Memórias de muitos anos de reportagens. Reflexões sobre o presente. Saudades das redacções. Histórias.
Hakuna mkate kwa freaks.











segunda-feira, abril 23, 2007

Dans le divan

Em 2002 falou-se “no fim da democracia” quando o desinteresse do eleitorado francês deu espaço à extrema direita de Le Pen que chegou a meter medo ao sistema democrático.
Agora, parece que os franceses se reconciliaram com a política, ou com os seus políticos, foram votar em massa e deram uma tareia eleitoral a Le Pen, como ele nunca deve ter imaginado.
Outro pormenor interessante foi o surgimento do terceiro elemento. Durante a campanha eleitoral, a candidata Ségolène Royal terá dito que François Bayrou era um homem “sem cadeira”, querendo dizer que ele não tinha lugar naquela luta pelo poder, que ela pretenderia disputar apenas com Nicolas Sarkozy. Como se vê, a senhora enganou-se bastante. Ironicamente, Bayrou sentou-se num confortável sofá e, agora, espera que Ségolène se chegue ao pé dele para negociar os tais 7 milhões de votos que amealhou nestas eleições. Como cavalheiro que deve ser, Bayrou certamente cederá algum espaço do seu sofá para que Ségolène se sente a seu lado e conversem sossegadamente. E se ela traçar a perna, tudo poderá acontecer… na segunda volta a 6 de Maio.

5 comentários:

Ida disse...

O texto tá interessante, Carlos, como é o teu estilo, aliás. A constatação da inadequação da moça que começou na política há 20 anos e vinha fazendo direitinho o trabalho de casa até cometer essa gafe, também.

Agora, vocês homens (e acho, também, que nós mulheres, muitas vezes) não perdem a mania de misturar os ancestrais atributos de gênero na espécie humana com os atuais desenvolvimentos culturais dos papeis atribuídos aos gêneros.

Embora eu tenha achado engraçado o comentário sobre a cruzadinha de pernas que ela pode vir a dar, a insinuação sobre as possíveis conseqüências do ato é uma desqualificação total do profissionalismo de ambos.

Barão da Tróia II disse...

Vai ser renhido, lá isso vai, boa semana.

Isabel Victor disse...

"E se ela traçar a perna, tudo poderá acontecer… "

(?!)

Ai as palavras ... ai os pensamentos ...

A Segoléne até pode "traçar a perna" como bem entender, mas ela TRAÇA-LHES é o juízo porque abana a falocracia dos menos capazes do que ela ! Ou seja, afronta a misogenia conservadora com inteligência, sentido de oportunidade, curriculum e arte !É uma raínha dos tempos modernos ! Em que é que Sarkozy é superior (mais apto) do que Segoléne Royal ?! E Bayrou ? Se ao menos fosse bonito, enfim ... sempre enfeitava os telejornais ... mas nem isso !

Oh, les mots ... les mots ... (le sexe des mots)

Abraço

Ida disse...

Pertinente a conclusão da Isabel Vitor... hehehehe... sim.. pra chauvinista, chauvinista e meio... "se ao menos fosse bonito"... tou contigo Isabelinha...

Isabela Figueiredo disse...

Eu, por acaso, à conta do cruzar de pernas da Segolène e restantes referências sexistas, estou a pensar dedicar ao Carlos um poste com link. Brevemente.
(Eles não pensam, coitados!)

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Jornalista; Licenciado em Relações Internacionais; Mestrando em Novos Média

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