Memórias de muitos anos de reportagens. Reflexões sobre o presente. Saudades das redacções. Histórias.
Hakuna mkate kwa freaks.











quarta-feira, dezembro 02, 2009

A banalização do mal


Para quem aqui vem, não é novidade. Já escrevi, mais do que uma vez, sobre a inqualificável atitude da Media Capital Rádio ao despedir um trabalhador de baixa, doente com um cancro. O que fizeram ao Pedro Múrias é de uma crueldade absoluta. Evidencia a completa e total desprotecção que os trabalhadores sofrem às mãos de empregadores sem alma nem coração.
Despedido, doente, mas ainda combativo, o Pedro Múrias publicou no seu blog uma pequena entrevista com o advogado Garcia Pereira, especialista em Direito do Trabalho.
Diz Garcia Pereira que ...“vivemos outros tempos. Os Tribunais agora até já entendem que nem uma crise cardíaca gravíssima nem sequer a morte do Advogado constituído por um determinado cidadão faz suspender a instância do respectivo processo, já praticamente tudo é possível. Ou seja, temos julgadores ao mesmo nível dos empregadores que actuam como o seu!Agora, e como é óbvio, seja qual for a solução jurídico-formal que se perfilhe, promover o despedimento de alguém que se encontra doente, e sobretudo gravemente doente, constitui um acto inqualificável que em qualquer sociedade minimamente civilizada deveria suscitar a crítica e o repúdio unânimes.”
É o que diz Garcia Pereira, é o que eu penso, também. E lamento não ver nada disto reproduzido nos canais jornalísticos de referência, televisões, rádios ou jornais.

3 comentários:

Dylan disse...

Aqui, no norte do país, também tivemos uma notícia extraordinária: uma empresa pretende multar os trabalhadores se trouxerem a barba por fazer! O mais incrível é que essa empresa inferniza a vida das populações locais com o cheiro nauseabundo que expele para a atmosfera derivado da sua actividade.
Fiz um artigo disso em http://dylans.blogs.sapo.pt/

Duas situações execráveis e condenáveis.

Anónimo disse...

Vamos lá banalizar, então.
Há aqui na minha aldeia, uma família com um nickname muito feio, porque todos naquela família têm uns maus fígados desgraçados. São pessoas pobres, mas tudo menos humildes. Uma menina na altura, dessa família, casou com um rapaz meu vizinho, que era e ainda é, uma jóia de rapaz... um bom coração. Com espírito empreendedor e com acesso a subsídios na altura, montaram uma mini confecção. A mulher começou a ganhar umas coroas e o dinheiro "subiu à cabeça". Carros do melhor, jóias, perfumes cartier, casa com tudo de bom e do melhor. Mesmo aumentando a confecção, não deu para pagar o luxo da mulher. O banco ficou com tudo, casa, confecção, máquinas e quase que ficava também com a casa dos sogros, porque estes não sabiam ler nem escrever. Conseguiram dar a volta, os velhotes e passaram a casa para o nome de umas pessoas amigas e por um triz, não ficaram ao relento. Esse casal teve uma filha, exactamente igual à mãe, que entretanto deixou o pobre do marido, doente e bastante, a viver com os pais e fugiu com um velhote cheio da massa... era bonitinha.
Assim a mãe mesmo com o marido na miséria,, conseguiu manter a filha a estudar e pelos vistos a miúda é muito inteligente. A par da inteligencia odeia pobres e bajula ricos, um comportamento execrável. Para o ano que vem, a miúda tem concluidos os seus estudos e vai exercer o cargo de juiz ou juíza! Só lhe digo uma coisa, Carlos, com o ódio que tem metido dentro dela, por tudo o que passou e pela forma como odeia a família do pai e da mãe por serem pobres, nem é bom imaginar quando estiver com 25 ou 26 anos, a exercer a função de julgar alguém!
Que nunca eu precise da "justiça" e que nunca, mas nunca, me calhe uma juíza dessas! Não o desejo a ninguém!
Se é este o País de Direito que temos, o melhor é começar a pensar já em fugir daqui.

Quanto à banalização do mal e de Pedro Múrias... é de bradar aos céus! :(
Realmente tudo é possível!
Acha que os Media estariam cá para divulgar os podres dos grandes? eles existem para beneficiar o mais forte e prejudicar o mais fraco! Pior que a lei da selva, muito pior!

Teresa Santos disse...

A noção de Humnidade perdeu-se completamente. Portanto, a partir daqui tudo é possível, "normal"!

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Jornalista; Licenciado em Relações Internacionais; Mestrando em Novos Média

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