Estamos em ano de eleições e as máquinas partidárias e institucionais preparam-se para o duelo.
Uma das questões essenciais a combater, nesta época de crises, é a natural tendência para o abstencionismo dos povos. Perante a falta de soluções credíveis e sem grandes expectativas, o desinteresse pode generalizar-se e isso traz vários perigos.
É verdade que a falta de participação cívica pode dar maior espaço às intolerâncias e totalitarismos, mas isso não pode ser tábua de salvação para políticas incompetentes e políticos de má-fé… trata-se de um dilema que cabe a cada um de nós resolver em consciência.
Agora, nada disto justifica a agressividade com que o Parlamento Europeu publicita aquilo que entende serem as “boas razões” para se votar nas próximas eleições europeias no dia 7 de Junho… “Se não votar, não se queixe!”? Não conheço argumento mais estúpido… até porque, não votar é, digamos assim, votar em branco e, isso, é a mais pura manifestação de protesto que a Democracia contempla.
1 comentário:
Não concordo. Para mim, que nem sequer tive de lutar pelo direito ao voto porque outros lutaram por mim( e desde já mostro-me agradecida), não votar é demitir-se de responsabilidades- é precisamente perder o direito a queixar-se. Porque em Democracia, o voto é uma das formas privilegiadas de se ter voz. Para mim, vai uma enorme distância entre um voto nulo ou branco (clara expressão de que as propostas feitas não nos servem) e a abstenção("são todos iguais, nem me dou ao trabalho de sair de casa!"). O problema é que no voto como noutras formas de representação social e política, a maior parte de nós está-se nas tintas, tende-se, por hábito ou por preguiça, a esperar que façam algo por nós ( daí ter sido tão"fácil" garantir e manter 48 anos de Ditadura).
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