Memórias de muitos anos de reportagens. Reflexões sobre o presente. Saudades das redacções. Histórias.
Hakuna mkate kwa freaks.











quarta-feira, abril 25, 2007

25/A





De tudo o que Abril abriu
ainda pouco se disse
e só nos faltava agora
que este Abril não se cumprisse.
Só nos faltava que os cães
viessem ferrar o dente
na carne dos capitães
que se arriscaram na frente.

13 comentários:

Morena disse...

Profético.

Maria disse...

Muito bonita homenagem ao 25 de Abril.
E ao Salgueiro Maia, um grande Homem que não foi devidamente reconhecido enquanto viveu.

Viva a Liberdade!

Um beijo.

Maria

nelio disse...

excelente post, meu caro cn!

Luis Eme disse...

Infelizmente alguns cães ferraram mesmo os dentes, no "corpo" de alguns capitães...

É por isso que não devemos parar de gritar: 25 de Abril Sempre!

Zedlav disse...

Não sabia que era de Angola, fiquei feliz por saber

zedlav

Isabel Victor disse...

*** **
isabel

25 de Abril sempre !

Todos os dias ... (se possível !)

Ida disse...

Bonito poema. Bonita homenagem a quem realmente a merece. Beijos

AGRIDOCE disse...

O mais longo post que vi na blogosfera até agora, sobre o 25 de Abril.
Falo da substância, claro, desde que bem interpretada.

inominável disse...

ai mordem mordem.... de raiva e outras doenças caninas

Unknown disse...

Vieram e ferraram. Cumpriu-se a "profecia" do Ary.

Um @bração do
Zecatelhado

Rosa dos Ventos disse...

E ferraram mesmo!

Camilo disse...

Um verdadeiro canalha.
Um canalha do 25 d'abril 1974.

Chegue Vara disse...

Uma Revolução pacifica como o povo que a ajudou a concretizar.
Uma data pela qual alguns lutaram e pela qual hoje todos vivemos sob os seus benefícios. E foi pela mão de um punhado de homens decididos que hoje podemos comemorar a presente data histórica e com a certeza de termos atingido a maioridade da nossa ainda jovem democracia.
E para os que não conhecem outro modo de estar na sociedade, que sempre viveram em liberdade, temos nós, nós que vivemos aqueles acontecimentos de 25 de Abril de 1974, de lhes lembrar que nem sempre se viveu assim.
E as conquistas que Abril trouxe.
Foi um dos ideais que veio sempre na frente, melhores condições de vida para nosso povo. Sim este nosso povo e ao qual pertenço, e que tão sofrido vivia. Este nosso povo nobre de espírito e orgulhosamente só no mundo, e que da noite para o dia sentiu que o seu modo de vida iria mudar para sempre.
E como em todas as esperanças é sempre para melhor.
E se foi!
Paz, Pão, Educação, Saúde, Justiça e Liberdade.
Eram os tópicos revolucionários para o desenvolvimento do nosso País. E se reflectiam de sobremaneira os anseios do nosso Povo.

Paz. O fim da guerra colonial e o nascimento dos novos países irmãos, que com as dificuldades próprias de quem toma nas mãos as rédeas do seu próprio destino vão caminhando rumo ao seu futuro.
O regresso dos nossos irmãos combatentes, e os que tombaram por uma causa que não era a sua, e que honram presentemente os militares nacionais nas nossas missões internacionais. Nas nossas lutas pela Paz. Essa sim, é uma das características da nossa Alma Lusitana que nos engrandece e fortalece, e que apesar dos erros do passado, foram vividos e são lembrados, para que nunca mais sejam repetidos.

Pão. A criação de empregos para que esse bem essencial nunca falte. A consequente melhoria do nível de vida, com a aproximação dos padrões europeus foi sempre um anseio do Povo, e sempre fez parte das promessas eleitorais. E sempre foi uma meta a atingir, pela qual ainda lutamos nos dias de hoje. Com as dificuldades existentes no presente, o encerramento de unidades produtivas, a falta de mão-de-obra especializada, a descaracterização do tecido empresarial, o desemprego e o desespero dos que lutam pelo pão de cada dia.

Educação. E tão maltratada que é a base do nosso futuro. Violência, intolerância, inoperância das estruturas funcionais e o insucesso escolar, são algumas das qualidades que não gostaríamos de ostentar no sistema educativo. A prática de sucessivas experiências com a implementação de diversos métodos ao longo destes anos colocou o sistema educativo à deriva. E se os nossos jovens merecem mais! Temos que exigir mais e melhor, para que o futuro seja aquilo com que todos sonhamos.

Saúde. A criação de um sistema nacional de saúde foi sem margem de dúvidas a mais esperançosa regalia da Revolução de Abril. Com ela veio a descentralização dos postos, os centros clínicos ou hospitalares cobrindo a quase totalidade deste nosso pequeno pais. É sem margem para dúvidas a regalia institucional que melhor serve o nosso povo. O interior desertificado, habitado pelo nosso velho e cansado Povo, marcado pelas agruras da vida não merece que o suporte das suas mais básicas necessidades seja suprimido sem a criação de uma verdadeira alternativa.

Justiça. A igualdade de todos perante a Lei, é uma das conquistas de Abril consagradas na Constituição da República Portuguesa. A Justiça acessível é um direito ainda longe de ser alcançado, mas vais sendo, pontualmente, possível. Mas Justiça igual para todos está muito longe de ser um facto.
O que se passa diariamente em termos de processos penais, cada vez com mais impacto negativo na nossa sociedade, os veredictos da Justiça que fazem com que esta se torne cada vez mais, ao invés de cega para aplicar justamente as Leis, vesga para aplicar Justiça arbitrariamente.
Cada vez mais, as camadas desfavorecidas da nossa sociedade estão afastadas da Justiça e das Leis, e a ser subjugadas por uma classe social economicamente poderosa a que tudo lhes é permitido, legal ou ilegalmente, mas apoiada num acesso à Justiça de que estão arredados.

Liberdade. Foi o fim da censura, das limitações de reunião e de manifestação, o início da livre expressão do que nos vai na alma, e da decisão do nosso destino político pela expressão eleitoral.
Um novo Estado democrático que poderia aprender com outros Estados cuja democracia estava implementada à mais anos, apreender o que de bom trazia à nossa vivência, e renegar os aspectos nocivos e negativistas.
Foi o fim de monopólios e das grandes negociatas institucionais. Lutava-se pela justiça social. Igualdade de todos perante a Lei. Igualdade de oportunidade para todos perante o emprego. Um Estado ao serviço do nosso Povo, com respeito pelo cidadão e promovendo a igualdade de todos perante si. Todos somos iguais perante o Estado, mas actualmente uns são-no efectivamente mais do que outros.
Esta desigualdade de tratamento não fazia parte das ambições de Abril. O nosso direito à livre manifestação e indignação das acções arbitrárias do Poder eleito para servir os nossos legítimos anseios, encontra-se limitado por Decretos e Regulamentos que o próprio Estado promove para se salvaguardar das críticas e manifestações de desagrado, do seu próprio Povo, que o elegeu.
As conquistas de Abril, decorrentes do período revolucionário, com maior ou menor ponderação e aplicações práticas trouxeram muitos benefícios e inegáveis valias para a qualidade de vida do nosso povo. Umas mais do que outras é certo, mas devemos reconhecer que tentaram, e não o vamos negar.

A nossa democracia, tal como uma criança, foi crescendo e aprendendo, amadurecendo a sua personalidade, tomando plena consciência dos seus actos.
Tornou-se adulta e decidida.
Só que não sabíamos é que iria ficar arrogante e surda às nossas súplicas e queixumes.
De tal modo arrogante e surda, que um simples concurso televisivo vem levantar uma voz muito preocupante de um saudosismo que não deveria ser mais do que uma recordação.
Agora dever-se-ia perguntar, então e as conquistas que Abril trouxe? Aonde está tudo o de bom que Abril nos deu?
As conquistas e as esperanças que Abril trouxe devem estar sempre nos ideais de governação.
Temos de trazer o 25 de Abril à memória de todos, e relembrar que as conquistas de Abril para o bem do nosso Povo devem ser preservadas, a qualquer custo, e não serem abolidas por via de uma qualquer arbitrária decisão governamental.

Viva o 25 de Abril, sempre!!!!!

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Jornalista; Licenciado em Relações Internacionais; Mestrando em Novos Média

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