Manuel Pinho era um ministro politicamente frágil. Por mais de uma vez demonstrou essa fragilidade, deixando-se enredar na maledicência do duelo político-partidário de modo ingénuo. Não é fácil ter estrutura mental para aguentar com todas as torpezas próprias do exercício político. Há quem nunca o consiga e Pinho parece-me ser um deles. Hoje, escorregou fatalmente. Perante um comentário feito em surdina que considerou ofensivo, o ministro partiu para o insulto. Pelo gesto, não percebo se chamava cornudo ao outro se burro. Os dedinhos espetados tanto podem querer significar um par de chifres ou um par de orelhas grandes. Qualquer que seja o significado, acho que todos os dias os senhores deputados se insultam mutuamente de alto a baixo, guarnecidos pelas respectivas imunidades que a qualidade de eleitos lhes confere e nada demais acontece. Ora, Pinho não tem essas prerrogativas, como ministro não foi eleito. Foi despedido, para gáudio da oposição e do “burro chifrudo”.
Memórias de muitos anos de reportagens. Reflexões sobre o presente. Saudades das redacções. Histórias.
Hakuna mkate kwa freaks.
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quinta-feira, julho 02, 2009
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Acerca de mim
- CN
- Jornalista; Licenciado em Relações Internacionais; Mestrando em Novos Média
12 comentários:
O getso, em si, é lamentável e reprovável.
E entendo mesmo que um tipo, por vezes, para se mostrar superior não pode reagir.
Fleuma , fleuma é o que se precisa!
E, não a tendo, nunca assim; aquilo era sair do lugar e um valente par de estaladas!
É revoltante como os comunistas tratam os adversários. Insultam, chamam "vendidos" a toda a gente, achincalham, arrogam-se de superioridade moral que não têm.
Há anos que perdem eleitores mas continuam a achar que eles é que são os representants "dos trabalhadores e do povo".
Percebo bem o ministro...
É difícil ser independente em Portugal, o aparelho já o olhava de soslaio e ele, levou o desrespeito reinante entre a classe política a um patamar bovino. Com tantas câmaras na sala, não poderia ter outro destino.
Pena é que um ministro seja facilmente despedido por um deslize, mas que muitos (tal como os deputados) se mantenham no poleiro com a sua incompetência crónica, embora bem educadinha. Não sou simpatizante do governo, mas ao contrário da opinião generalizada, creio que Pinho, para lá da sua total inabilidade política, até nem foi mau ministro da economia.
O Bilderberger foi despedido porque fez o sinal do patrão dos deputados.
...o homem também tem direito à sua indignação...claro que o gesto podia ser outro como resposta à provocação...para melhor ou pior, mas isso somos nós agora a comentar...
Ora!! E não é que o Motim tem toda a razão?!
Isto hoje, tá bonito!...
Tenho-me rido tanto. Mas ainda não tinha visto a imagem. A imagem é das coisas mais lindas que já viu na AR, e fora.
E estou com um dos teus leitores: a culpa de o homem se ter passado a este ponto é dos comunistas. Sacanas do comunistas, lá da sua bancada a mandar bocas, que é coisa que os socialistas não fazem nunca. Tá mal, tá mal. Já não se pode fazer o chifrudo na AR.
O gesto encontra-se magistralmente fotografado na capa do Público de hoje e é irresistivel: os dedos pequeninos levemente arqueados, os olhos enormes de pura traquinice, o quase sorriso entre o pueril e o inocente. Parece um pai a contar ao filho a história sobre um duende com corninhos. O Ministro Manuel Pinho só tinha mesmo de se ter levantado e ir embora, com o mesmo sorriso e um passar bem. Infelizmente teve de voltar ao sentido de estado cada vez mais hipócrita e encenado e aí, perdeu-se o gesto, ou por outra, foi-lhe devolvido e isso é que ele não deveria ter admitido.
Chifrudo não sei se ele é, agora burro, mal formado e intelectualmente desonesto parece não haver muitas dúvidas, pelo menos de quem o conhece de outros "politburgos"...
Isto hoje tá bonito!!...
a AR é tão encenada que não há lugar para improvisos tão criativos...
eu concordo é com o Rui... incompetência crónica, simmmmm, desde que bem educadinha....
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