um comentário