Quem segue a actualidade internacional sabe bem que os problemas com que nos confrontamos não são exclusivos de Portugal.
O desemprego galopante, a falência e a deslocalização de empresas, a baixa do poder de compra afectam de igual modo a vida de espanhóis, franceses, italianos, ingleses… e não se pode dizer que a culpa seja de Sócrates.
Em França, por exemplo, há até novos fenómenos de radicalização das lutas laborais, com os trabalhadores a organizarem-se em comités ad-hoc e a prescindirem do papel mediador das estruturas sindicais clássicas. Para muitos franceses, a luta pela sobrevivência já ultrapassou as fronteiras da contemporização e deixou de ser admissível permitir que o patronato deslocalize calmamente uma empresa para um país asiático de mão-de-obra quase escrava. As situações violentas têm-se multiplicado no último mês, com vários casos de sequestro de empresários e ameaças de destruição do património das empresas encerradas por mero calculismo capitalista. Há até instalações fabris que foram ocupadas por trabalhadores e armadilhadas com cargas explosivas prontas a serem deflagradas caso a polícia ensaie alguma tentativa de resolver o conflito pela violência legalizada. Os problemas de Sarkozy são bem maiores que os de Sócrates, são à escala do país, como é evidente… mas Sarko não tem eleições à porta. O governo francês tem tentado dialogar com os promotores destas situações, mas os impasses acumulam-se e a França arrisca-se a ter no regaço uma questão social verdadeiramente explosiva no final deste Verão. Por parte dos sindicatos, o silêncio é quase absoluto, pelo que se lê nos jornais… ou foram de férias (um direito inalienável do trabalhador enquanto tem trabalho) ou não sabem o que dizer.
Ah, Marianne… que feitio o teu!
O desemprego galopante, a falência e a deslocalização de empresas, a baixa do poder de compra afectam de igual modo a vida de espanhóis, franceses, italianos, ingleses… e não se pode dizer que a culpa seja de Sócrates.
Em França, por exemplo, há até novos fenómenos de radicalização das lutas laborais, com os trabalhadores a organizarem-se em comités ad-hoc e a prescindirem do papel mediador das estruturas sindicais clássicas. Para muitos franceses, a luta pela sobrevivência já ultrapassou as fronteiras da contemporização e deixou de ser admissível permitir que o patronato deslocalize calmamente uma empresa para um país asiático de mão-de-obra quase escrava. As situações violentas têm-se multiplicado no último mês, com vários casos de sequestro de empresários e ameaças de destruição do património das empresas encerradas por mero calculismo capitalista. Há até instalações fabris que foram ocupadas por trabalhadores e armadilhadas com cargas explosivas prontas a serem deflagradas caso a polícia ensaie alguma tentativa de resolver o conflito pela violência legalizada. Os problemas de Sarkozy são bem maiores que os de Sócrates, são à escala do país, como é evidente… mas Sarko não tem eleições à porta. O governo francês tem tentado dialogar com os promotores destas situações, mas os impasses acumulam-se e a França arrisca-se a ter no regaço uma questão social verdadeiramente explosiva no final deste Verão. Por parte dos sindicatos, o silêncio é quase absoluto, pelo que se lê nos jornais… ou foram de férias (um direito inalienável do trabalhador enquanto tem trabalho) ou não sabem o que dizer.
Ah, Marianne… que feitio o teu!
8 comentários:
Pois, a rapariga é temperamental, e quando se farta, foi o que se viu em 1789... A situação em França, pelo menos no plano social, parece bem pior do que a daqui do rectângulo... e um espelho do momento difícil que vivem a Europa e o mundo. Saídas? Parecem haver apenas as do fim da crise financeira e económica, mas até que ponto a actual Crise não é mais um reflexo de um Novo Tempo, um novo ciclo histórico? E até que ponto os nossos líderes- e nós, os cidadãos- estamos preparados?
Ah pois e, esta gente anda irritadissima.
A metereologia preve um Outono escaldante por aqui.
Por Toutatis ...
O que me espanta não é a reacção mais visceral e emocionada dos trabalhadores gauleses, mas sim o que mais é preciso fazer aos restantes desta nossa Europa?
Bom dia
Já começam a aparecer as "luzes"!
Como interpretei o texto?... é subjectivo.Mas que o Carlos tem uma escrita fenomenalmente límpida e transparente, chega-se lá depressa.
Esse "pulso" e força francesas, que os levaram há séculos atrás, a fundar a Constituição dos Direitos Humanos, ainda está bem patente.
Porque diabo, fomos tão corajosos, para nos metermos em cascas de noz e descobrirmos o Mundo, o não somos agora, para defender, os nossos Direitos?!
Mau feitio? Será?!
Mau feitio, ou grave defeito, temos nós, que deixamos lobbies e patronato, fazerem das classes trabalhadoras o que bem querem!
Mau feitio temos nós, que quando correm mal as coisas, é sempre culpa do governo!
Mau feitio temos nós, porque roubam Bancos em massa, mas condena-se o ladrão que roubou para comer.
Mau feitio temos nós, pela nossa cobardia!... É mudar de governo que está tudo feito!
Espanha teve quatro, nós vamos no décimo... já nem sei!Perdi a conta!
Mau feitio temos nós, que nos esquecemos que somos gente e possuímos o livre arbítrio! Mau feitio temos nós, porque no fundo, somos um rebanho de cordeiros, sem vontade própria!
Mau feitio temos nós, que passamos a batata quente, para quem está à frente do Governo, sem sabermos contextualizar na conjuntura mundial.
Mau feitio temos nós, que preferimos voltar atrás e escolher um Governo, que já deu mostras suficientes que não presta, do que apoiar o que temos, barafustar quando é preciso e obrigar a realizar a vontade, da maioria democrática!
Mau feitio temos nós que somos o povo do bota abaixo, mas não sabemos sequer, fazer uma revolução!
Precisamos apenas, de bodes expiatórios.
E esses, somos nós que os escolhemos! Tá tudo dito!!!
E quanto a Sócrates, por muitos defeitos que lhe apontem, continuo a dizer, que é um homem só, a remar contra uma maré de vira casacas!
Começa nas mais altas instâncias e acaba no Zé povinho!
As pessoas esquecem, de o contextualizar numa conjuntura Mundial. Foi o único que tentou contradizer os Masters. Começando no Durão, relacionando-o no contexto dos acordos com a Mercosul, mas algo conseguiu, apesar de logo ser "entalado". Assim como Manuel Pinho, aquilo dos corninhos, foi o motivo de o despedir, mas o que desestabilizou, foi quando este, no início de uma crise, não se conteve e afirmou que tínhamos entrado numa nova Era!
Nem foi o poder do 1º Ministro, que o despediu, foram outros mais obscuros, que não admitiram essa verdade!
Em relação a Balsemão, por muito que tente, será extremamente difícil, Sócrates conseguir vencer tanto poder diabólico e obscuro.
Outro tantos, tantos mais, têm o escudo, destes Masters para roubarem quanto quiserem.
Mas são sempre de louvar, as tentativas do 1º Ministro.
Pois! E convém não esquecer que o rastilho, consequência dos problemas sociais, começa sempre em França.
Portanto, acho conveniente, que os nossos governantes estejam muito atentos a estes sinais...
Ai meu Deus, tantos corpos em cima do homem. Coitadito do Sr. Pinto de Sousa, como diz lá pràs bandas da Madeira. E, não é que quanto mais lhe batem mais gostam dele!
Agora começo a gostar desta votação online.
Alegremo-nos e rejubilemos pois está a chegar o messias. Quem será ele! Sei lá, sei lá.
O Sarko foi de charanga parar ao hospital, nada que nos inquiete,oficialmente um pequeno desmaio durante uma corridinha para manter a linha, nao é so o Socrates que tem esta mania.Na linguagem de todos os dias significa um ligeiro problema cardiaco que aconselha a repouso e caldos de galinha.Tudo isto vem no mesmo sentido do que se comenta aqui neste blog.Para exemplo fica a luta dos trabalhadores da Michelin que sequestraram alguns administradores enquanto o problema da deslocalizaçao de uma das fabricas em França nao foi resolvido.Conversa para aqui e para ali e finalmente chegaram a conclusao que afinal nao era bem isso que se pretendia.O problema foi adiado mas nao resolvido.Certamente que se vao seguir novos episodios.A questao é que esta acçao dos trabalhadores aparentemente fez escola e um pouco por todo o lado coisas semelhantes estao a acontecer.Conclusao, ser patrao em França nao esta facil.Desculpem la a falta de acentos mas estou a promover o meu proprio acordo ortografico via de um teclado meio marado que so os franceses utilizam, o que nos leva a outro tema também ele interessante.
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