Ainda em reflexão… tenho tentado perceber algumas questões fracturantes da política. As nacionalizações, por exemplo. O Bloco, o PC e o MRPP são abertamente a favor da nacionalização de sectores estratégicos da economia. O CDS diz cobras e lagartos desta ideia… mas o PSD e o PS mantiveram o silêncio sobre o assunto. Mas as nacionalizações são um factor político curioso… Depois do 25 de Abril, quase tudo foi nacionalizado. Na década de 80, quase tudo voltou para as mãos dos privados. Hoje, à pala da crise, voltaram a nacionalizar, nomeadamente bancos e companhias de seguro. Na Europa comunitária, por exemplo, julgo haver já mais de 60 bancos nacionalizados. Entre eles, o BPN… e é aqui que se faz luz sobre esta questão. É que, se virem bem, a Esquerda deseja nacionalizar as empresas que dão lucro, algumas muito lucro mesmo, que na prática são monopólios: EDP, Galp, etc. A Direita aceita que se nacionalizem as empresas que dão prejuízo… que foi o caso do BPN, banco desfalcado pelas falcatruas dos amigos do Cavaco. Ou seja, pelo menos em teoria, a Esquerda quer nacionalizar para distribuir a riqueza produzida de modo equitativo e a Direita aceita a nacionalização para que sejamos nós a pagar os prejuízos que os capitalistas não souberam evitar, por incompetência ou má fé.
Memórias de muitos anos de reportagens. Reflexões sobre o presente. Saudades das redacções. Histórias.
Hakuna mkate kwa freaks.
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domingo, setembro 27, 2009
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Acerca de mim
- CN
- Jornalista; Licenciado em Relações Internacionais; Mestrando em Novos Média
8 comentários:
... a desmontagem perfeita!
"... prejuízos que não souberam evitar..." ou que nem se interessaram em evitar, porque era lucro nos bolsos. Deles, claro. Ao que parece, até conseguiram não evitar que uns quantos cifrões se evaporassem para universos desconhecidos. Uma qualquer empresa aeroespacila, um dia, ainda vai tropeçar neles.
Isto, apenas refectindo, como está bom de ver.
E ainda reflectindo, porque raio as empresas públicas/nacionalizadas haveriam, ou haverão, de dar lucro? Basta que sejam geridas de forma racional para que se mantenham a não dar prejuízos/perdas, porque isso é ir buscar aos bolsos dos mesmos de sempre, e para que se tornem menos "apetitosas ao voraz apetite" de quem apenas vê lucro... sempre no mesmo sentido: bolso próprio.
Nem mais, nem menos!
Parece que os parasitas, ao contrário do que poderia esperar, têm a maior lata e são os maiores desavergonhados, que se pode imaginar.
Os amigos de Cavaco e o próprio, não são mais que sanguessugas gigantescas de quem trabalha, vivem á custa do sangue suor e lágrimas dos outros. Utilizam o Estado, para servir os seus gananciosos fins.
E este joguinho, do Cavaco despedir o acessor, demonstra que regressamos ao sistema político, da Idade Média. Está feito com o Sócrates! Corrupção, à mais alta e perigosa, escala.
Admira-me a alienação das pessoas... talvez a barriga, ainda fale pelo cérebro... enquanto ainda houver que comer!
Carlos Narciso
Com um obrigada por ter um excelente blogue e por participar no blogue Sustentabilidade É Acção, aceite o selo Amizade Internauta. Um abraço.
Verdadeiramente notável a forma como o Carlos desconstruiu, pela base, o edifício politíco-interesseiro da nossa direita.
Revejo-me total e incondicionalmente nas suas palavras.
Brilhante, Carlos! Já não sei se foram os "Gatos" ou os "Contemporâneos" q fizeram há pouco tempo um sketch brilhante que ilustra este ponto de vista: qd as coisas vão bem, não queremos Estado- nem contribuir p o Estado; qd td corre mal, venha mais e mais Estado!
Curiosamente Portugal, é na sua grande maioria, composto de ignorantes e parasitas...
exactly
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