Memórias de muitos anos de reportagens. Reflexões sobre o presente. Saudades das redacções. Histórias.
Hakuna mkate kwa freaks.











sábado, fevereiro 10, 2007

Referendo

Não sei quem vai ganhar o referendo. Mas se as pessoas votassem para responder, apenas, à questão que se coloca, o SIM teria, certamente, uma vitória esmagadora. É que a questão prende-se com a despenalização do aborto, ou seja, não se coloca nenhuma questão moral, não se questiona qualquer dogma religioso, apenas se pretende saber se o aborto deve continuar a ser penalizado com uma pena de prisão ou se não. Se o aborto é pecado? Não é essa a pergunta. Se não gostamos de crianças? Não é essa a pergunta. Se iremos abortar alguma vez? Não é essa a pergunta. Se quem aborta é de esquerda? Não é essa a pergunta. Se queremos continuar a mandar mulheres para a prisão por terem feito um aborto? Essa é a questão a que temos de responder, em consciência.

6 comentários:

LFQuitas disse...

Outra coisa que a pergunta é, é se cabe só à mulher fazer uma opção sobre um feto que não é só dela; se a reprodução não é mais que "um assunto de mulheres" (ideia machista ou pré-feminista); se, em suma, o sexismo é aceitável no Portugal do século XXI ou não. Responda como quiser, mas em plena consciência das implicações da pergunta.

Isabela Figueiredo disse...

É isso mesmo.

Pepe disse...

Primeiro que tudo, um cumprimento pelo magnífico blog que tem. Sou um leitor assíduo do mesmo embora nunca tenha participado como comentador.

Desta vez senti necessidade de o fazer. Devo dizer que o aborto(com as várias envolventes que tem ao nível de direitos, de desejos, de obrigações e de ética) é uma questão longe de ser consensual no meu interior. Para qualquer lado que esta questão penda em mim, há sempre outra parte que ficará insatisfeita.

Mas, de facto, a questão que se coloca não é a que CN expõe no seu post. Sendo essa, a minha resposta seria tremendamente mais simples. Mas a pergunta é se o aborto pode ser consentido como opção da mulher que gera o feto. E aqui a questão torna-se bem mais complexa. Não é hoje que irei debater isto aqui porque penso que nesta altura as posições estão certamente mais extremadas....mas após este referendo poderiamos debatê-lo sem a responsabilidade de sermos parte da decisão. Apenas com a sensibilidade de quem pensa que estas matérias serão sempre a decisão de "um mal menor", logo nunca serão verdades absolutas.
Um abraço e continuação de belíssimos posts.

P.S.- Fiz questão de tentar ser o menos adjectivo possível de molde a que discutamos apenas o essencial sem tentarmos retirar 2ªs intenções ou ideias subjacentes ao que digo. Para manter o debate num patamar de civilidade que mtas vezes não se observou na campanha....culpa do extremar de posições e de alguns energúmenos que pululam neste país e se julgam arautos da verdade. E encontramo-los nos dois lados...não haja dúvida sobre isto.

KImdaMagna disse...

Aquela pilula que inventamos para dar mais liberdade sexual "às gentes" começaram por ser elas ( as mulheres a tomar, mas com o decorrer do tempo ( vamos já na 2ª. geração?) "pilulamos" também os nossos cérebros. Esta confusão que vai nas nossas cabeças, será já o pagamento da factura de termos iniciado a interferência no processo criativo? Avizinham-se ainda mais cruéis e frias teses?
Kimangola

Isabel Victor disse...

Pois SIM !

inominável disse...

pois... a pergunta é tão obtusa que dá origem a que todas as outras perguntas paralelas a ela venham confluir... é que as perguntas até aparecem certas, mas por linhas tortas...

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Jornalista; Licenciado em Relações Internacionais; Mestrando em Novos Média

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