Memórias de muitos anos de reportagens. Reflexões sobre o presente. Saudades das redacções. Histórias.
Hakuna mkate kwa freaks.











segunda-feira, abril 24, 2006

Baptista Bastos

Já há muito tempo que não via o Herman. Não por causa do programa, mas por causa do canal onde o programa passa… o que querem? Tenho direito às minhas manias. Mas esta noite, não sei o que me deu. Talvez um pressentimento…
E, ainda bem que liguei o canal 3 da TV Cabo… em vez de estar lá um banqueiro ou um qualquer político em missão de branqueamento, estava um senhor que merece muito respeitinho: Baptista bastos. Então não é que o homem, sempre naquele tom suave, embora um pouco rouco, que lhe caracteriza a voz, relembrou que hoje, 32 anos depois do 25 A, vivemos de novo a censura, não a censura do lápis azul, mas a censura da dependência económica, do ter de parecer politicamente correcto sob pena de perder o emprego, vivemos uma ditadura do medo motivada pelos 500 mil desempregados e a certeza de ser quase impossível de recuperar um emprego perdido…
BB lembrou-nos o escândalo das mordomias dos dirigentes que temos, das reformas imorais dos banqueiros de Portugal, dos direitos adquiridos ao fim de 6 meses de função em determinadas empresas do Estado. Tudo isto, dito no local mais improvável. O Herman SIC. Pareceu-me que Herman está a dizer adeus ao programa e ao canal. Sem querer ser cínico, cheira-me que tanta liberdade tem muito pouco que ver com o mês que corre no calendário. Com a certeza da não renovação do contrato, Herman está livre para fazer o que lhe apetece. Ainda bem.

8 comentários:

Isabela Figueiredo disse...

Resta-nos saber o que vai ele fazer com a liberdade que vai ter, e onde vai poder experimentá-la.

As palavras de Baptistas Bastos são importantes num programa de grande audiência.

aRMAS disse...

Não assisto o programa, mas à distância parece-me então que a liberdade finalmente ganhou lugar à libertinagem.

Vou ficar atento para assistir ao próximo programa e escutar os convidados.

Macro disse...

Já agora onde estava no 24 de Abril...
best

rpm

Carla disse...

Deixo um beijo ao sabor do vento e votos de um bom feriado

ELCAlmeida disse...

E já agora quanto ao escândalo das mordomias que comentário virá com o escândalo do "apito dourado" que foi "fechado"?
E quem pagará os eventuais prejuízos morais que alguns arguidos possam exigir - e muito bem, diga-se.
É o escândalo das mordomias e do poder absoluto e (in)corruptível...
Um abraço e bom feriado.
Eugénio Almeida

Caiê disse...

Também não vejo o programa. O Herman tinha muita graça, quando fazia programas como "O Tal Canal", que iam directos ao ponto... Depois, como que tapou a sua própria boca e passou a um estilo de mau gosto. Enfim...
As palavras do Baptista Bastos que aqui transcreve vêm bem a propósito. Acordar com uma marretada. :)

Madalena disse...

Todos, pelos vistos, deixámos de ver o Herman, quando ele deixou de ser o Herman do contra-poder. Não me parece que a situação tenha retorno, mas pelo menos que páre com as cedências que servem o descalabro cultural em que estamos!
Deixo aqui também o meu cravo renitente que trouxe da cantiga do Chico Buarque!

Gillie disse...

O Herman deixou de ser o que era porque lhe foi exigido isso mesmo. Em troca do dinheiro, a obediência. O Herman que conhecemos nunca levaria aquelas fantochadas ao seus programas.
Mas nesse dia resolvi parar os olhos e ouvidos e devo dizer que fiquei impressionada não terem cortado o pio ao BB quando estava a dizer as verdades! Gostei da cara de comprometido do Herman!

Mas as pessoas esquecem. Infelizmente, as verdades do BB, no dia a seguir não estavam a ser comentadas pela Dona Mercês e a Dona Rosa. As verdades foram comentadas por aqueles a quem elas tocaram, porque sabem exactamente isso: que são VERDADES!

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Jornalista; Licenciado em Relações Internacionais; Mestrando em Novos Média

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