Nestes tempos de Freeport, BPN e BPP, estava à espera que os jornais repescassem a velha história da fraude que rodeou a subscrição pública de angariação de dinheiro para a construção do Cristo-Rei. Os 50 anos da estátua justificariam e sabe-se como o povo gosta desses mexericos. Já em 1959 a história foi abafada, mas naquela época havia a censura e as vontades conjugadas do Cardeal Cerejeira e de Salazar.
Não conheço bem os contornos da história, mas julgo que foram desviados algumas centenas de milhar de contos pelo administrador da obra, um tipo de que não guardei o nome na memória, mas que seria alguém muito próximo da Igreja Católica. A tentação foi demasiada, à vista do monte de dinheiro laboriosamente angariado durante anos e anos nas homilias por todo o país. Ainda assim, o que sobrou deu para finalizar a construção, o que quer dizer que a subscrição pública excedeu em muito as reais necessidades do empreendimento. A dádiva popular foi ainda mais notável se pensarmos que as oferendas foram feitas durante os anos da II Guerra Mundial, uma época de crise económica profunda em Portugal, com fome declarada em muitas zonas do país.
A Igreja Católica organizou, a partir dos finais dos anos 30, aquilo a que se chamou a “Novena das Jóias para Cristo-Rei”, onde se pedia uma contribuição mínima de 1 escudo anual… manifestamente insuficiente como se pode ler numa circular que, em 1937, foi distribuída nas paróquias: “...se a subscrição nacional ficasse a cargo só da gente pobre, os trabalhos de erecção do Monumento teriam de arrastar-se por longos anos, com sumo desgosto dos entusiasmos desta iniciativa que são de todos os bons portugueses., desânimo de muitos, prejuízo de outras beneméritas iniciativas de carácter geral e até com a vergonha e desdoiro que seria para nós – à vista dos nossos irmãos brasileiros tão admiráveis no entusiasmo com que, em menos de um ano, amontoaram os milhares de contos do seu magnífico monumento a Cristo-Rei, no Corcovado…”.
Assim, a “Novena” serviu para aliciar os mais abastados para contribuições que poderiam ir até aos 5 mil escudos (uma boa maquia, para a época, compravam-se carros por menos dinheiro).
Como paga pelas boas acções, a Igreja garantia que “para benfeitores vivos e defuntos serão celebradas trinta missas cada mês, até à conclusão do monumento! E, sobre o coração e o lar de todos eles, cairá incessantemente, com o olhar agradecido de Jesus, o caudal das suas bênçãos…” .
O país inteiro contribuiu para a obra. Pena é que as bênçãos tenham caducado há tanto tempo. Hoje davam-nos jeito…
Não conheço bem os contornos da história, mas julgo que foram desviados algumas centenas de milhar de contos pelo administrador da obra, um tipo de que não guardei o nome na memória, mas que seria alguém muito próximo da Igreja Católica. A tentação foi demasiada, à vista do monte de dinheiro laboriosamente angariado durante anos e anos nas homilias por todo o país. Ainda assim, o que sobrou deu para finalizar a construção, o que quer dizer que a subscrição pública excedeu em muito as reais necessidades do empreendimento. A dádiva popular foi ainda mais notável se pensarmos que as oferendas foram feitas durante os anos da II Guerra Mundial, uma época de crise económica profunda em Portugal, com fome declarada em muitas zonas do país.
A Igreja Católica organizou, a partir dos finais dos anos 30, aquilo a que se chamou a “Novena das Jóias para Cristo-Rei”, onde se pedia uma contribuição mínima de 1 escudo anual… manifestamente insuficiente como se pode ler numa circular que, em 1937, foi distribuída nas paróquias: “...se a subscrição nacional ficasse a cargo só da gente pobre, os trabalhos de erecção do Monumento teriam de arrastar-se por longos anos, com sumo desgosto dos entusiasmos desta iniciativa que são de todos os bons portugueses., desânimo de muitos, prejuízo de outras beneméritas iniciativas de carácter geral e até com a vergonha e desdoiro que seria para nós – à vista dos nossos irmãos brasileiros tão admiráveis no entusiasmo com que, em menos de um ano, amontoaram os milhares de contos do seu magnífico monumento a Cristo-Rei, no Corcovado…”.
Assim, a “Novena” serviu para aliciar os mais abastados para contribuições que poderiam ir até aos 5 mil escudos (uma boa maquia, para a época, compravam-se carros por menos dinheiro).
Como paga pelas boas acções, a Igreja garantia que “para benfeitores vivos e defuntos serão celebradas trinta missas cada mês, até à conclusão do monumento! E, sobre o coração e o lar de todos eles, cairá incessantemente, com o olhar agradecido de Jesus, o caudal das suas bênçãos…” .
O país inteiro contribuiu para a obra. Pena é que as bênçãos tenham caducado há tanto tempo. Hoje davam-nos jeito…
1 comentário:
Sim; tem toda a razâo àparte as novenas, o País continua igual! Com a agravante de que hoje ninguém participa em nada que seja, pois a única coisa de bom que esta democracia trouxe, além de liberdade de expressão??? - aqui fica uma grande interrogação, os Media são manipulados!- foi a liberdade de pensar, que certas instituições como a Igreja, só existem para extorquir!
Depois, como vão as coisas, não nos admiremos que de vez em quando
nos caia em cima um ditador!... Aí voltam as novenas! Hoje em dia também não são precisas, pois a publicidade e o markting, angariam que chegue, para essas ditas instituições extorcionistas! Devíamos era abrir bem os olhos!
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