Explicaram-me que Mobutu, um dia, tinha decidido obrigar todas as multinacionais com interesses no Zaire a abrirem uma delegação na sua aldeia natal. Assim cresceu Gbadolite, na sombra protectora do seu filho dilecto. Mas era uma fachada de mentira. Logo a segunda fila de casas, atrás dos prédios altos, era de palhotas de pau a pique.A cidade tinha água canalizada e electricidade com fartura, o que constituía um luxo em termos de desenvolvimento africano. O segredo estava na proximidade com o Rio Congo e numas instalações de captação de água e produção de energia eléctrica ali existentes, que funcionavam de moto próprio e que, por ainda não terem tido avarias, alimentavam Gbadolite sem que a administração local fizesse alguma coisa por isso.
Era dali que Jean Pierre Bemba dirigia a sua guerra contra Kabila e governava os seus domínios onde viviam 8 milhões de pessoas. Um vasto território rico em diamantes e muitos outros minérios. E isso é que importava.

1 comentário:
Eu vou lendo e as cenas vão me surgindo feito um documentário.
Gosto do modo como escreves.
Trabalhei com produção e direção e edição de imagens em alguns documentários e alguns, na amazônia. Na medida que vou lendo e que está escrito aqui, vou vivendo as cenas... A África exerce um fascínio sobre mim, do mesmo modo e medida que me assusta por completo. Fiz algumas viagens sozinhas para muitos lugares, mas nunca ousaria fazer dessas, para a África...
Beijinhos!!!
ò,ó
Enviar um comentário