O facto de um assessor do Governo ou da Presidência contactar jornalistas, não tem mal. Também não é pecado os jornalistas contactarem assessores. Nem mesmo um director de jornal fala directamente com ministros ou o Presidente da República. O assessor existe precisamente para proteger a entidade, é uma espécie de guarda-costas para questões de comunicação.
O problema coloca-se quando o assessor utiliza o jornalista para veicular falsidades, meias verdades, deturpações. Para isso, o assessor conta com a inexistência de verdadeira investigação jornalística. É raro um jornalista ter tempo para apurar uma história, certificar-se de que não deixou pontas soltas, encontrar todas as respostas possíveis para a questão. É mesmo muito raro. Investigar leva tempo, tempo é dinheiro do patrão e há cada vez menos tempo para essas coisas. Além disso, nem sempre a história caminha na direcção pretendida. O assessor sabe, também, que à partida existe uma tendência para se tentar agradar a quem proporciona uma boa história. O jornalista agradece, o editor rejubila, o director exulta, o patrão faz contas às vendas, às audiências e ao comércio de interesses. O assessor joga ainda com a eventualidade de, a seu tempo, o jornalista poder vir a ser agraciado na sequência daquela troca de favores. Não é raro que o jornalista viva de um salário magrinho e os 2 mil e 500 euros de salário base de um assessor governamental não são de desprezar.
Andamos todos à procura de um futuro mais luminoso e os jornalistas pobres são sempre baratos de comprar.
O problema coloca-se quando o assessor utiliza o jornalista para veicular falsidades, meias verdades, deturpações. Para isso, o assessor conta com a inexistência de verdadeira investigação jornalística. É raro um jornalista ter tempo para apurar uma história, certificar-se de que não deixou pontas soltas, encontrar todas as respostas possíveis para a questão. É mesmo muito raro. Investigar leva tempo, tempo é dinheiro do patrão e há cada vez menos tempo para essas coisas. Além disso, nem sempre a história caminha na direcção pretendida. O assessor sabe, também, que à partida existe uma tendência para se tentar agradar a quem proporciona uma boa história. O jornalista agradece, o editor rejubila, o director exulta, o patrão faz contas às vendas, às audiências e ao comércio de interesses. O assessor joga ainda com a eventualidade de, a seu tempo, o jornalista poder vir a ser agraciado na sequência daquela troca de favores. Não é raro que o jornalista viva de um salário magrinho e os 2 mil e 500 euros de salário base de um assessor governamental não são de desprezar.
Andamos todos à procura de um futuro mais luminoso e os jornalistas pobres são sempre baratos de comprar.
10 comentários:
Jornais publicam mensagens e 'contra-mensagens' em forma de notícias, com teorias ‘esquisitoides’ com agentes secretos pelo meio, só para agradar o poder político subjacente?
(Se assim é, por que razão os Jornais não adoptam o sistema jornalístico de alguns países anglo-saxónicos em que, em tempo de eleições, assumem perante o seu público leitor o seu apoio directo a um determinado candidato (e por ele ‘puxam’) ?!)
Isto, para acabar de vez por todas, com a falsa ideia da imparcialidade jornalistica.
Assumam-se! Não há mal nisso, ou será que há?
Ou como se costuma dizer: todo o homem tem o seu preço.
A oferta pode é vir a ser presente envenenado.
Pois o seu amigo e colega, Frederico Duarte de Carvalho, já se deu ao trabalho de investigar, como sempre e exímio como é, acertou em cheio nesta aldrabice descarada.
Agora que foi retirado o escudo anti-míssil, era de aproveitar e pedir aos iranianos, para mandar uns mísseis aí para S. Bento, Belém e Assembleia da República...
Era um grande favor que nos faziam, acabar com estes verdadeiros terroristas.
Carlos, há coisas interessantíssimas! Precisamente 24 horas antes de publicar este seu texto, publiquei no Restolhando excertos do livro-estudo "A fonte não quis revelar", do Dr. Rogério Santos, Professor Universitário e investigador na área da comunicação social em que ele, muito sucintamente, aborda estas relações "perigosas", chamemos-lhe assim. Ou melhor, ele aponta os temas e o Carlos desenvolve-os primorosamente, porque ele os estudou e você os viveu. Fantástico!
Um abraço.
Fada do bosque, o Fred é exímio nessas desmontagens e noutras.
Carlos Narciso
Pelo que entendi ao ler o seu post, pelos vistos existem jornalistas que se vendem!!!
Karocha, percebeu bem.
O Problema, é que se vendem ao demónio!
A políticos corruptos... quais não serão, sem ninguém que os desmascare?
Isto só visto!
Bingo,Fada do bosque!...
Carlos, como sempre o dedo na ferida. Todos os que andamos nestes circuitos sabemos que jornalistas mal pagos são fáceis de comprar.
O mais grave é que há jornalistas bem pagos e que são comprados a peso de ouro.
Pelos políticos corruptos? Não só. Também por certos grupos económicos...
Cara DrªHelena Sacadura Cabral.
Tem toda a razão.
Cumprimentos
Manuela Diaz-Bérrio
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