Na semana passada jantei com o José Sousa Dias, jornalista da Lusa, acabadinho de chegar de Bissau, depois de três anos na condição de expatriado. Jantei com ele e com mais 30 pessoas, todos, ou quase todos, portugueses expatriados na Guiné e que, como se estivessem mortos de saudades uns dos outros, se juntam para jantar em Lisboa na primeira oportunidade. Digamos que fui testemunha de um notável espírito de corpo. Na verdade, o jantar foi uma espécie de festa de despedida do Zé aos que com ele conviveram durante três difíceis anos. A Guiné-Bissau nunca foi um sítio fácil para um correspondente estrangeiro trabalhar. O Zé, nesta comissão de serviço, levou com um golpe de estado, um assassinato político relevante (a morte do CEMGFA, general Veríssimo Seabra), eleições legislativas e as eleições presidenciais que deram uma segunda vida a Nino Vieira e, ainda, umas semanas de conflito armado na fronteira Norte.
O Zé aguentou com tudo. Só se partiu todo quando, uma noite, à saída de um restaurante, caiu no fosso do esgoto que corre a céu aberto nas bermas das ruas de Bissau. Não riam, que pode acontecer a qualquer um. Bissau é uma cidade perigosa.
Memórias de muitos anos de reportagens. Reflexões sobre o presente. Saudades das redacções. Histórias.
Hakuna mkate kwa freaks.
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segunda-feira, janeiro 01, 2007
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Acerca de mim
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- Jornalista; Licenciado em Relações Internacionais; Mestrando em Novos Média
6 comentários:
Caro Carlos Narciso,
Sem querer contrariar a motivação deste seu post sobre o José Sousa Dias, gostaria de, para além das citações sobre os vários testemunhos de José Sousa Dias na qualidade de delegado da Lusa na Guiné-Bissau, acrescentar o episódio triste de um jornalista que deixou de servir os interesses da própria Lusa na Guiné-Bissau e furtou-se aos princípios do jornalismo, quando decidiu assumir a divulgação, em concertação com um governante guineense, do falecimento em Bissau a 5 de Junho de 2006, do meu irmão, o jornalista Carlos Alberto " Beto" Casimiro.
O Carlos Narciso deve estar a par do "Dossier Beto Casimiro", pois fiz questão de lho fazer chegar por correspondência electrónica.
Para quem não acompanhou essa situação, basta dirigir-se ao site www.didinho.org e na secção Editorial encontrará o referido dossier.
Não ando a perseguir o José Sousa Dias e ele sabe disso. Não há em mim nenhum sentimento de ódio ou de vingança, mas há um processo em curso sobre este caso que, já passou na ERC com o parecer que também fiz chegar ao Carlos Narciso em tempo oportuno.
Importa fazer com que as pessoas reconheçam os seus erros e as suas teimosias, respeitando e considerando as famílias com as difamações e calúnias do tipo que José Sousa Dias fez em relação ao meu falecido irmão.
Bom 2007 para si e para a sua família
Fernando Casimiro (Didinho)
Aqui há poucos anos, um autocarro caiu numa vala do caneiro de Alcântara. Sem golpes de estado há mais de 30 anos e poucos assassinatos políticos relevantes, mas nunca esclarecidos e estou a lembrar-me do padre Max embora a mais de 300 kms de Lisboa, Lisboa (ou Portugal?) também é uma cidade/país perigosa. Custa-me admitir que cada um tem a cidade que merece, mais c'est la vie.
Bom ano para si Carlos Narciso.
Didinho, a sua querela com o JSD já foi resolvida. A Lusa publicou as desculpas devidas e não vejo razão para continuar com isto. Apenas publiquei o seu comentário, para que não argumentasse com censura ou encobrimento de qualquer coisa.
Independentemente do que tenha acontecido, o José Sousa Dias é um bom jornalista, disso não enho qualquer dúvida.
Mas, todos nós, podemos errar, se é que foi disso que se tratou.
Um abraço.
Caro Carlos Narciso,
Não vou entrar em detalhes sobre este assunto, no entanto quero dizer-lhe que a Lusa não pediu desculpas nem tão pouco o José Sousa Dias reconheceu ter errado, ainda que a Lusa tenha reconhecido isso e a ERC ter feito referência a isso no parecer sobre a queixa que apresentei.
Gostaria de lhe dizer ainda, que pode apagar este e o outro comentário meu que motivou a sua resposta.
Só não percebo porque quis ler o meu pensamento ao insinuar que só publicou o comentário para que eu não argumentasse com censura ou encobrimento de qualquer coisa... Por acaso dei-lhe a entender isso alguma vez?
Lamento ter deixado os meus comentários no blog, pois parece que não convém ainda que de forma civilizada, abordar certos assuntos.
Mas o Carlos sabe que felizmente, não preciso deste espaço para escrever.
E porque acha o Carlos que o José Sousa Dias não errou, ao dizer que: " Mas, todos nós, podemos errar, se é que foi disso que se tratou."?
A amizade é sinónima da verdade?
Penso que nunca foi, nem será, caro Carlos Narciso.
Muito obrigado e as minhas desculpas pelo incómodo!
Didinho
peço desculpa por invadir o Blog´(Que esta espectacularmente bom, que continue assim)
Sei que pode ter pouco a ver com o que nos é relatado por CN
Mas por favor não deixem de visitar
http://sexodrogasrock.blogspot.com/
Comenta-se de tudo um pouco, Aborto, Religião, Politica actualidade, musica, filmes, arte, drogas e por vezes meninas que se encontram na web etc... por favor não deixem de comentar!
E um feliz 2007 para todos!
Boa gente! ;)
e dos pitéus nem se fala!
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