Quando falamos de democracia, raramente pensamos em regimes implantados em África, mas as coisas estão a mudar, devagarinho… e convém ir olhando para lá e percebermos as mudanças.
Na semana passada houve eleições na República da África do Sul. É verdade que venceu o grupo político do costume, mas não da forma do costume, digamos assim.
Vejamos. Votaram 77% dos eleitores, uma percentagem que podemos considerar normal. Venceu o ANC, o que acontece desde que o apartheid foi desmantelado, com um resultado de 65,9%, uma maioria absoluta, mas longe da maioria qualificada que lhe permitiria alterar a constituição do país sem passar cartão às outras formações políticas, como dizem que seria a vontade de uma parte dos grupos que integram o ANC. O partido foi formado por uma coligação de comunistas, grupos sindicais e esquerda liberal defensora do mercado livre. É nessa amálgama que o ANC vive e vai governar o país, mais uma vez. A liderar o ANC e, portanto, a liderar o país, teremos Jacob Zuma, um histórico aureolado por inúmeras suspeitas de corrupção e, até, de violação, mas nunca condenado por esses actos que alegadamente praticou.
Na oposição, o ANC vai ter a Democratic Alliance (16,66% dos votos), o partido que congrega a simpatia da maioria da população branca do país, nomeadamente da comunidade portuguesa. Também ali, esta aliança democrática é um partido de direita. Venceram na província do Cabo, a única região do país onde o ANC não obteve a maioria dos votos.
Com 7,42%, o Congresso do Povo. Com 4,56% (apenas 800 mil votos) o Inkhata, um grupo outrora todo-poderoso com o qual Nelson Mandela, nos idos de 90, teve de negociar cuidadosamente para evitar uma guerra civil de consequências certamente devastadoras. O fracasso do Inkhata é uma boa notícia, porque significa que a política sul africana está a ficar livre do estigma tribal. O Inkhata é um partido de base tribal e se, agora, a maioria dos Zulus decidiu votar num dos outros partidos, talvez até no ANC, isso quer dizer que a democracia teve uma vitória e isso talvez seja o que de mais importante saiu destas eleições.
Na semana passada houve eleições na República da África do Sul. É verdade que venceu o grupo político do costume, mas não da forma do costume, digamos assim.
Vejamos. Votaram 77% dos eleitores, uma percentagem que podemos considerar normal. Venceu o ANC, o que acontece desde que o apartheid foi desmantelado, com um resultado de 65,9%, uma maioria absoluta, mas longe da maioria qualificada que lhe permitiria alterar a constituição do país sem passar cartão às outras formações políticas, como dizem que seria a vontade de uma parte dos grupos que integram o ANC. O partido foi formado por uma coligação de comunistas, grupos sindicais e esquerda liberal defensora do mercado livre. É nessa amálgama que o ANC vive e vai governar o país, mais uma vez. A liderar o ANC e, portanto, a liderar o país, teremos Jacob Zuma, um histórico aureolado por inúmeras suspeitas de corrupção e, até, de violação, mas nunca condenado por esses actos que alegadamente praticou.
Na oposição, o ANC vai ter a Democratic Alliance (16,66% dos votos), o partido que congrega a simpatia da maioria da população branca do país, nomeadamente da comunidade portuguesa. Também ali, esta aliança democrática é um partido de direita. Venceram na província do Cabo, a única região do país onde o ANC não obteve a maioria dos votos.
Com 7,42%, o Congresso do Povo. Com 4,56% (apenas 800 mil votos) o Inkhata, um grupo outrora todo-poderoso com o qual Nelson Mandela, nos idos de 90, teve de negociar cuidadosamente para evitar uma guerra civil de consequências certamente devastadoras. O fracasso do Inkhata é uma boa notícia, porque significa que a política sul africana está a ficar livre do estigma tribal. O Inkhata é um partido de base tribal e se, agora, a maioria dos Zulus decidiu votar num dos outros partidos, talvez até no ANC, isso quer dizer que a democracia teve uma vitória e isso talvez seja o que de mais importante saiu destas eleições.
Resta ver como vai ser a performance de Jacob Zuma. Demagogo e populista, resistiu ao desgaste provocado pelas investigações judiciais e pela má publicidade que isso lhe granjeou nos média do país... e venceu as eleições. Cumpriu um sonho, vamos lá a ver o que faz com ele.
1 comentário:
Puxa, eis um destes raros blogues cuja leitura paga o $ do acesso à web!
Franqueza e respeito ao leitor, parabéns a você.
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