Memórias de muitos anos de reportagens. Reflexões sobre o presente. Saudades das redacções. Histórias.
Hakuna mkate kwa freaks.











sexta-feira, janeiro 20, 2006

In dubio, pro reo

Souto Moura insiste que a notícia do 24 Horas é falsa, mas a argumentação que usa parece-me demasiado frágil. Diz ele que o Ministério Público não investigou as 80 mil chamadas rastreadas no documento que a PT enviou… Mas ficamos só com a palavra de um homem que, mesmo sendo Procurador-Geral da República, não está acima de qualquer suspeita.
Diz a experiência que vale tudo, quando se defendem interesses corporativos. E sabemos todos como é fácil para um Procurador-Geral da República accionar tribunais contra um jornal. Portanto, não creio que o 24 Horas se tenha descuidado, neste caso.
Segundo Souto Moura reconheceu hoje no Parlamento, a disquete com a facturação detalhada do telefone de Paulo Pedroso, enviada pela PT, continha “outros números, sem menções de quaisquer nomes”, mas o Ministério Público “nunca tentou decifrar o que estava a mais”. Acredite quem quiser… mas a dúvida é pertinente.
Quanto ao “rigoroso inquérito” instaurado depois de ter sido recebido pelo Presidente da República, ainda a decorrer, Souto Moura já ensaiou uma boa desculpa: o Ministério Publico tem “um papel modesto” nas escutas telefónicas e “não é obrigado, em cada caso concreto, a controlar o trabalho das polícias e dos juízes”.

Querem sempre aparecer muito competentes, lá do alto da autoridade que lhes é conferida pela Lei, mas os fracassos e gaffes são uma constante. Falo do que sei, da experiência adquirida ao longo de 3 anos de responsabilidade editorial do "Casos de Polícia" em que fui alvo de 18 processos e nunca perdi nenhum.

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Jornalista; Licenciado em Relações Internacionais; Mestrando em Novos Média

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