Esta semana a agência Lusa difundiu uma entrevista com o Presidente da Câmara de Évora, onde o autarca reconhecia que 1/5 dos edifícios do centro histórico estão degradados, muitos em ruínas e abandonados.
Quando se está nas vésperas das celebrações dos 20 anos da classificação da cidade, pela UNESCO, como Património da Humanidade…
Na referida entrevista (que não vi reproduzida em nenhum jornal nacional…), o autarca falava do êxodo populacional do centro da cidade para as periferias, sendo certo que, paradoxalmente, Évora é das poucas cidades do interior de Portugal que continua a atrair população. Portanto, se as pessoas querem ir viver para Évora, porque não habitam o centro histórico? Porque é difícil estacionar carros? Acho que deve haver outras razões…
Quando, em Agosto, fui a Évora visitar a minha irmã, não pude deixar de reparar na degradação evidente de muitas casas do centro histórico. Disso dei aqui conta, se bem se recordam. Se não se recordam, façam o favor de seguir estes links... As fotos que acompanham esses textos, e este, são meros exemplos das 600 casas degradadas do centro histórico de Évora, qualquer coisa como 20% do total das habitações. Todas estas casas têm dono. A Câmara Municipal podia, e devia, responsabilizar esses proprietários pelo estado de degradação dos edifícios e, em caso de recusa ou impossibilidade deles repararem esse património, então ele deveria ser recuperado coercivamente e a propriedade passar, também coercivamente, para a câmara. É que, esse património, embora tenha dono, pertence à Humanidade desde há 20 anos…
Memórias de muitos anos de reportagens. Reflexões sobre o presente. Saudades das redacções. Histórias.
Hakuna mkate kwa freaks.
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sábado, dezembro 02, 2006
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Acerca de mim
- CN
- Jornalista; Licenciado em Relações Internacionais; Mestrando em Novos Média
5 comentários:
Que mais poderei dizer que não tenhas dito? Talvez só que a desertificação dos centros, em prol de melhores lugares de estacionamento e de vidros duplos, é já um lugar comum em outras cidades também... com o consequente agravamento do estado dos edfícios e condições de habitabilidade. Conhece-se um programa de recuperação na cidade do Porto, com bastantes incentivos... Chama-se "Recria" (se não estou em erro)...
Pois é ... este é realmente um grande problema! Não podia ser mais oportuna esta chamada de atenção ...
É um dó de alma assistir à degradação destes patrimónios históricos! A especulação imobiliária fala mais alto do que os interesses dos cidadãos!Temos leis lesa património que permitem(e até favorecem!)o imobilismo. Acabam os cafés e outros espaços de sociabilidade, os jovens são atirados para as periferias, os equipamentos culturais,públicos,encerram à noite ! Enfim ... estamos a entristecer e a consumirmo-nos em pobres rotinas suburbanas e ainda pagamos ! (impostos)
Disse ali uma frase que despertou um incómodo que sinto de há uns tempos para cá: «Na referida entrevista (que não vi reproduzida em nenhum jornal nacional…)».
Não sei o que se pode fazer para que as notícias que lemos não se cinjam a interesses «desconhecidos». Por que razão notícias destas não aparecem na comunicação social?
Será que não se pode mesmo chamar a atenção de modo a que se accionem os mecanismos legais que levariam à recuperação daquelas casas?
Vou acompanhar com interesse o que o CN vai fazer.
Obrigada.
Ó carago mas não é só em Évora, percorrendo Portugal há muito mais , esta coisa bem calhando deve ser doença como a dos galináceos.
Bem haja , mas este pais tá entregue aos bixos
Pois é! Nós que cá vivemos, nem nos aperecebemos dos podres que persistem e na degradação que aumenta cada dia que passa. O que passa para "fora" e veiculada pelos media locais e nacionais é um "mito".Qualquer dia o CH é um monte de escombros e viveiro de ratazanas.
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