A revolta de Ansumane Mane crescia no número de voluntários dispostos a pegar em armas e crescia ideologicamente. A revolta deixou de ser vingança para passar a ser libertação. Passou a ser uma luta contra um ditador que sempre quis eternizar-se no poder, um homem sem dó nem piedade com os adversários políticos. Mas, essencialmente, a luta contra Nino, com a chegada dos soldados senegaleses, passou a ser uma luta contra estrangeiros invasores, uma espécie de segunda luta de libertação, 25 anos depois. Aparentemente, Nino Vieira mandou matar o Brigadeiro Ansumane Mané para evitar a divulgação de um inquérito parlamentar sobre o tráfico de armas para a resistência de Casamança. O Brigadeiro era o Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas e estava politicamente pressionado por causa do escândalo que o governo senegalês estava a provocar, com a denúncia que os fornecedores de armas para os separatistas eram os próprios governantes do Estado guineense.
Primeiro, Nino Vieira tentou incriminar o Brigadeiro. Afinal de contas, era ele ou não o primeiro responsável pela segurança dos paióis das forças armadas? O Brigadeiro negou todas as acusações e desafiou o Parlamento a inquirir quem era de facto o responsável. Esse inquérito estava prestes a ser divulgado quando começaram todos aos tiros.
O assassinato deveria ter acontecido depois de Nino ter partido para o estrangeiro. O Presidente ficava, desse modo, livre de qualquer suspeita. Mas os assassinos anteciparam-se umas horas, e ainda por cima falharam o atentado.
Memórias de muitos anos de reportagens. Reflexões sobre o presente. Saudades das redacções. Histórias.
Hakuna mkate kwa freaks.
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segunda-feira, março 27, 2006
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Acerca de mim
- CN
- Jornalista; Licenciado em Relações Internacionais; Mestrando em Novos Média
1 comentário:
Olhe...
Esses teus posts são para mim, como aulas de história, geografia, sociologia, antropologia e muitas GIAS desses que andam por nossas vidas, formando nossos conceitos e valores relacionados à ela...
Beijinhos!!!
ò,ó
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