Memórias de muitos anos de reportagens. Reflexões sobre o presente. Saudades das redacções. Histórias.
Hakuna mkate kwa freaks.











domingo, janeiro 11, 2009

Políticamente muito incorrecto



Quem conhece o Mário Crespo não estranha o efeito daquilo que ele escreve ou diz… o homem escreve com martelo pneumático e fala sem medo (uma raridade…). Quem anda atento ao que se lê nos jornais, também já há-de ter reparado no mesmo que o Mário reparou e que, segundo o Diário de Notícias, motivou uma reacção estranha por parte dos serviços da presidência da república…
Abreviando, para quem não leu o DN de ontem, o Mário Crespo terá dito que “a Presidência recorria a um método "algo preocupante": o uso de fontes anónimas para passar informações falsas para a imprensa (comentário feito a propósito de uma manchete recente do semanário Sol).”
Ora, sentindo-se ofendida, a Presidência da República fez queixa, apresentou o seu protesto, o que é legítimo e normal. Enviou as suas queixas para a direcção de informação da SIC, mas não se deixou ficar por aqui… enviou também a queixinha ao dono do canal…
Ao Diário de Notícias, Mário Crespo disse que estranhava que a Presidência “tenha mandado para o Dr. Balsemão. Não sei o que Nunes Liberato (chefe da Casa Civil do Presidente) pretende com isso. Este é um assunto editorial e não administrativo. Que mande, como mandou, à direcção de informação acho normal. Ao Dr. Balsemão já não acho. E estranho que não me tenha mandado o comunicado a mim."
E eu estranho que não o tenha feito junto da ERC, o organismo do estado que tem a incumbência de zelar pelo cumprimento da Lei no que diz respeito à Comunicação Social.
A única coisa que eu não estranho, volto a dizer, é aquilo que o Mário referiu… ainda aqui há tempos (em 13 de Abril de 2007), escrevi neste blog o seguinte: “Para os mais distraídos ou distantes destas coisas, vou aqui demonstrar como o poder político manipula jornalistas. E não é preciso fazer grande esforço. No passado dia 6, o Diário de Notícias, entre outros jornais, publicava a notícia (sustentada por uma fonte da presidência) de que o Presidente da República, preocupado com as consequências da polémica em torno da licenciatura do Primeiro-Ministro, tinha reunido “discretamente com os seus colaboradores mais próximos para preparar eventuais ondas de choque do caso Universidade Independente”. Leiam aqui.
Horas depois, vários órgãos de comunicação social citavam uma notícia da Lusa, onde se negava que tal reunião se tivesse realizado, segundo “fonte da Presidência da República”, que desmentiu «categoricamente o teor da notícia de hoje publicada pelo Diário de Noticias». Leiam aqui.
Ou seja, duas fontes do mesmo fontanário deram informações díspares. Isto é, a mensagem de Cavaco passou, sem que ele tivesse tido necessidade de abrir a boca. O destinatário recebeu e entendeu o alcance da coisa. E daí a entrevista do Primeiro-Ministro à RTP. Isto é política pura, meus amigos. E não vi nenhum jornalista a denunciar a “fonte” que os levou a fazer este papelão.”
Agora já vi. Boa, Mário, já não me sinto tão só. Espero é que o patrão se porte bem contigo…

1 comentário:

aviador disse...

È só esperar pela primeira oportunidade!

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Jornalista; Licenciado em Relações Internacionais; Mestrando em Novos Média

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