Um dos mais temíveis guerreiros que conheci na Guiné, chama-se José Américo Bubo Na Tchuto. Capitão fuzileiro. Os primeiros cadáveres de senegaleses que vi, foi ele quem mos mostrou. Estavam já podres, inchados, cheios de moscas. Aquilo deu-me volta ao estômago. Tirei umas fotos, mas não sei delas. O Carlos Aranha filmou os presuntos e em Portugal
a guerra civil guineense passou a ter outro peso. Afinal… os gajos matavam-se mesmo. Pois matavam… Bubo Na Tchuto fartou-se de matar senegaleses. A roupa que vestia tinha sido de um oficial inimigo morto em combate. Ainda tinha o nome do morto no peitoral… as botas também deviam ter sido do morto.
Bubo Na Tchuto
Um dia, o grupo de combate de Bubo Na Tchuto aprisionou uma dúzia de senegaleses. Os prisioneiros eram todos miúdos, soldadinhos tenros e inexperientes enviados para aquela frente de batalha. Foram postos em fila indiana e encaminhados para a cadeia militar que existe na base aérea. Nunca lá chegaram. Alegadamente, tentaram fugir e morreram na tentativa. A partir desse dia, todos os soldados de Bubo passaram a vestir camuflados quase novos e, estranhamente, sem vestígios de buracos de bala. Como se os anteriores proprietários os tivessem despido antes de morrerem… percebem?
4 comentários:
percebi sim
jocas maradas
Muito bem.
Noite boa.
Descreves cenários, realidades de uma crueldade total. Não é possível que isto não te tenha impressionado. Não é possível que não vivas com flashes de tudo isto disparados para a memória à menor impressão. Não como como consegues dormir à noite. Dormes bem?
durmo mal. por alguma razão inventei este modo de desabafar.
Enviar um comentário