Memórias de muitos anos de reportagens. Reflexões sobre o presente. Saudades das redacções. Histórias.
Hakuna mkate kwa freaks.











domingo, fevereiro 11, 2007

Um país mais livre e mais justo

Agora, o Estado já não se pode esconder atrás de uma lei iníqua, uma lei que nada impedia e só obrigava as mulheres a abortar na clandestinidade. Uma lei que custou muitas vidas, estupidamente. Agora, o Estado tem de providenciar condições para que os hospitais públicos atendam as mulheres que, por alguma desgraça da sua vida pessoal, não possam continuar com a gravidez e precisem de abortar. Não acredito, contudo, que o aborto vá aumentar, lá porque passou a ser legal (até às 10 semanas). Não acredito que alguém faça um aborto de ânimo leve, só porque lhe deu na telha. O Marcelo Rebelo de Sousa acredita, assim como a maioria dos bispos da Igreja Católica, mas esses perderam esta luta.

6 comentários:

jawaa disse...

O aborto vai aumentar sim, para gáudio dos que votaram não, pela simples razão de que vai passar a haver registos nos hospitais...

Ida disse...

Que lindo Carlos! Este ano está mesmo a começar bem. Eu não acreditava muito na mudança de corações e mentes portugueses, mas acho que o resultado do referento é produto de muita mobilização e discussão democrática(mesmo que alguns eventos nem sempre pudessem ser classificados como tal). Parabéns aos portugueses que vivem em território português. Eu, como portuguesa, "exilada", sinto-me honrada e mais feliz com minha nacionalidade. Beijo.

Isabela Figueiredo disse...

O aborto vai continuar a realizar-se exactamente em mesmo número, o que vamos é passar a saber quantos se fazem, e como se fazem. E, realmente, esse número vai aumentar, porque até agora, oficialmente, é zero. Estou muito feliz por esta decisão. Tinha medo que isto não fosse possível. Também estou muito orgulhosa, hoje, do meu distrito, no qual 82% dos eleitores votaram sim. Não, eu não podia viver em Viseu nem em Vila Real. É outro país. Estou mesmo muito contente, por vários motivos, porque isto, sim, veio libertar mais mulheres. É uma decisão que depende delas, só delas. E tem de ser, porque são elas que os têm, ponto final.

Anónimo disse...

o aborto certamente irá aumentar e nao sei como será possivel suportar com os custos que isso irá acarretar...
gostava imenso que comentasse o meu texto sobre a vitoria do sim...
penso que em certos aspectos me irá dar razao.
aguardo a sua resposta

Motim disse...

Só vos tenho a dar os parabéns. Agora é continuar o caminho em direcção aos países livres, justos e "civilizados" onde o aborto é totalmente livre até aos nove meses. O "flagelo das mulheres que querem abortar" e o aborto clandestino vão sempre existir, é só uma questão de tempo até esta lei ser alterada de novo.

Agora, quem perdeu esta luta não foi certamente nenhuma igreja nem nenhum comentador político, foram sim os seres humanos com menos de dois meses e meio de existência.

Unknown disse...

É evidente que a IVG não vai aumentar. O que existe é uma transferência da lista de cifras negras da clandestinidade para um registo oficial. Mas o n.º de abortos pode, quando muito, diminuir, por existir mais informação e refexão, jamais aumentará por um simples «não ser punido». Mas as mortes e as sequelas, essas, diminuirão com toda a certeza

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Jornalista; Licenciado em Relações Internacionais; Mestrando em Novos Média

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