O mais velho fez anos, por estes dias. 80 anos, gastos em guerras. Lúcio Lara é o último dos jurássicos do MPLA, um exemplo de dignidade que afronta as vaidades e arrogâncias vigentes. Um homem da craveira de Mandela, um caso raro de desapego ao poder e de verdadeiro sentido de serviço público. Foi perante ele que Agostinho Neto jurou como primeiro Presidente da República de Angola, no dia 8 de Novembro de 1974.
Lara era secretário-geral do MPLA quando Neto morreu. Foi indicado três vezes para lhe suceder e três vezes disse não. Dizem-me que acabou por ser ele a sugerir o nome de José Eduardo dos Santos, um camarada jovem, políticamente bem preparado, sem anti-corpos entre os que fundaram o partido e se embrenharam na mata na guerrilha contra o colonialismo, condições que Lara julgou essenciais para alguém que iria ter uma dificílima missão pela frente. Zedu foi assim, uma espécie de Cavaco Silva da política angolana. Um subalterno que foi a um congresso para fazer “rodagem” política e, por via dos acasos, se viu sentado no cadeirão do poder.
O resto da História que se seguiu já todos sabemos. O que não sabemos é como teria sido se Lara tivesse dito sim.
Lara era secretário-geral do MPLA quando Neto morreu. Foi indicado três vezes para lhe suceder e três vezes disse não. Dizem-me que acabou por ser ele a sugerir o nome de José Eduardo dos Santos, um camarada jovem, políticamente bem preparado, sem anti-corpos entre os que fundaram o partido e se embrenharam na mata na guerrilha contra o colonialismo, condições que Lara julgou essenciais para alguém que iria ter uma dificílima missão pela frente. Zedu foi assim, uma espécie de Cavaco Silva da política angolana. Um subalterno que foi a um congresso para fazer “rodagem” política e, por via dos acasos, se viu sentado no cadeirão do poder.
O resto da História que se seguiu já todos sabemos. O que não sabemos é como teria sido se Lara tivesse dito sim.
1 comentário:
Eu suponho que esta versão que descreve dos acontecimentos que se sucederam à morte de Agostinho Neto é extremamente simpática para Lúcio Lara, mostrando-o repleto de modéstia e altruísmo, rejeitando pelo número mítico de três vezes (também Pedro rejeitou Cristo por três vezes!...) o poder que lhe era oferecido.
Um quadro menos lírico e mais realista, além de politicamente muito mais incorrecto, mas a que Lúcio Lara não se podia furtar, é o de perguntarmo-nos, como mais do que provavelmente ele o fez na altura, qual seria a viabilidade que um mulato se tornasse dirigente supremo de Angola em 1979… Nula?
Tenho alguns palpites de “como teria sido se Lara tivesse dito sim”…
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