A modernidade traz imensas vantagens, é claro, mas também muitos riscos e inconvenientes. Os automóveis, por exemplo, cada vez melhores, mais rápidos, mais tecnológicos e mais caros. Esta manhã, quando vinha trabalhar, passei por cinco carros amachucados na Avenida de Ceuta. Lá estavam eles, os condutores, de telemóvel em punho, uns a chamar a polícia, outros a mãezinha, outros o reboque para levar o trambolho empanado dali para fora. O telemóvel, assim como o automóvel, são acessórios imprescindíveis. O telemóvel então, em poucos anos, transformou-se num artigo de primeiríssima necessidade. Ele toca e nós atendemos logo, como se a nossa vida dependesse daquilo. Como era bom, dantes, lembram-se, em que saíamos de casa ou do local de trabalho e ficávamos livres. Hoje não. O telemóvel é um cordão umbilical com a mulher (que quer saber onde andamos) ou com o patrão (que se lembrou de nos por a trabalhar fora de horas). Muitos empregos, hoje, implicam a obrigatoriedade de ter o telemóvel sempre à mão, de estarmos contactáveis a toda a hora e, portanto, disponíveis para o trabalho. Mas não vejo ninguém a prescindir do aparelhinho.
Ainda me lembro de quando o telefone chegou a minha casa, nos anos 60. Era uma coisa preta, pesada, com um disco onde se enfiava o dedo para marcar os números num movimento de rotação. Era um utensílio das casas burguesas.
Hoje, acho que há mais de 11 milhões de telemóveis activos, em Portugal. Ou seja, mais do que 1 por habitante.
Memórias de muitos anos de reportagens. Reflexões sobre o presente. Saudades das redacções. Histórias.
Hakuna mkate kwa freaks.
Hakuna mkate kwa freaks.
quarta-feira, fevereiro 14, 2007
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Acerca de mim
- CN
- Jornalista; Licenciado em Relações Internacionais; Mestrando em Novos Média
5 comentários:
Eu tenho um nokia com mais de 10 anos (foi oferecido e já era usado) que fica em casinha que se consola todo! E não é por vergonha de o gajo ser um tijolo velho (disso até gosto!), é porque não tenho paciência para andar com peso nos bolsos e gajos a interromperem-me quando lhes apetece! É mais ou menos um telefixo, só o levo quando sei que é preciso, de 2 em 2 meses sai de casa! Às vezes dão jeito...
Toda a gente sabe que há sempre o truque de não haver bateria para quando não se está para aturar melgas!
O meu pai tinha telefone em casa pago pela empresa. Era uma das condições do contrato. Ao contrário do telemóvel, que tem um botão para desligar. Não é por aí que o gato vai às filhoses, mas é verdade que a tal liberdade de sair à rua e não ter de responder a ninguém há muito que acabou... então para quando um passeio pelo mar, sem rede de telemóvel?!
Pois eu e o telemóvel não somos grandes amigos.
Desligo-o e esqueço-me de o voltar ligar. Anda dias desligado.
Também me esqueço bastante de o carregar com euros. Sobretudo nos últimos tempos, por causa da crise.
Se me mandarem mensagens escritas, leio-as. Mensagens de voz, chateiam-me.
Não atendo chamadas com números privados, tenho muito pena.
Não atendo o telemóvel se estou a fazer algo que me impede de o fazer, ou seja, a conduzir, a tomar banho, etc. Primeiro eu e quem está comigo, depois o telemóvel.
Detesto a ideia de estar sempre disponível a toda a hora, em todo o sítio. Esta obrigatoriedade que não compreendo gera imensos equívocos. Tenho muitas saudadinhas do telefone fixo, que continua a ser o meu preferido, e que hoje se usa menos.
O telemóvel é útil, claro, mas exagera-se. Não posso compreender que se esteja num cinema, numa reunião, numa aula, numa consulta com o telemóvel ligado. E isso acontece constantemente.
eu, inominavel, me confesso/ nao tenho telemovel e, em mare de confissoes, nem televisao.... sim, sim, sou um ser pré-tecno...
pois....eu sou...comodista......por isso detesto que me incomodem sem nexo:)
jocas maradas
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