Medina Carreira especializou-se em partir a loiça. Não há vez nenhuma em que abra a boca para dizer coisas simpáticas. É sempre para partir. Assim se tem desdobrado a aceitar convites das televisões privadas, sempre sedentas de sangue e polémica, e dos círculos da oposição, sempre sedentos de tirar partido de todos os que se põem a jeito. E Medina, que também fez carreira à conta da política (militou no PS, foi ministro, apoiou Cavaco Silva na candidatura presidencial de 2006), lá anda a propalar ideias e críticas que, porventura, outros gostariam de expressar mas calam por conveniências de circunstância.
Confesso que não sei avaliar bem da justeza das críticas. Acho que muitas das teorias carecem de experimentação. Talvez Medina Carreira volte a ser ministro, um dia destes, e queira testar as suas próprias receitas.
Mas, por vezes, acho-o excessivo, injusto e parcial. Como, por exemplo, agora quando veio dizer que tudo está mal no sistema de ensino português, que os miúdos saem das escolas sem saber ler nem escrever e, portanto, não têm futuro: “o que é que se vai fazer com esta cambada, de 14, 16, 20 anos que anda por aí à solta? Nada, nenhum patrão capaz vai querer esta tropa-fandanga”, diz ele.
Este senhor bacharel em engenharia mecânica acha que ninguém sabe nada de nada, excepto ele. Mas está enganado… até porque muitos dos patrões que ele agora defende preferem mesmo a tal “tropa-fandanga” que sai da escola sem saber ler nem escrever… apenas porque são baratos e submissos, qualidades que o patronato valoriza em detrimento das qualificações profissionais e da experiência com provas dadas. Como podem imaginar, sei do que estou a falar.
Confesso que não sei avaliar bem da justeza das críticas. Acho que muitas das teorias carecem de experimentação. Talvez Medina Carreira volte a ser ministro, um dia destes, e queira testar as suas próprias receitas.
Mas, por vezes, acho-o excessivo, injusto e parcial. Como, por exemplo, agora quando veio dizer que tudo está mal no sistema de ensino português, que os miúdos saem das escolas sem saber ler nem escrever e, portanto, não têm futuro: “o que é que se vai fazer com esta cambada, de 14, 16, 20 anos que anda por aí à solta? Nada, nenhum patrão capaz vai querer esta tropa-fandanga”, diz ele.
Este senhor bacharel em engenharia mecânica acha que ninguém sabe nada de nada, excepto ele. Mas está enganado… até porque muitos dos patrões que ele agora defende preferem mesmo a tal “tropa-fandanga” que sai da escola sem saber ler nem escrever… apenas porque são baratos e submissos, qualidades que o patronato valoriza em detrimento das qualificações profissionais e da experiência com provas dadas. Como podem imaginar, sei do que estou a falar.
14 comentários:
Tiro certeiro ! revejo-me totalmente naquilo que aqui expôs, quer no que diz respeito ao Sr. Medina Carreira, quer no que diz respeito aos patrões e o seu apetite pela tropa fandanga.
E isto até já chegou ao ponto em que aqueles que não são tropa fandanga e se demarcaram até hoje pela superior qualidade dos seus conhecimentos e do seu trabalho, se vêm forçados a alistar-se nessa tropa sob pena de serem fuzilados por esses autênticos batalhões da estupidez e da incompetencia que tomaram conta das empresas e instituições.
Por vezes a 3ª idade leva as pessoas a uma nova adolescência, sobretudo quando se perderam na verdadeira.
Pois é Carlos, tem toda a razão como sempre!
Se ele está tantas vezes no "ar" e em directo, é porque está a promover alguém, que muito bem lhe paga!
Eu não ouço nem vejo o homem, felizmente, mas se não fosse para defender interesses "supremos" da cambada capitalista, não estava na TV! Estava no desemprego, como o Carlos e todos os bons jornalista que antes de entrarmos no totalitarismo, investigavam e informavam os cidadãos, da forma menos subjectiva possível!
Agora estamos sujeitos a palhaços e actores, desde a PR, Governo, Parlamento, Magistrados, até aos Media... que estão ao serviço deles, claro!
Esta história de que os putos saem das escolas sem saber nada é falsa. O Medina Carreira, que eu conheci, é um ressabiado puro: ficou assim quando o PS em 77 o mandou passear e nunca mais quis nada com ele. Pode haver um ou outro mau aluno, também havia burros e cábulas no nosso tempo. Mas é bom que se diga por ser verdade: pelo que vejo, pelos meus filhos, saem a saber mais, muito mais, do que nós naquele tempo ─ e estou à vontade para o dizer sempre fui bom aluno! Nem todos têm por professores "a tropa fandanga" que tem medo de ser avaliada. Também há bons professores e bons alunos, a maioria. Abraço, .Carlos,bom post, como sempre
De qualquer maneira, não sei porque se dá tanta aceitação ao que este sujeito diz. Um dia, dedicar-lhe-ei um artigo...
Pode ser excessivo, como é com certeza relativamente aos aspectos da formação dos nossos jovens.
Pode até depreciativamente ser chamado de bacharel em engenharia, esquecendo-se que é também licenciado em Direito para além de ter formação em economia.
Não se pode é negar ser autor de: Manual de Direito Empresarial (1972), O Volume das Despesas Públicas e Investimento (1986), Concentração de Empresas e Grupos de Sociedades (1992), Que Reformas, Que Saúde, Que Futuro? (1995) e As Políticas Sociais em Portugal (1996), destacam-se os escritos que versam sobre fiscalidade, tema em que se tornou um reconhecido especialista: Esboço Histórico do Regime Fiscal Português entre 1922 e 1980 (1983), O Actual Sistema Fiscal Português – Síntese (1983), A Fiscalidade e o Mercado Português de Capitais (1983), A Situação Fiscal em Portugal (1984), Fiscalidade e Administração Local (1984), Fiscalidade e Trabalho em Portugal (1984), Finanças Públicas e Sistema Fiscal (1985), Imposto sobre o Valor Acrescentado: Oportunidade, Problemas e Financiamento da Administração Local (1985), Alguns Aspectos Sociais, Económicos e Financeiros da Fiscalidade Portuguesa (1986), Contributo para a Análise da Reforma Fiscal (1988), Uma Outra Perspectiva da Reforma Fiscal (1988), A Carga Fiscal sobre o Investimento em Portugal e Espanha (1990), Uma Reforma Fiscal Falhada? (1990), A Família e os Impostos (1995), A Tributação do Património (1995), Projecto da Reforma da Tributação do Património (em co-autoria, 1999), Notas sobre o Estado da Nossa Fiscalidade (2000) e Reformar Portugal – 17 Estratégias de Mudança (em co-autoria, 2002).
Quem tem formação económica sabe que Medina Carreira está recheado de razão, mesmo que o faça de uma forma algo desbragada por eventual excesso de voluntarismo. Aliás como João Duque e Nuno Crato.
Para além de pólos de qualidade, a Universidade Portuguesa está recheada de massificação sem qualidade e o ensino não está voltado para a formação para o emprego.
Quanto à economia, à política e às finanças, a má utilização dos dinheiros públicos, que não tem partido, está a cavar dia após dia o nosso empobrecimento e decadência.
E muitos jornalistas por manifesta falta de qualidade, por misturarem jornalismo com política e pelas suas lealdades partidário-económicas, são também responsáveis pelo Estado a que Portugal chegou!
Bem alguém tem de vir defender este senhor. Há cinco ou mais anos, desde que o Medina Carreira se tornou dissidente, que eu sigo todas as intervenções dele.
Portanto estou à vontade para dizer que ele tem sido sempre coerente no que diz. A análise política e económica que ele faz do Portugal real é verdadeira, pode ser confirmada por qualquer pessoa e nunca vi nenhum crítico a conseguir rebater qualquer argumento dele. É neste momento a única pessoa que diz a verdade sobre a situação real do nosso país em toda a televisão portuguesa.
Ele já repetiu várias vezes que não quer voltar a nenhum partido político nem nunca o vi defender qualquer «patrão». Ele defende sim o fim desta república, e defende que o país seja posto na ordem, sem olhar a interesses instalados, sejam eles capitalistas, socialistas, etc. Percebo que isso incomode muita gente, mas estamos a beira da bancarrota e algo desse género terá de acontecer.
Confesso que, pese algum exagero, acompanho Medina Carreira em muitas das suas preocupações.
No fundo, e isso está patente nalgumas conclusões de Carlos Narciso, o seu discurso denuncia a construção de um país em que a meritocracia não conta para coisa nenhuma.
Provavelmente, o uso de uma linguagem menos excessiva, mais redonda e menos expressiva, não lhe permitiria ter tantas oportunidades para expôr as suas ideias.
Motim
Vou ter de me meter consigo... :)
Estou de acordo com tudo o que disse, se o homem diz verdades tudo bem. O que é certo é que para ter o tempo de antena que parece que tem, tem de ter o aval do master da informação, que ambos sabemos quem é. Por acaso esse master, antes das eleições até apoiou a candidata do partido do bloco central, que não está no poder há uns anos.
Agora o que me parece, é que esse master quer o poder de volta (pode acabar o graveto depressa, da maneira como vão as coisas...)!
Se esse partido estiver em apuros (o dele) migra e vai tentar a sorte num poder em ascensão. Mas não deixa de controlar, à sua maneira e ajudar o poder vigente a caír no abismo.
De forma que tudo vai dar ao mesmo. Os empresários do oculto e da política andam aí...
Veja lá, que o Medina não representa ninguém e o Dr. Garcia Pereira representa uma percentagem de cidadãos. Foi convidado pelos Gato Fedorento e tentaram, segundo o próprio no seu blogue, boicotar várias vezes a entrevista.
Foi ao canal 1 para uma entrevista rápida, no telejornal e pouco mais e sabe que ele diz umas boas verdades.
Não dá jeito a quem está por trás... é o que é!
Resumindo, a tropa fandanga fica com outro poder semelhante ou mais poderoso do que o que já tinha ás costas. Este personagem tem assento efectivo no top dos maiores 600 do Mundo e não há quem promova tanto a ignorância!
De resto... é como lhe disse, nem sei em que canal aparece, nem o ouço. :)
Estarei errada?
Viva o Medina Carreira!
A insatisfação é factor de progresso.
Quem está satisfeito não mexe uma palha para melhorar seja o que for.
PODIA TER SIDO EU A ESCREVER ISTO
Mas será que o homem não tem alguma razão?! Será que a nossa educação é boa? Será que estes alunos saiem como uma formação suficiente (já não digo boa!)? Não estou a defender o Medina Carreira, não sei o que está por detrás de tanto convite, mas que diz meia dúzia de verdades, diz! Em termos de educação, já algum de vós viu o programa (pseudo) das Novas Oportunidades? Por amor de Deus! Haja vergonha, bom senso e respeito pelos jovens!
Fada do bosque, não vê nem ouve o Medina Carreira, mas diz todas essas coisas dele?
http://sic.sapo.pt/online/video/informacao/plano-inclinado
Quem vive no Portugal real sabe que ele é a única pessoa a falar verdade na televisão!
Se reparar MOTIM, não é dele que falo, mas de quem está por trás...
Acredito que saiba, que é do Balsemão, o nosso Bilderberg que estou a falar...
Se diz todas as verdades, não o nego. :)
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