Memórias de muitos anos de reportagens. Reflexões sobre o presente. Saudades das redacções. Histórias.
Hakuna mkate kwa freaks.











segunda-feira, março 26, 2007

Catedrática trapalhada

Quando penso na Universidade Independente, assalta-me uma grande angústia. É que há ali 2.400 pessoas inocentes de qualquer trafulhice, sem quota de participação no capital social da empresa que gere a universidade e que são os únicos grandes prejudicados das trapalhadas que estão a destruir a escola. Se o Reitor ou o vice-Reitor andaram a meter dinheiro ao bolso indevidamente, é uma coisa que não me interessa por aí além, é um caso de polícia que qualquer investigador judicial tem capacidade para resolver. Quem é o dono daquilo, é outro assunto irrelevante para o cidadão comum, mas que o ministério da tutela deveria ter preocupação em saber. Agora, os 2.400 alunos que pagam os 200 e muitos euros mensais de propinas, que além de investirem ali o seu dinheiro investem, também, expectativas legítimas de se valorizarem profissionalmente, esses é que estão a ver a vida a andar para trás, com o “canudo” a desvalorizar-se e a escola em risco de perder o alvará e ter de fechar.
O caso da Independente, depois do que já aconteceu noutras universidades privadas (lembrem-se da Moderna), demonstra que nem tudo o que é privado é bom… ou fiável… ou eficiente…
A responsabilidade do Estado é total, neste caso. Primeiro, porque licenciou a escola. Depois, porque não cuidou de fiscalizar ao longo do tempo se a escola cumpria devidamente com as regras. Terceiro, porque se dispensou de equipar as universidades públicas com cursos em horário pós-laboral e, assim, deu às privadas todo o mercado dos trabalhadores-estudantes. Ou seja, o Estado deu uma fatia do mercado para que as privadas pudessem viver. A implantação das universidades privadas não foi, assim, uma questão definida pela qualidade do serviço prestado, não foi definida por aquilo a que se chama “regulação do mercado”. Foi um favor que se fez a alguns senhores.

8 comentários:

Isabela Figueiredo disse...

E uma vergonha de facto, e os alunos não merecem ver o seu percurso académico descredibilizado pelo mau nome administrativo da instituição. É muito mau.

Teixeira Homem disse...

A SIC-Online divulgou ontem uma notícia que espelha bem a trapalhada que vai naquela UnI. Espero que essa investigação, seja feita até à EXAUSTÃO, doa a quem doer (o que não acredito!)

http://sic.sapo.pt/online/noticias/pais/investigacao+na+uni.htm

"A falsificação de habilitações concedidas pela Universidade Independente é um dos muitos indícios que estão a ser investigados pela Polícia Judiciária e pela Inspecção-Geral do Ensino Superior. A SIC teve acesso a documentos que mostram a falsificação de assinaturas.
SIC
_______________________

O curso de Direito de Amadeu Lima Carvalho teria sido concluído na Universidade Independente em 1996 e reconhecido no início de 1997 pelo reitor Luiz Arouca. A média final foi de 13 valores, o que logo à partida não permitiria a frequência de um mestrado.

A 1 de Setembro de 2004, o reitor Luiz Arouca teria certificado publicamente que Amadeu Lima Carvalho tinha obtido o grau de Mestre em Direito.

A verdade é que os mestrados em Direito na Universidade Independente só começaram no ano lectivo 2005-2006.

Já em Março de 2006, Luiz Arouca queixou-se à Ordem dos Advogados que a sua assinatura teria sido falsificada. Pediu também à secretaria da Universidade Independente os registos biográficos de todos os professores e mestres de Direito, em particular de Amadeu Lima Carvalho que o reitor diz ser apenas solicitador.

Na resposta, uma funcionária da secretaria garante que Amadeu Lima Carvalho nunca foi aluno da licenciatura em Direito desta Universidade.

Por seu lado, o chefe dos serviços da secretaria António de Sousa Lousão atesta por escrito que não é sua a assinatura constante do certificado de habilitações de Amadeu Lima Carvalho, emitido em 1997.

O reitor Luiz Arouca queixou-se novamente à Ordem dos Advogados, mostrando-se preocupado com a credibilidade dos graus académicos concedidos pela Universidade Independente e com a credibilidade do próprio Ensino Superior Privado em geral.

Recorde-se que, desta Universidade saíram licenciados que ocupam agora cargos de responsabilidade em grandes empresas públicas e no próprio Estado."

Arrebenta disse...

"Alguns senhores", por acaso com responsabilidades governamentais

zlipax disse...

É óbvio que nem tudo o que é privado é bom. Mas quem foi que disse isso? As privadas servem, tão só e somente, para os meninos "ricos" (ou novos burgueses, ou, pelo menos, com aspirações a tal) que não conseguiram ter aproveitamento no secundário poderem ter uma maneira fácil de chegar ao canudo, indo depois fazer concorrência desleal, e eu abranjo a católica neste campo também, no mercado de trabalho.

Enquanto isso, as públicas também não são nenhum reduto de competência, o que leva as pessoas (pleunasmo para povinho) a defender, com unhas e dentes, que tanto faz as qualificações profissionais do primeiro ministro, pois afinal é igual aos outros, só que com um canudo, e votar no salazar.

Lamento imenso, mas eu acho que os alunos da Independente, por acaso, até merecem ter os seus cursos desvalorizados. Culpa não têm, são inocentes, mas merecem. Porque quem tira um curso na Independente, muito sinceramente, acho que não quer ter uma boa formação nem ser um bom profissional, quer ter um canudo. E desses, há muitos.

Depois, aliado aos tachos - sim, porque depois isto de se andar na privada tem os seus quês, nem que seja por acquiantances do meio social envolvente, ou lá dentro, isto claro tirando os desgraçados que vão para lá enganados e depois descobrem, tardiamente, que isto não é uma meritocracia nem nunca foi - arranjam empregozinhos, sei lá, na função pública.

E agora? Vamos circunscrever o problema aos coitadinhos da Independente?

memorias disse...

Oh! E você(s) lembraram-se disso - dos ALUNOS - quando montaram nos órgãos da pide DN, JN e TVI a fantochada do caso moderna? Lembraram?

Agora aguentem. Elas pagam-se sempre. E pelo que se houve dizer, vem aí a derrocada do Regime.
Agora aguentem. Outros já sofreram, e bem mais.

memorias disse...

(Não vale a pena esconder este comentário, ele aparecerá com a menção de censurado pela NET!)

Oh! E você(s) lembraram-se disso - dos ALUNOS - quando montaram nos órgãos da pide DN, JN e TVI a fantochada do caso moderna? Lembraram?

Agora aguentem. Elas pagam-se sempre. E pelo que se houve dizer, vem aí a derrocada do Regime.
Agora aguentem. Outros já sofreram, e bem mais.

memorias disse...

Ficou assim:


A propósito do Carlos Narciso:

Coloquei lá este comentário 3 vezes e... 3 vezes foi censurado! (Já parece a negação de Pedro...)

"Oh! E você(s) lembraram-se disso - dos ALUNOS - quando montaram nos órgãos da pide DN, JN e TVI a fantochada do caso moderna? Lembraram?

Agora aguentem. Elas pagam-se sempre. E pelo que se houve dizer, vem aí a derrocada do Regime.
Agora aguentem. Outros já sofreram, e bem mais.E na Moderna eram 8000, não 2000."

jastavares disse...

continuamos a ser um paraíso para os chicos espertos, curiosamente acoitam-se, na sua grande maioria na família xuxialista.

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Jornalista; Licenciado em Relações Internacionais; Mestrando em Novos Média

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