Memórias de muitos anos de reportagens. Reflexões sobre o presente. Saudades das redacções. Histórias.
Hakuna mkate kwa freaks.
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segunda-feira, julho 17, 2006
Médio Oriente. Loucos
Nesta confusão do Médio Oriente, já pouco importa quem disparou o primeiro tiro. A questão está em descobrir um modo de parar com a loucura… e, pelo que se tem visto, pode não haver maneira de o fazer. De todos os acontecimentos recentes, desde os raptos de soldados israelitas até às retaliações mútuas, há um pormenor relevante: o armamento do Hezbollah é surpreendente. Porque a mim me surpreende que um partido político (?) possa dispor de armamento e isso seja tolerado pelo governo do Líbano, quando seria certo que esse armamento se destinava a agredir outro estado. Mas o que acho verdadeiramente surpreendente é a dimensão do arsenal do Hezbollah… mísseis de curto e médio alcance de fabrico iraniano, aparentemente os Fajr-3 (alcance de 45 km) e os Fajr-5 (alcance 75 km) e, provavelmente, também o Zelzal-2 (200 km de alcance), para além da arma mais tradicional, o mundialmente famoso Katyushas de fabrico russo (25 km de alcance). Parece-me que, primeiro, Israel foi surpreendido por esta capacidade de fogo do Hezbollah e, segundo, que existe aqui um óbvio “dedinho” do Irão e, talvez, da Síria, de modo a tirarem dividendos seguros de uma situação de conflito como a que já está em curso.Israel não quis Arafat como interlocutor político. Talvez os israelitas julgassem que com outro dirigente palestiniano poderiam manobrar mais facilmente. Mas esqueceram-se que Arafat queria, essencialmente, construir um estado. Os que o substituiram talvez só queiram destruir. Os generais desta guerra parecem procurar uma batalha definitiva para esta luta... como se fosse possível escolher entre glória ou morte. Loucos.
Etiquetas:
Médio Oriente,
Política Internacional
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Acerca de mim
- CN
- Jornalista; Licenciado em Relações Internacionais; Mestrando em Novos Média
4 comentários:
Concordo inteiramente, o que menos importa é culpabilizar. Importa sim viabilizar uma situação, que passe pela paz, pela não violência pelo respeito mútuo, eu sei, sou um idealista aparvoado.
É do sol na moleirinha. Não foi por acaso que, naquelas paragens nasceram tantas religiões que se odeiam mútuamente.
atenção nos próximos anos à influência iraniana e ao seu líder actual, que não me parece tão louco como possa parecer (e espero bem que seja só mais um "louco").
paz, respeito, etc., são conceitos que nunca irão vingar nessa zona.
digo eu, que nem sou pessimista.
o passado indica o futuro, infelizmente.
"como se fosse possível escolher entre glória ou morte. Loucos."
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