Memórias de muitos anos de reportagens. Reflexões sobre o presente. Saudades das redacções. Histórias.
Hakuna mkate kwa freaks.











quarta-feira, março 07, 2007

50 anos


Queria tanto trabalhar na RTP que aceitei o trabalho de estafeta. Foi em 1977, tinha 19 anos. Durante um ano andei de mota a levar e trazer cassetes e bobinas de filme, de um lado para o outro. Depois, concorri para teletipista, uma função que já nem existe. Chamemos-lhe antes operador de telex. Concorri porque o posto de trabalho era numa sala ao lado da redacção. Era ali que chegavam todas as notícias do que se passava no país e no mundo. Entretanto, iniciei a carreira de jornalista no jornal A Tribuna, pela mão do saudoso Amadeu José de Freitas, um dos “papas” do jornalismo desportivo português. Ao fim de um ano de telexes, escrevi uma carta a pedir a requalificação profissional, dado que era detentor de carteira profissional de jornalista. Fui aceite. Entrei para a equipa que foi fazer o Bom Dia Portugal. Isto foi em 1980. Estive lá até 1992, quando aceitei o convite para ir para a SIC, cansado de “prateleiras” e de injustiças.
O resto da história não vem, agora, ao caso. Apenas quero dizer que estou contente por a RTP ter conseguido aguentar o embate das televisões privadas e começar, agora, a conquistar cada vez mais audiência. Das televisões que temos, é a que vejo.
Só acho que está na hora da RTP deixar de ser administrada por contabilistas e gestores de lobbies, agora que a empresa está financeiramente saneada, segundo parece. Não quero que a RTP volte ao despesismo dos tempos do Moniz, mas acho que o serviço público não tem que dar lucro. Só tem de dar boa programação.

4 comentários:

Paulo disse...

Inch Allah!

inominável disse...

voilà! sehr gut! é isso mesmo...

Isabela Figueiredo disse...

Eu adorava trabalhar com a máquina de telex, a que produzia uma fita furada. Era dessas? Era bestial!
Começa-se seja por onde for. Aliás, os melhores começam assim, os outros começam pelo telhado. Não se começa nada pelo telhado. Mas, se calhar, eu estou ultrapassada porque ainda acredito no merecimento e não no dinheiro nem no poder. E não cedo, mesmo que à minha volta tudo me mostre o contrário.

CN disse...

Isabela, era mesmo dessas. Só que eram várias máquina (6 ou 7), numa sala sem janelas. Todas a trabalhar ao mesmo tempo, faziam um barulho infernal.
Não tenho saudades, mas foram tempos heróicos.

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Jornalista; Licenciado em Relações Internacionais; Mestrando em Novos Média

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