Memórias de muitos anos de reportagens. Reflexões sobre o presente. Saudades das redacções. Histórias.
Hakuna mkate kwa freaks.











domingo, junho 11, 2006

Do meu caderno de notas, contributos para a História da Guiné-Bissau

Em Maio de 99, Buotha N`Mbatcha, 60 anos feitos, acabava de recuperar as divisas de coronel do exército da Guiné-Bissau, perdidas quando tinha sido acusado de conspirar contra Nino Vieira.
O coronel Buotha N`Mbatcha passou seis anos na cadeia, onde jura que foi torturado, foi condenado à morte e perdoado magnanimamente no derradeiro minuto. Até aqui, a história de Buotha N`Mbatcha não é muito diferente de milhares de outros guineenses enredados na trama política de Bissau.
Estes antecedentes levaram-no, claro, a alinhar na revolta de Ansumane Mane que culminou no derrube de Nino. No dia 7 de Maio de 1999, Nino caiu. Para evitar ser capturado, o ditador andou fugido pelas ruas de Bissau. Procurou esconder-se na casa do bispo, depois pediu abrigo no Centro Cultural francês. Tudo isto já foi aqui relatado, antes.
Nesse dia 7 de Maio de 99, os caminhos de Buotha N`Mbatcha e Nino Vieira voltaram a cruzar-se.
“Aderi à Junta Militar pela justiça, porque quero que todo o Mundo, principalmente o povo da Guiné-Bissau, saiba que Nino nunca falou verdade. Por isso quero justiça. Eu podia tê-lo morto no dia 7 de Maio. Fui eu que o fui buscar ao sítio onde ele estava e o levei para a embaixada. Tinha a minha pistola. Se quisesse vingança, tinha-o morto. Fui eu próprio. Peguei nele, não lhe fiz nada, levei-o para a embaixada. Espero apenas que se faça justiça e se conheça a verdade” (do meu caderno de notas).

4 comentários:

escrevi disse...

Vês como é importante compilar todas as reportagens numa só.

Escreve o livro.

Barão da Tróia II disse...

Concordo com o companheiro de cima, até porque se existe tanto gato pingado a escrever livros sobre absurdidades, porque não pode o meu caro amigo escrever um com histórias destas.

Anónimo disse...

Se assim foi, caro Buotha N'Mbactha, bravo! Foi um gesto que merece um bravo, pelo mérito de pensar na justiça e nao na vingança.

Anónimo disse...

SE ASSIM FOI, CARO BUOTHA N'Mbatcha, BRAVO, O GESTO TEM MERITO, PENSAR NA JUSTIçA E NAO NA VINGANçA.

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Jornalista; Licenciado em Relações Internacionais; Mestrando em Novos Média

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