Memórias de muitos anos de reportagens. Reflexões sobre o presente. Saudades das redacções. Histórias.
Hakuna mkate kwa freaks.











segunda-feira, junho 08, 2009

A abstenção

Não percebo as críticas a quem decidiu votar abstendo-se. A abstenção é um sentido de voto tão válido como outro qualquer. Na Assembleia da República, por exemplo, quando os legisladores votam, o senhor presidente pergunta, sempre no mesmo tom cordato, “quem vota a favor?”, “quem vota contra?” e “quem se abstém?” , não apontando o dedo aos abstencionistas. Se a decisão de se abster é válida para um deputado, porque não para o cidadão comum?

Dizem-me que não votar é burrice, falta de inteligência, deixar que outros decidam por mim... e muitos dos que o dizem, em eleições anteriores votaram "inteligentemente" no PS ou no PSD ou noutro partido qualquer, o que foi fantástico e deu um resultadão, como estamos todos a ver, de resto. Ir votar apenas por uma questão de fé, tenho pena mas não está (deixou de estar...) nos meus princípios.

A abstenção não é necessariamente um sinal de desinteresse. Mas é, com toda a certeza, um perigoso sinal de rejeição.


8 comentários:

Manuela Araújo disse...

A abstenção não ganhou, pois não se propôs a nada. Não se sabe quantos não votaram por convicção, como o seu caso, nem quantos não votaram por desinteresse. Tudo vai rolar na mesma, independentemente de tão elevada abstenção.
O sistema está mal. Está mesmo mal.
É preciso gente informada, consciente e esclarecida, para propôr alternativas ao sistema.
A abstenção não o vai mudar.

abrunho disse...

A abstenção no parlamento é presencial. Não é a twittar na praia. Há outras formas de demonstrar interesse, mas desacordo. Ser abstencionista é ser lambão. Simplesmente.

Luis Melo disse...

Excelente a vitória do PSD, com 5% de vantagem sobre o PS. Uma grande vitória de Manuela Ferreira Leite pela escolha do excelente cabeça de lista que foi Paulo Rangel. Uma vitória da forma de fazer política, de verdade, de seriedade, de honestidade. Uma vitória de um partido que apresentou propostas, ideias e estratégias.

Uma derrota inequívoca de José Sócrates e do PS. Passam de 12 para 7 eurodeputados, perdem nos Açores (onde recentemente ganharam as Regionais) e ganham apenas em 2 distritos (sendo que em Lisboa foi apenas por 0,5%).

Não pode haver a desculpa da crise internacional, que castigou os governos. Sarkozy, Merkl e Berlusconi venceram, enquanto que os governos socialistas de Brown, Zapatero e Sócrates perderam. Foi a derrota da politica socialista que é despesista, premeia a partidarite no lugar do mérito e do trabalho, apoia e legitima a corrupção.

No contexto europeu, o PPE (onde se inserem PSD e CDS) será o maior partido com cerca de 260 deputados, contra os cerca de 150 dos socialistas (onde está o PS). A Europa teve consciência e sabe que rumo quer tomar.

apre disse...

Na próxima vez que me abstiver, irei para a porta do local de voto durante 10 minutos, para a minha abstenção ser legítima...

(c) P.A.S. Pedro Almeida Sande disse...

É de certo verdade! Mas também é verdade que abstermo-nos é abstermo-nos de nós próprios, é pensarmos que provavelmente devíamos votar em nós próprios, abstendo-se os outros de nós! Afinal, a vida quase nunca é rosa, se teimarmos em só a vestir de cinzento e negro!

One Guy Alone disse...

Nem mais!

Julgar a ignorância é uma perda de tempo, julgar a incompetência uma obrigação!

http://oneguyalone.tumblr.com/

Anónimo disse...

E vai daí, como o Carlos disse, o Jornal Económico da TSF, resumiu as suas notícias, com o título - a Europa Votou-os ao Desprezo"! Será que leram o seu blogue?

Anónimo disse...

Pois é. Votar sim é esse direito igualável a votar sim mas como: - Votar é deslocar-nos á nossa secção de voto, na freguesia de residência. Votar é: Quem está presente vota assim:
Voto a favor
Escolhe um representante, partido. Bem ou mal é.
Voto contra
Não aparecer. Ficar em Casa.
Voto em branco.
Votar mas não assinalar em qualquer quadradinho. Neste caso
dobra em quatro, mas vota.
É o que se pode considerar a Abstenção.
É a intrepetação como ex-membro de assembleia de freguesia

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Jornalista; Licenciado em Relações Internacionais; Mestrando em Novos Média

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