Lá fui, já não me lembro quem foi o camera-man. Chegados a Bilbau, depois de pousar as malas no hotel, fomos até ao local onde a conferência ia decorrer. Credenciamo-nos no secretariado e forneceram-nos o programa das festas. Percebi então a razão daquela reportagem: o antigo primeiro-ministro português e conhecido empresário da comunicação social, Dr.Pinto Balsemão, ia botar discurso…O meu patrão abria a conferência, num discurso pela fresca das 9 da manhã. Calculei que o senhor falasse para aí uma hora. Cheguei às dez em ponto, ainda a tempo de ouvir as palmas da assistência. Viu-nos, desceu do palanque, atravessou a plateia, saiu para o hall, pegou no telemóvel. Apostei com os meus botões em como o meu telemóvel iria tocar dali a 10 minutos. Tocou mesmo. Era o novo director de Informação: “então não gravaste o discurso do Dr.Balsemão?”
Uma hora depois, voltou a ligar-me. Tinha descoberto que a agência EFE tinha o discurso gravado na íntegra. Eu só teria de ir buscar a cassete. Já estava paga.
Nessa noite, ao jantar, o telemóvel voltou a tocar. Era o antigo director de Informação… porque lhe tinham contado o que se estava a passar e queria dar-me um abraço de solidariedade. Obrigado, Emídio. Pulhices destas nunca aconteceram contigo.

2 comentários:
Infelizmente meu caro amigo "Pulhas" e "Pulhices", são matéria pródiga por estes arrabaldes Lusos.
Do que eu gosto é do título da série.
Era cobra de toda a espécie!
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