Memórias de muitos anos de reportagens. Reflexões sobre o presente. Saudades das redacções. Histórias.
Hakuna mkate kwa freaks.











segunda-feira, janeiro 30, 2006

Carta de Manila, 4ª parte

Passatempos. O passatempo preferido dos filipinos é andar nos Centros Comerciais. Fazem fila para entrar logo às 10 da manhã. Não admira: pelo menos é onde podem ter ar condicionado de borla (e não só ventoinhas, como nas igrejas). Com as temperaturas que se registam por estes lados e o alto índice de humidade, é dos lugares onde estão mais frescos! A cadeia de SM (o nome original evoluiu de «Shoe Maker» para «Super Mall») é a mais numerosa. São enormes e em contínua expansão. Dão para tudo: até para “assistir” à missa ao Domingo (frequentemente num átrio e não numa capela).
Os filipinos são, segundo as estatísticas, os mais religiosos dos asiáticos (para já evito a palavra católicos!). E o que é curioso, também os mais corruptos (deixemos a discussão se existe ou não alguma relação entre as duas coisas para outra ocasião!). Aos Domingos, pelo menos, invadem as igrejas em vagas sucessivas para participar nas muitas missas que são celebradas e fazer as suas devoções.
Durante a novena de Natal, a maioria levanta-se ainda noite cerrada para participar no Simbang Gabi (as Missas que têm que começar e acabar de noite, e nos velhos tempos coloniais permitiam às pessoas assistirem à missa antes de irem para os campos). Em geral, são às 4.30 da manhã e registam a participação de autênticas multidões. O desporto nacional, diz-se, é comer. Qualquer actividade deve incluir uma «bucha», pelo menos. Há muitos e variados pratos, mas o arroz branco sem qualquer condimento é o acompanhamento de qualquer refeição. Devo confessar que ainda não o vi cozinhar. Mas a avaliar pela pasta compacta que vem para a mesa sou levado a pensar que gastam mais água a cozê-lo do que a cultivá-lo! Enfim, um dos casos em que a imaginação e a arte escasseiam!

(continua)

1 comentário:

armando s. sousa disse...

Estive uma vez em Manila durante três dias, principalmente noites e não tive oportunidade de ter contacto com estas vivências.
Era muito jovem altura...
Um abraço.

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Jornalista; Licenciado em Relações Internacionais; Mestrando em Novos Média

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