Do que tenho lido por aí, a presente crise económica mundial não tem paralelo e, em alguns cantos políticos, é apresentada como uma espécie de “canto do cisne” do capitalismo.
O capitalismo faliu? Por mais engraçada que a ideia seja, não me parece… (na foto, a sede do Bank of China, em Pequim, novos membros do clube dos ricos).
O capitalismo faliu? Por mais engraçada que a ideia seja, não me parece… (na foto, a sede do Bank of China, em Pequim, novos membros do clube dos ricos).
É verdade que muitos capitalistas devem ter perdido algum dinheiro, mas ainda não vi nenhum suicidar-se como, por exemplo, aconteceu em 1929 na primeira grande crise do capitalismo. Ou os ricos aprenderam a viver sem dinheiro ou a coisa não está assim tão preta como eles a pintam.
Nesta crise, julgo que a grande diferença reside na matéria de que é feito o dinheiro. Em 1929 ou mesmo em 1973, o dinheiro era metal sonante, tinha peso, espessura, ocupava espaço. Hoje, o dinheiro é virtual e multiplica-se exponencialmente ao sabor da especulação financeira. Na realidade, é dinheiro que não existe fisicamente, é moeda que nunca foi cunhada, papel que não foi impresso. Daí que, nesta crise, não sei se, realmente, os especuladores bolsistas perderam dinheiro ou se deixaram de o ganhar. Não é bem a mesma coisa.
Seja como for, das crises económicas globais anteriores, 1929 e 1973 (choque petrolífero), julgo que os capitalistas souberam airosamente encontrar saídas e continuar a sua vidinha nas bolsas de valores até com capacidade de manobra reforçada. Desta vez, não deve ser muito diferente.
Esta tarde, ouvi um professor de direito da Nova, Armando Marques Guedes, defender a ideia de que as trilaterais e quejandas estão a preparar mecanismos de governação global, que vão impor aos governos nacionais e aos poderes políticos. Diz ele que o capitalismo se prepara para utilizar a crise para reforçar o controlo que exerce sobre os mecanismos de decisão, em todo o Mundo.
Nesta crise, julgo que a grande diferença reside na matéria de que é feito o dinheiro. Em 1929 ou mesmo em 1973, o dinheiro era metal sonante, tinha peso, espessura, ocupava espaço. Hoje, o dinheiro é virtual e multiplica-se exponencialmente ao sabor da especulação financeira. Na realidade, é dinheiro que não existe fisicamente, é moeda que nunca foi cunhada, papel que não foi impresso. Daí que, nesta crise, não sei se, realmente, os especuladores bolsistas perderam dinheiro ou se deixaram de o ganhar. Não é bem a mesma coisa.
Seja como for, das crises económicas globais anteriores, 1929 e 1973 (choque petrolífero), julgo que os capitalistas souberam airosamente encontrar saídas e continuar a sua vidinha nas bolsas de valores até com capacidade de manobra reforçada. Desta vez, não deve ser muito diferente.
Esta tarde, ouvi um professor de direito da Nova, Armando Marques Guedes, defender a ideia de que as trilaterais e quejandas estão a preparar mecanismos de governação global, que vão impor aos governos nacionais e aos poderes políticos. Diz ele que o capitalismo se prepara para utilizar a crise para reforçar o controlo que exerce sobre os mecanismos de decisão, em todo o Mundo.
5 comentários:
Acho que vai gostar deste documentário http://video.google.com/videoplay?docid=-774140110628150584&hl=en
Nao tem directamente a ver com a crise, mas indirectamente tem. Vale a pena.
Só para te dizer que afinal há uma honrosa excepção a seguir o exemplo de 29.
Dexo aí a história deste alemão que se suicidou em janeiro passado e o desafio a que outros sigam o seu exemplo.
História breve:
O 94.º homem mais rico do mundo foi encontrado morto na segunda-feira, 6 de janeiro, no sul da Alemanha. O milionário Adolf Merckle era um dos maiores accionistas da farmacêutica Ratiopharm e perdeu milhões na flutuação dos títulos da Volkswagen.
As autoridades alemãs acreditam que Merckle se suicidou e não têm pistas que apontem para um homicídio. O corpo do investidor germânico foi encontrado junto a uma linha ferroviária no sul do país. O milionário ter-se-á atirado para a frente de um comboio.
Um comunicado divulgado pela família Merckle confirma que Adolf se suicidou que este se sentia «arrasado» pelas avultadas perdas resultantes da crise financeira internacional.
Merckle perdeu cerca de 400 milhões de euros na flutuação do valor das acções da Volkswagen, que registaram movimentos inéditos (de valorização e desvalorização) devido aos rumores de que a casa germânica estava prestes a ser adquirida pela Porsche - notícia já confirmada.
O milionário era herdeiro do império farmacêutico Phoenix Pharmahandel e um accionista de referência da Ratiopharm e da cimenteira Heidelberg. Contava ainda com importantes participações em companhias ligadas ao sector automóvel, ao software e aos têxteis.
Merckle, que no início de 2008 contava com uma fortuna de cerca de 9 mil milhões de dólares, era o 94.º homem mais rico do planeta, mas terá acumulado perdas milionárias ao longo do último ano, agravadas pelas incertezas em relação a 2009.
«Os problemas que a crise financeira causou às suas empresas e as incertezas das últimas semanas, bem como um sentimento de impotência, arrasaram o empresário e pai de família, que decidiu pôr fim à vida», lê-se no comunicado da família.
Merckle, de 74 anos, deixa para trás quatro filhos e um império financeiro mergulhado em incerteza.
Faz sentido. Tirem-me também daqui a mim, por favor.
Pois muito provavelmente o teu professor tem razão.
Abraços.
Um alemão chamado Adolf, tem piada. Nascido em 1935, mais coisa, menos coisa, em pleno crescimento do nacional-socialismo. Está-se mesmo a ver a quem se deve a honra do nome próprio.
É uma excepção, mas honrosa, nem por isso. Eu gostaria muito de investigar a vida destes homens.
Esta crise, como bem dizes, Carlos, é atípica, porque só existe para quem sempre viveu no gume da navalha. O resto continua bem. Os produtos de luxo vendem-se cada vez melhor. Não há crise automóvel no sector de luxo, por exemplo.
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