Nas semanas seguintes, os ímpetos guerreiros foram contidos e um tratado de paz acabou por ser assinado, cerca de 1 mês depois dos primeiros tiros, na cidade fronteiriça de São Domingos, na Guiné-Bissau.
A guerra de Casamança continuou. O governo guineense traficava armas para a resistência independentista, mais ou menos abertamente. Várias fontes na Guiné-Bissau garantiam-me que o próprio Presidente Nino Vieira era o "patrão" desse negócio.
O esforço de guerra da resistência de Casamança era financiado, em boa parte, pelo cultivo e exportação de liamba. A droga era levada -e continua a ser, ainda hoje...- para o mar alto em canoas dos pescadores, onde era transladada para navios cargueiros que se dirigiam para portos europeus. Mas boa parte das armas que chegavam às mãos dos guerrilheiros de Casamança provinham dos paióis do exército guineense, principalmente armamento ligeiro como, por exemplo, kalashnikovs, RPG-7 e minas anti-pessoal. Dez anos depois, este tráfico de armas iria ser o detonador da guerra civil na Guiné-Bissau.

1 comentário:
Caro Carlos,
Agradeço a sua visita ao Fotojornalismos. Para mim foi um privilégio!
Obrigado pelas amáveis palavras e pelo apoio.
Vou estar atento ao seu blog que me parece-se ser muito interessante, pelo menos a julgar pelas histórias que já li. Parabéns!
Grande abraço
GONÇALO LOBO PINHEIRO
http://fotojornalismos.blogspot.com
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