A fotografia é de um sítio que se chama Bomba Alta, um nome curioso para um centro médico dedicado a vítimas de minas terrestres. Fica nos arredores do Huambo, uma cidade que já foi o “coração” de Angola.
Em 1997 andei por Angola a filmar uma grande reportagem a que chamei “Sementeira do Diabo”. Contei histórias de vítimas de minas terrestres, as “sementes do diabo” como também são chamadas.
Na Bomba Alta havia um técnico de próteses alemão. Ele falava português muito bem, apenas com um sotaque engraçado. Falou-me numa coisa tremenda… disse que as minas anti-pessoal matavam maioritariamente crianças. Explicou-me que quando um adulto pisa uma mina fica sem uma perna, ou sem as duas, mas sobrevive. Uma criança, de tamanho menor, quando pisa uma mina fica cortada ao meio. Eram raras as crianças que sobreviviam.
Memórias de muitos anos de reportagens. Reflexões sobre o presente. Saudades das redacções. Histórias.
Hakuna mkate kwa freaks.
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segunda-feira, outubro 02, 2006
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Acerca de mim
- CN
- Jornalista; Licenciado em Relações Internacionais; Mestrando em Novos Média
3 comentários:
O flagelo das minas. É triste, muito triste. Boa semana
Para as crianças todas as bombas são baixas.
A net tem destas maravilhas, de encontrarmos pessoas que admiramos ou que simplesmente gostamos.
Confesso que o Carlos foi um dos que contribuiu para que decidisse ser jornalista. Hoje passaddos tantos anos dos seus anos de Sic a tv, para mim, é cada vez menos a minha companhia. Prefiro um bom livro ou mesmo ficar no silêncio. Mudou tanta coisa..muita dela para pior.. Mas, claro nem tudo é mau!
Gostei de o encontrar aqui
beijinhos,
Sofia Neves
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