Em Paris, a disputa assumiu foros de cimeira internacional. A França favorecia obviamente a sua antiga colónia, onde de resto mantém grandes interesses económicos, onde tem algumas bases militares e onde reside uma grande comunidade imigrada. Não se conhece (eu não conheço) o papel de Portugal nestas discussões.Não houve tempo para se chegar a um acordo negociado. Um dia, depois de uma incursão militar senegalesa alegadamente dentro de território guineense, as forças armadas da Guiné-Bissau, numa reacção inédita, bombardeiam uma tabanka (aldeia) senegalesa, perto de Ziguinchor, a capital de Casamança. No dia seguinte, os jornais em Dacar anunciam em manchete 30 mortos e a declaração de imposição do estado de emergência na fronteira, a deslocação de fortes contingentes militares para Ziguinchor e a nomeação de um governo militar para a província. No mesmo dia, a RTP enviou-me para a Guiné-Bissau.

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