Memórias de muitos anos de reportagens. Reflexões sobre o presente. Saudades das redacções. Histórias.
Hakuna mkate kwa freaks.











domingo, junho 04, 2006

Paquistão, Peshawar, 2001. Heroína

A camara estava no chão, o João Duarte de joelhos, debruçado, espreitava pelo view-finder o melhor enquadramento. Depois levantou a cabeça e disse-me: “acho que é a imagem mais forte em toda a minha vida!” Era a imagem de um homem barbudo, ainda jovem, deitado na via pública. O tipo tinha uma barba escura e a pele suja. Estava no meio de um grupo numeroso de consumidores de heroína, numa avenida de Peshawar, uma cidade paquistanesa junto à fronteira com o Afeganistão. E estava morto, também. Só dei por isso quando vi uma coisa mexer-se por entre os pelos da barba, junto à boca. Era uma mosca… e estranhei aquele sono tão profundo. Depois, reparei nos olhos semi-abertos. Na ausência de respiração. Na rigidez corporal. Aquela “viagem” tinha chegado ao fim.

2 comentários:

Anónimo disse...

Esmagada. Pelo texto. Hoje saio daqui indisposta.

125_azul disse...

Verdade. quando voltas? A TV está impretável, mas deve ser possível realizar algum projecto interessante. Não?

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Jornalista; Licenciado em Relações Internacionais; Mestrando em Novos Média

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