Memórias de muitos anos de reportagens. Reflexões sobre o presente. Saudades das redacções. Histórias.
Hakuna mkate kwa freaks.











sábado, agosto 08, 2009

Dos bons costumes


Percebo muito bem que as empresas tenham códigos de conduta, livros de estilo, regras. São características das respectivas culturas empresariais e, por princípio, ajudam ao negócio. Mas, sempre que oiço, leio, uma notícia sobre a proibição de se usar decotes ou mini saias ou calças de cintura baixa, cheira-me a bafio…
Primeiro, não acredito que alguém que trabalhe, por exemplo, num banco, ou num hospital, vá trabalhar vestido de modo indecente. As pessoas sabem, quanto mais não seja por mero bom senso, como se devem comportar. Nunca vi uma professora do liceu ir dar aulas de vestido transparente, os motoristas da Carris não conduzem de calções (até porque têm farda…), eu não faço reportagens de chinelos (excepto quando o ambiente o permite).
Por estranho que vos pareça, isto vem a (des)propósito de me ter lembrado do ministro que foi despedido por ter feito uns corninhos ao líder da bancada do PC… julgo que, na altura ninguém questionou a decisão de sacrificar o homem, porque se tratava de um gesto de má educação, indigno, etecetra e tal. Deixemo-nos de histórias… quer dizer, andamos a substituir a livre discussão de ideias políticas com base em conceitos moralistas piores que os do tempo da outra senhora… E logo ali, no Parlamento, onde os senhores passam a vida a se insultarem impunemente de alto a baixo.
Sinceramente, não sei o que passou na cabeça de Sócrates… o acto apenas revelou que o 1º ministro não se rege pelos conceitos de lealdade recíproca com os seus parceiros de governo. Deixa-os cair com uma frieza arrepiante, ao mínimo contratempo. Basta que o ministro em causa não seja um yes man. No final, Sócrates mostrou que comanda o governo como qualquer patrão, mais ou menos buçal, que não tem rebuço em despedir o empregado mais incómodo, mesmo que seja um bom profissional.

8 comentários:

Anónimo disse...

Well, well, well...
Eu votei no Sócrates, mas, é nestes pequenos grandes gestos e não me refiro ao do Pinho, que se apanham as maiores escorregadelas!
Por aqui me apercebi, que tinha de mudar de partido, apesar de não ser militante de nenhum. Vi, que ao Sócrates faltava lealdade... vendeu-se. No post anterior é que me enganei, o Centro deixou de existir... temos apenas Direita à qual o PS se anexou e a Esquerda.
Depois não me venham dizer, que a vira casacas sou eu!
Continuo a achar, que o que motivou Sócrates a despedir o Pinho, além de outras razões, foi quando este durante uma cimeira, assim a modos que sem jeito, ou talvez revoltado, veio revelar que tínhamos entrado numa nova Era... VERDADE!
Quando vi Sócrates em Espanha a apoiar o Durão, fiquei esclarecida!
Isso sim, foi um gesto feio!
Mas a isso ninguém na imprensa deu o mínimo de relevo, como era de esperar... Corninhos é que está a dar! Nem reparam que Sócrates enfiou grande par de cornos ao socialismo. E esta hem?!

Anónimo disse...

O homem podia ser um desastre como político, nomeadamente a lidar com a comunicação social, mas terá sido um dos melhores ministros da economia que o país teve em muitos anos. E vão ser precisos outros tantos para que tal venha a ser reconhecido. Como de costume.

Unknown disse...

Concordo que corninhos, no Parlamento, é quase um mimo comparado com outros destratos e faltas de educação e consideração entre políticos ... a mim parece-me que a situação serviu a Sócrates para se libertar de um ministro dado a gafes, e para evitar transformar os corninhos no tema central das campanhas eleitorais que se avizinham ... Ao mesmo tempo, acho que fizeram um favor ao Pinho, que não parece minimamente incomodado por ter ido de férias mais cedo ...

mfc disse...

O politicamente correcto continua a a ser lei...

KING SOLOMON disse...

A questão é tão simples quanto isto:
Se Sócrates não "sacrificasse" o Ministro, os demais partidos políticos e outros abutres sensacionalistas (leia-se alguma comunicação social)tiravam-lhe a pele vivo.
"Sacrificou" o Ministro e continua a ser motivo de conversa.

Anónimo disse...

"Sacrificar"?! isso não é dos povos primitivos?
Ainda por cima um homem de Estado?!
Se fosse uma virgem, ou um cordeiro!...
Agora Ministros, nunca ouvi falar...
Deve ser por isso que ainda é motivo de conversa...

CN disse...

C Narciso, agora fiquei curioso... não é todos os dias que damos com um homónimo... e o "C", será de Carlos? Apresente-se homem/mulher (não sei, pela visita que fiz ao seu blog não cheguei a grandes conclusões).

KING SOLOMON disse...

Olá CN.
Sim, de facto sou Carlos Narciso, mas precisamente CMON.
Como se costuma dizer, há mais Marias na terra rsrsrs

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Jornalista; Licenciado em Relações Internacionais; Mestrando em Novos Média

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